Escola de negócios capixaba inaugura incubadora de startups em 2020
Com a iniciativa do Banco Central de limitar os juros do cheque especial em 8% ao mês (contra 12,4% anteriormente), a Febraban emitiu uma nota repudiando o tabelamento dos valores de qualquer taxa ou serviço. Se de um lado os bancos cobram juros que beiram a usura– 406% ao ano no cheque especial– de outro a intervenção do governo no mercado é e maneira menos apropriada de resolver esse problema. Entenda os motivos.
É fato que no Brasil os bancos são uma das indústrias mais lucrativas e que um dos maiores componentes dessa alta rentabilidade são os ganhos com juros do crédito pessoal.
Os juros do cheque especial em questão podem chegar a 406% ano ano (a 12,4% ao mês). Isso siginfica que a pessoa que toma R$1000,00 devolve ao banco R$4060,00. Esse juros altíssimos que multiplicam a dívida em 16 vezes em 2 anos são insustentáveis para a maioria dos brasileiros, logo, uma redução é desejável para garatir o equilíbrio financeiro das famílias.
Contudo, apesar dessas taxas serem injustas com o consumidor, limitá-las pode render resultados ainda piores. Quando o Banco Central ou o governo intervém nos juros ou qualquer outro preço da economia para mais ou para menos, ele está rompendo com um equilíbrio delicado do mercado.
No momento em que o governo impõe juros baratos demais, temos como resultado o aumento a inflação e aumento do crédito de risco, o que levou à crise de 2008. No caso do cheque especial, juros menores podem inclusive reduzir oferta dessa modalidade de crédito. De outro lado, quando o governo impões juros altos demais, ele limita o acesso ao crédito e reduz o consumo da população. Em ambos os casos, os efeitos para o mercado são indesejáveis.
Logo, a medida mais sensata em cenários de juros altos (ou baixos) demais, é permitir que os empreendedores e o mercado atuem livremente.
Atualmente, as ‘fintechs’, (ver definição abaixo) estão entrando para a concorrência dos serviços financeiros, pressionando o mercado com serviços mais baratos sem que qualquer regulação demandasse isso. Assim, com o passar do tempo é esperado que elas pressionem naturalmente os bancos a reduzirem suas taxas e tornem o mercado mais justo.
Já ouviram falar no termo fintech? Calma, não é palavrão, mas está dando o que falar no mercado financeiro brasileiro.
Ainda que a expressão não seja familiar, tenho certeza que muitos já ouviram falar ou até utilizam o serviços de algumas fintechs, como Nubank, Neon, Stone, PagSeguro, Contabilizei, entre outras.
Fintech é um termo que surgiu da união das palavras “financial” e “technology” e designa empresas que atuam na interseção entre os setores de tecnologia e serviços financeiros.
As fintechs são empresas que redesenham a área de serviços financeiros com processos inteiramente baseados em tecnologia, e podem ser identificadas por alguns atributos-chave: solução de problemas legítimos do público sub-atendido, solução de base tecnológica e nicho específico de atuação.
Então, se você nunca tinha ouvido falar sobre ou não conhecia o significado do termo, é bom que se acostume, porque as fintechs chegaram para ficar!
Segundo o estudo “The Power of Salary Link” da Harvard Kennedy School, a complicação financeira de um funcionário pode ser motivo para baixa produtividade. A pesquisa aponta que trabalhadores endividados são 5,8 mais propensos a não terminar tarefas no prazo, e 4,9 vezes mais propensos a entregar uma tarefa de pior qualidade. Endividados também são mais propensos a terem relacionamentos porblemáticos e tem o dobro de chances de mudarem de emprego. Assim, é fundamental empresas busquem soluções para funcionários por meio de serviços financeiros adequados e educação financeira.
A cidade de Vitória lidera índice que mede qualidade do ambiente de negócios no Espírito Santo, o IAN. No ‘cluster’ (grupo de municípios semelhantes) da região metropolitana, a capital ficou à frente nos quesitos de infraestrutura, potencial de mercado e capital humano, e ficou em terceiro lugar em gestão fiscal. A nota geral do IAN para Vitória foi a maior do estado, com 7.11, enquanto a média do ‘cluster’ ficou em 6.07.
Juntos, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander apresentaram um lucro líquido de quase R$22 bi no terceiro trimestre de 2019, contra R$18 bi do período anterior. Uma das principais fontes de receita continua sendo concessão de crédito para pequenas e médias empresas, cuja taxa de juros continua elevada apesar da queda da SELIC e baixa inadimplência. Mesmo com resultados positivos, os quatro grandes bancos estão cortando gastos e fechando agências para não ficarem atrás na briga com as fintechs.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória