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MERCADO DIÁRIO

por Tiago Pessotti

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Senado começa a analisar novo arcabouço fiscal esta semana

Na última semana, o novo arcabouço fiscal foi aprovado na Câmara dos Deputados com o objetivo de substituir o atual teto de gastos. A aprovação foi conquistada com um placar favorável de mais de 370 votos, respaldando o parecer do relator, deputado Claudio Cajado. O resultado superou significativamente, inclusive, o que era necessário para uma mudança constitucional e foram incorporadas mudanças em relação ao primeiro texto divulgado pelo relator anteriormente, com a inclusão de um artigo que torna a regra de ajuste de gastos de 2024 mais complexa. A próxima etapa consiste na análise pelo Senado. O presidente Rodrigo Pacheco espera que o projeto seja encaminhado para sanção presidencial no mês de junho.

Prévia da inflação sobe 0,51% em maio

No Brasil, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) — considerado a prévia da inflação oficial do país — registrou um aumento de 0,51% em maio. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a alta foi puxada pelo avanço de 1,49% dos gastos com saúde e cuidados pessoais. Os números manifestam uma composição favorável com recuo nos núcleos ligados a serviços e, principalmente, nas indústrias. Esse cenário positivo também está associado ao contexto atual do setor de alimentos, que cresceu 0,94%, que vem se materializando há algum tempo. O governo anunciou uma redução de impostos federais, como o PIS, Cofins e IPI, para carros populares. Embora os detalhes sejam escassos, essa medida pode contribuir para um ambiente favorável de fechamento de juros e revisão de melhora na expectativa de inflação, com revisões a frente substanciais de 2023 e até 2024. Até o momento, sabe-se que os descontos nos preços dos veículos variam de 1,5% a 10,96%. Após a divulgação dos dados do IPCA, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos, concedeu entrevista à imprensa. A percepção é de que seu discurso foi mais moderado, ressaltando uma possível melhora na inflação. Ele parece estar mais preocupado com a manutenção da meta de inflação do Conselho Monetário Nacional (CMN) do que com outros eventos, o que tende a ajudar a redução das expectativas de influências no longo prazo e, assim, dar início aos cortes de juros. O mercado local precificou, fechando a curva de juros a 30 pontos-base, enquanto os juros mais longos fechando a 40 bps e o juros curtos fechando a 15 bps. Com a possibilidade de início iminente dos cortes de juros, a bolsa de valores operou de forma estável, apesar dos índices terem ficado no zero a zero nos setores ligados a juros. E o setor de consumo em crescimento, enquanto o setor ligado a commodities teve um desempenho inferior, devido à preocupação com uma menor atividade global à frente mais fraca.

Acordo de teto de dívida nos EUA

O feriado nos Estados Unidos (EUA) hoje, como ocorreu sobre o teto do endividamento e encontrou uma tendência de menor diferença entre as partes envolvidas, gerou na resolução do teto do endividamento um impasse. Foi alcançado um acordo que permite a extensão do teto da dívida por dois anos, após avisos das agências classificadoras de risco, tanto a Moody's e a Fitch, que ameaçavam rebaixar a nota de risco americana; Na Ásia, os dados de exportação estão preocupando, especialmente em países como Taiwan e Coreia do Sul, que desempenham um papel importante como hubs industriais globais. Esses países apresentaram uma queda significativa nas exportações. Além disso, quando observamos em conjunto o Índice de Gerentes de Compras (PMI) Industrial da Alemanha, um importante comprador dessa região, e a atividade industrial na Europa, os dados também têm caído. Somado a isso, a China não está impulsionando o comércio global como antes, seja por causa de um crescimento decepcionante na reabertura ou devido a uma substituição de importações no país, que estão resultando em um cenário de menor crescimento econômico global. Por outro lado, nos Estados Unidos, o setor de bens duráveis ​​tem se mostrado robusto e não temos visto uma desaceleração significativa no mercado de trabalho. Além disso, as métricas de controle continuaram fortes, com PMIs de serviços indicando um potencial de consumo por parte das pessoas. Isso, juntamente com a sobrevivência se mantendo em níveis elevados, como indicado pelo dado do PCE, que está em torno de 5% anualizado no núcleo da sobrevivência, sinalizado que a desaceleração esperada não está ocorrendo. A ata do Federal Reserve (Fed), divulgada durante uma semana, deixou claro que, segundo os membros do FOMC, espera-se que os Estados Unidos entrem em uma recessão leve no final do ano. No entanto, quando olhamos para os dados, especialmente na área de serviços, parece que não haverá recessão leve. Isso poderia resultar, no futuro, na possibilidade de o Fed ter que aumentar as taxas de juros novamente. Além disso, no Reino Unido, a inflação está em níveis muito altos e acima do esperado, atingindo 8,7% ao ano. Na agenda econômica, destacam-se o Índice de Gerentes de Compras (ISM) para o setor manufatureiro nos EUA, vários dados relacionados ao mercado de trabalho e à inflação na Europa.