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MERCADO DIÁRIO

por Tiago Pessotti

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Copom deve iniciar ciclo de cortes na Selic

Na próxima quarta-feira (02), o Comitê de Política Monetária (Copom) se reunirá para decidir o futuro da taxa básica de juros, a Selic. O mercado está à espera de uma redução de 0,25 pontos base, o que levaria a Selic a 13,5% ao ano. Essa decisão ocorre em meio à forte queda da inflação nos últimos meses, e caso o corte seja efetivado, será o primeiro desde agosto de 2020, quando os juros foram reduzidos de 2,25% para 2% ao ano.

Mercado aposta na Selic a 13,5%

Desde o início do ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem manifestado sua insatisfação com os níveis atuais da Selic. Em junho, ele afirmou que a atual taxa de juros está prejudicando os investimentos e que não há justificativa para que permaneça neste patamar. Além das questões relacionadas à Selic, o mercado financeiro está atento a outros temas relevantes. Observa-se uma performance aquém em ativos brasileiros em relação a ativos de risco globais de curto prazo, com moedas emergentes e commodities. O real teve uma pequena valorização em torno de 1% na última semana, enquanto a bolsa brasileira ficou estagnada. A questão tributária tem peso pesado na bolsa, com a discussão sobre a possível tributação e o impacto que isso poderia ter em algumas empresas, afetando em até 10% do lucro líquido. Outro fator relevante é a indicação de Márcio Pochmann para o IBGE, que trouxe desconforto devido ao seu perfil e histórico de gestões ideológicas, levantando preocupações sobre possíveis interferências e vazamentos de dados, o que pode gerar ruídos no cenário econômico. Em comparação, o país recebeu um upgrade em sua nota de rating pela agência Fitch, que elevou o Brasil para o BB com estabilidade. Isso indica um reconhecimento de avanços na agenda fiscal, mas ainda está abaixo do grau de investimento, que é considerado mais importante. A agência destacou a importância da continuidade de progressos e projetos fiscais para a retomada desse grau de investimento. A expectativa para o corte na Selic se fortaleceu após a divulgação do IPCA 15, que trouxe resultados muito positivos. O mercado precificou uma probabilidade maior de um corte de 0,5% na reunião do Copom desta semana, e analistas sustentam o chamado "call" de 0,5%, pois acreditam que há espaço para o Banco Central iniciar os cortes, considerando principalmente que a taxa atual de 13,75% está elevada. Esse movimento ajuda a reduzir o ruído e o estresse entre o congresso e o governo.