instagram facebook twitter youtube whatsapp email linkedin Abrir

MERCADO DIÁRIO

por Tiago Pessotti

download.jpg

Ibovespa engata 10º pregão de queda com pressão negativa da Vale e alta dos juros futuro

No cenário econômico brasileiro desta semana, observamos movimentações marcantes que demandam atenção. O Ibovespa, principal indicador de desempenho das ações negociadas na B3, enfrentava desafios, contrariando a tendência global, ao passo que as taxas de juros nacionais eram apreciadas divergentes das de outros mercados emergentes, como Chile e México. Enquanto os juros ao redor do mundo encontravam espaço para expansão, o Brasil mantinha uma trajetória contrária, influenciado pelas últimas ações do Comitê de Política Monetária (Copom). O Ibovespa opera em queda no pregão desta segunda-feira, que pode se tornar o décimo pregão consecutivo de quedas para o índice. As ações da Vale, com participação de peso no índice, causam forte pressão baixista.

Ibovespa cai e completa 10 pregões seguidos em baixa

O destaque da semana foi a divulgação da ata do Copom. A decisão de corte de juros se dá em meio a um contexto inflacionário nacional que merece análise detalhada. No mês de julho, a inflação registrou alta de 0,12%, superando levemente as expectativas de mercado. Detalhadamente, uma análise das divisões setoriais aponta para um declínio nos serviços de ativos subjacentes, um cenário que demandava a atenção do Banco Central (BC). Este movimento corrobora com a preocupação anterior da entidade, quando dados recentes apontaram para um crescimento acima do esperado nessa área. Contudo, a atual perspectiva inflacionária para agosto traz boas notícias, sugerindo uma trajetória descendente. A possibilidade de um cenário levemente negativo é sustentada em parte pela expectativa de reajustes vindos da Petrobras. Além disso, é plausível considerar que os núcleos inflacionários seguirão essa tendência favorável até o encerramento do ano. Aprofundando a análise da ata do Copom, nota-se um tom favorável à queda de juros e uma postura ainda mais dovish. A redução de 0,50% na taxa Selic foi justificada e, inclusive, a discussão acerca de acelerar o ritmo de redução para algo próximo a 0,75% esteve em pauta. O comparou a importância do contexto global, tanto nos movimentos de desinflação quanto nas taxas de juros dos principais bancos centrais, além de destacar a inflação de serviços como um ponto chave nas decisões do BC. Outro tema crucial para o panorama econômico é a situação fiscal do Brasil, que mais uma vez adentra a pauta. À medida que nos aproximamos do final do ano, as discussões políticas em torno do orçamento. O país encontra-se consideravelmente distante das metas fiscais estabelecidas pelo governo, dado o não avanço das medidas de aumento de receita. A hesitação em reduzir gastos e as complexidades inerentes a esse processo impactam as perspectivas fiscais, comprometendo a confiança do arcabouço fiscal vigente. Agenda desta semana: Discussões Orçamentárias em Destaque

Inflação ao consumidor nos EUA sobe 0,2% em julho, dentro do esperado

A semana passada trouxe consigo uma série de acontecimentos importantes no cenário econômico internacional, com destaque para os Estados Unidos, onde os indicadores inflacionários têm sido protagonistas. Ao examinar os dados, notamos um mês positivo no que diz respeito à inflação, tanto sob a perspectiva do produtor (PPI) quanto do consumidor (CPI). O foco estava especialmente na zona central, que se manteve com a média histórica. Este cenário reforça a continuidade do movimento positivo no setor de bens, com os preços de carros usados ​​ganhando destaque. Uma análise mais aprofundada revela que os serviços subjacentes, excluindo a parte de aluguéis, também tiveram um mês positivo, com uma leitura em torno de 0,2%. Essa variação mensal é considerada de bom tom. Contudo, ao projetar os próximos meses, um risco surge relacionado ao mercado de commodities. O aumento significativo nos preços do petróleo tem impactado os custos da gasolina, o que poderá influenciar a próxima leitura de inflação, programada para o próximo mês. Apesar desse obstáculo, a dinâmica permanece positiva, com as expectativas de inflação longa do consumidor a longo prazo demonstrando uma tendência de queda, um fenômeno também observado nos índices de confiança econômica, como o Índice de Confiança do Consumidor Michigan. No que se refere à política monetária, recentemente surgiu um novo discurso dentro do Federal Reserve (FED), o banco central dos EUA. Membros influentes, levantaram a questão da taxa de juros reais. Com a queda da inflação e a expectativa de inflação à frente, mesmo que a taxa de juros nominal tenha sido estável, a política monetária pode estar sendo mais apertada. Esta nova abordagem pode abrir uma possibilidade de discussões sobre cortes de juros no próximo ano. Outra questão que vem ganhando destaque nos Estados Unidos é a evolução do cenário fiscal. A situação fiscal norte-americana atraiu atenção após o rebaixamento da classificação de risco pela Fitch Ratings. O déficit fiscal registrado em julho chegou a 220 bilhões de dólares, totalizando 1,6 trilhão de déficit acumulado no ano. Esse aumento de 10% nas despesas, combinado com uma redução igual nas receitas, levou o governo a retomar leilões de títulos, influenciando as taxas de juros de longo prazo e desencadeando efeitos no cenário global de ativos de risco, incluindo os mercados emergentes.