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MERCADO DIÁRIO

por Tiago Pessotti

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Lula faz aceno para a classe média e quer ampliar programa de habitação para quem ganha até R$ 12 mil

Em uma estratégia para se aproximar da classe média brasileira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira (13) a intenção de expandir o programa Minha Casa, Minha Vida, incluindo famílias com renda de até R$ 12 mil. Segundo dados da última pesquisa Datafolha, realizada antes do segundo turno das eleições de 2022, mostrou uma rejeição considerável a Lula entre esse estrato social. Enquanto Lula tinha 61% de intenção de votos entre os mais pobres, Jair Bolsonaro tinha 39%. No entanto, entre a população que ganha entre dois e cinco salários mínimos, Bolsonaro tinha 55% de intenção de voto, já Lula tinha 45%.

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Copom se reunirá na próxima semana para definir nova taxa Selic

Na última semana, o mercado financeiro brasileiro foi marcado por um desempenho das ações destacadas da Petrobras e do Banco do Brasil, assim como de outras empresas estatais que apresentaram um crescimento significativo. Além disso, o Brasil continua trilhando um caminho de revisão das taxas de inflação. Essa tendência se reflete também no mercado de juros futuros, que registrou uma redução de 25bps a 40bps ao longo da semana, com destaque para a parte curta, que já apontava uma probabilidade de 100% de cortes da taxa Selic a partir de agosto. Os preços dos ativos no Brasil refletem um cenário positivo, com revisões para o Produto Interno Bruto (PIB) nas últimas duas a três semanas. Aliado a isso, a queda da inflação e a perspectiva de redução dos juros criaram um panorama para a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que antes enfrentava preocupações de que, caso a economia não estivesse em bom estado, ele poderia atacar as empresas estatais para sustentar sua popularidade. O bom desempenho das estatísticas diminui a probabilidade de que Lula recorra a esse expediente. Durante a semana, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou abaixo das expectativas em cerca de 10bps. Os núcleos do IPCA ainda apresentaram quedas, mas se mantiveram acima da parte sazonal necessária para atingir a meta. No entanto, o índice geral caminha na direção dos objetivos do Banco Central, e as revisões continuam tentando para uma redução nos próximos anos, principalmente em 2023 e 2024. Na próxima semana, tramita a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que tem expectativas de ser um encontro de preparação para o início dos cortes na taxa de juros, algo que o mercado já espera que seja gerado em agosto. Discursos do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e de outros diretores mostraram um tom mais suave, reconhecendo a melhora na inflação e o prêmio de risco fiscal. Isso abre espaço para a implementação de uma política monetária menos restritiva. É importante ressaltar que todas essas medidas são reflexos da melhoria do cenário inflacionário e fiscal, que contribuíram para uma boa contenção de danos.

Banco central dos EUA anuncia decisão sobre juros nesta quarta-feira

Na última semana, pudemos observar uma espécie de prévia do que está por vir, com os principais Bancos Centrais da Europa e dos Estados Unidos se preparando para decidir as taxas de juros. Os bancos centrais que divulgaram suas novas taxas de juros adotaram uma postura mais hawkish, ou seja, sinalizando aumentos nas taxas de juros. O Banco Central da Austrália e o Banco Central do Canadá elevaram suas taxas de juros em 0,25%. É válido ressaltar que o Banco Central do Canadá, que possui uma economia semelhante à dos Estados Unidos, havia pausado suas decisões de taxa de juros nas duas últimas reuniões, condicionando a pausa à taxa de juros. No entanto, eles argumentaram que, na última avaliação dos dados, foram acomodados de forma altista, tanto em relação à reflexão quanto à atividade econômica. Nesta semana, os bancos centrais da Europa e dos Estados Unidos se reúnem, e a expectativa é de que o FED “pule a reunião” e mantenha a taxa de juros inalterada, devido às sinalizações do presidente e vice-presidente do banco central. Diferentemente de outros bancos centrais, o FED geralmente adota uma abordagem mais comunicativa e antecipada, buscando evitar surpresas. No entanto, os riscos ainda indicam a possibilidade de aumentos de juros. Por sua vez, espera-se que o Banco Central Europeu anuncie mais um aumento de 0,25%, uma vez que nenhum representante do BCE nas últimas aparições e entrevistas indicou que o próximo aumento de 0,25% não seria provável. No que diz respeito aos dados divulgados na última semana, um sinal amarelo foi acionado com relação aos pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos, conhecidos como Jobless Claims, que adotaram um aumento significativo. Essa variação já foi observada nos episódios anteriores, portanto, é importante acompanhar para determinar se é uma tendência ou apenas um evento pontual. Os destaques da semana foram os mercados emergentes, que registraram um rally nos ativos de risco desses países, impulsionados principalmente pela China, que desde a semana passada tem indicado novos estímulos. Além disso, na semana passada, a China reduziu as taxas de depósito para as províncias, confiantes para um ambiente mais positivo nos mercados emergentes. Esses mercados estavam na expectativa de uma postura mais dovish do FED em relação à taxa de juros. Além disso, países como Chile, Colômbia e México apresentaram números de seguidos abaixo do esperado, confirmando um bom cenário inflacionário no mês. Na agenda destaque-se a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) nos Estados Unidos e as decisões de taxas de juros tanto na Europa quanto nos Estados Unidos. Esses eventos serão cruciais para as perspectivas globais e terão impacto nos mercados financeiros.