Empresários capixabas debatem Lei da Liberdade Econômica
Em meio ao ciclo de crescimento mais duradouro desde a Grande Depressão de 1929, vários economistas entendem que os EUA podem estar à beira de uma forte desaceleração ou até de uma recessão. Atentos a isso, mais de 30% dos economistas americanos temem uma recessão até 2021. De acordo com os dados da Bloomberg, a chance dos EUA entrar em uma recessão nos próximos 12 meses é de 27%. Já economista Renata Barreto enxerga a economia americana desacelerando, “mas isso não significa recessão”. Confira mais sobre as perspectivas para os EUA e Brasil nessa entrevista exclusiva concedida ao Mundo Business.
Enquanto a média de ciclos de crescimento antes de 2008 giraram em torno de 5 anos e meio, o atual ciclo já dura mais de 10 anos, praticamente o dobro. No presente ciclo, a Bolsa americana (S&P500) já se valorizou cerca de +300% – mais do que isso, só uma vez na história pós-29, justamente antes da crise da tecnologia em 2000. A economia americana continua dando sinais claros de crescimento.
Uma consequência do forte crescimento econômico dos Estados Unidos é que o elevado nível de emprego aumente os salários dos trabalhadores e pressione a inflação. Caso a inflação suba além das expectativas, existe o risco do Banco Central americano (FED) subir as taxas básicas de juros da economia revertendo o ciclo de quedas estimulativas.
Para a PIMCO, maior gestora de renda fixa do mundo, essa subida de taxas levaria a uma correção grande nos mercados, tendo em vista que com o aumento da taxa de juros o mercado acionário fica menos atrativo, já que os títulos do tesouro americano são um dos ativos mais seguros do mundo na categoria. Esse cenário provocaria um fluxo de capital dos ativos de risco para ativos mais seguros.
Não observamos esses fatores se concretizando nesse momento, ainda que os investidores globais tenham corrido para o ouro (ativo considerado muito seguro e que oferece proteção ao risco de desvalorização do dólar) a partir de junho de 2019.
Já a maior gestora de recursos do mundo, BlackRock, está mais em linha com o que defendeu Renata Barreto, mostrando que não há consenso na tese de desaceleração. Para a gestora, o crescimento global sincronizado deve se manter e entende que a inflação nos EUA deve retornar “modestamente” e que o FED poderá elevar “lentamente” as taxas de juros para normalizar a situação.
E o Brasil com isso? Cabe ressaltar a opinião de alguns gestores brasileiros (dentre eles um dos maiores investidores da bolsa brasileira, Luiz Alves da Alaska Asset, com quem estive em 2018), de que uma eventual recessão nos Estados Unidos poderia até mesmo atrair fluxo de estrangeiros para países emergentes e principalmente para o Brasil.
Segundo ele, os maiores atrativos para esse possível movimento incluem: as ações brasileiras estarem ainda baratas quando cotadas em dólar, e uma melhor perspectiva para o país com a aprovação de reformas liberalizantes por Jair Bolsonaro e Paulo Guedes .
Como não poderia ser diferente, um dos destaques do inicio da temporada de resultados corporativos do 3º trimestre, foi da Vale S/A (VALE3). Apesar do resultado ter vindo em linha com o que o mercado já esperava, chamou a atenção de alguns investidores e analistas a grande redução da dívida liquida da empresa. Esse número atingiu U$5,3 bi, uma queda de 50% em um ano. Esse resultado foi reflexo dos direcionamentos estratégicos de foco no core (atividade principal) que a empresa continua implementando e o empenho na otimização do custo do capital.
Alguns fatores contribuíram fortemente para esse cenário: as provisões em decorrência da tragédia de Brumadinho não se alteraram e o movimento de redução da dívida, com caixa geração de caixa e meno CAPEX (Investimentos). Assim, a expectativa para política de dividendos de 2020 é muito positiva. Ademais, a empresa comunicou na última semana que a Samarco recebeu a ‘Licença Operacional Corretiva’, o que, junto com as demais licenças ambientais, permite que o complexo retorne suas operações. Para a Vale, a Samarco é um ativo estratégico, de baixo custo e rentável: entre 2012 e 2014 gerou US$180 mi a US$600 mi de dividendos por ano.
Outubro deu início à temporada de resultados no mundo, período quando as empresas atualizam seus balanços e apresentam os lucros ou prejuízos do período. Nos EUA, das 340 empresas que já divulgaram seus resultados, 75% superaram as expectativas de Ganhos por ação (chamado de EPS).
No entanto, esse número aparentemente animador foi possível pois há 3 meses, com as incertezas sobre os rumos Banco Central Americano e das negociação da Guerra Comercial, as expectativas de EPS para esse trimestre foram revisadas para muito baixo e facilmente superadas. Em termos reais, crescimento dos ganhos (EPS) dessas empresas foi de -5,78%.
É com muito pesar que a sociedade capixaba e brasileira se despede de um dos maiores empreendedores e visionários de nosso estado: Otacílio Coser.
Desde 1944, quando o filho de imigrantes italianos deixou o trabalho do campo em Itaguaçu e fundou uma corretora de café em Vitória, até a saída do grupo Coimex, em 2014, Otacílio sempre deixou como principal marca o espírito empreendedor.
Em sua biografia, um dos maiores aprendizados temos é a resiliência. Após sua chegada na capital, o menino de 17 anos com mil réis no bolso conseguiu um emprego e foi demitido em 3 dias– mas não desistiu. Cursou contabilidade e se aventurou no comércio de cereais– que comprava do interior e vendia na cidade– e de pedras preciosas.
Falhou em ambos, mas seguiu em frente. O resultado, nós conhecemos. Por conta de tanta insistência em seus sonhos, Coser conseguiu construir um legado de tanto valor, que inspira todos nós capixabas a seguir em frente.
Na tarde desta terça-feira (05) o Ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou a agenda econômica pós-reforma da Previdência. Entre as principais propostas estão uma PEC do Pacto Federativo, que prevê o repasse de R$400 bi a R$500 bi aos estados e municípios.
Também foi prevista extinção de diversos fundos públicos irá liberar cerca de R$220 bi para a União, que deve ser utilizado para amortizar a dívida pública. Foram também criados diversos dispositivos visando garantir a saúde financeira dos Estados.
Nesse sentido, estados que estiverem perto de utilizar toda a receita disponível não poderão promover funcionários (com exceções), dar reajustes, criar cargos, reestruturar carreiras e fazer concurso e criar verbas indenizatórias. As propostas foram vistas de maneira positiva para a retomada do crescimento país e a retomada da estabilidade fiscal. Agora, as expectativas se concentram em torno da reforma Tributária.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória