LGPD, o AI-5 da inovação no Brasil
Com um histórico de renda fixa altamente rentável e investimentos concentrados nos grandes bancos de varejo, o brasileiro sempre esteve na comodidade quando o assunto é investimento. No entanto, com os juros na mínima histórica e a chegada da tecnologia no mercado financeiro, muitos investidores deverão sair da zona de conforto. É sobre isso que conversamos com Marcelo Flora, sócio do BTG Pactual e diretor do BTG Pactual Digital. Para ele, o brasileiro terá que sair da inércia para conseguir investimentos rentáveis e a digitalização das plataformas de investimentos chega para ajudar nisso.
Marcelo Flora analisa que o mercado de investimentos do Brasil está passando por uma revolução que não tem volta. Ele explica que a mudança na forma como os brasileiros pensam sobre investimentos se chama de ‘financial deepening’.
Esse processo que nos EUA se iniciou nos anos 80 ainda está dando seus primeiros passos por aqui. Flora explica que “a sociedade como um todo está se tornando mais curiosa e interessada em aprofundar conhecimentos nos seus investimentos que estiveram por tanto tempo nas mãos de gerentes de bancos.”
Para o diretor do BTG Pactual Digital, há um longo caminho para se percorrer. Para ele, com a queda da SELIC e a “morte” da renda fixa, há um movimento em direção à renda variável. No entanto, “os brasileiros investem 95% do patrimônio em renda fixa. Já nos EUA, 95% do patrimônio das famílias está em renda variável.” explica Marcelo Flora.
Nesse momento, as plataformas de investimento digitais agem como o Uber, compara Marcelo Flora: “Nós capilarizamos um serviço antes caro e de baixa qualidade, de modo que seja barato, acessível e satisfatório para o investidor.” Nesse sentido, podemos traçar um paralelo com o atributo de escala dos negócios exponenciais, do qual trata Salim Ismail em “Organizações Exponenciais”.
Flora finaliza relatando que o BTG Pactual consolida sua presença no ES com a parceria com a Apex Partners, que se tornou a representante do banco de investimentos no estado. “Assim, vamos trazer investimentos diferenciados que os investidores demanadam, inclusive com fundos de investimento exclusivos.” encerra o diretor do BTG Pactual Digital.
Imagine você, ao solicitar um empréstimo a um banco ou instituição financeira, poder utilizar o seu histórico de crédito construído ao longo de anos de relacionamento com o seu banco –as contas pagas em dia, os salários depositados, empréstimos contratados, perfil de gastos– para conseguir melhores taxas ou limites.
Com o ‘open banking’ isso se tornará possível!
Na tradução literal, open banking significa “banco aberto”, ou “sistema bancário aberto”. Esse conceito funda-se num simples princípio: os usuários de serviços bancários são os verdadeiros donos de seus dados financeiros, e não os bancos.
Basicamente o ‘open banking’ possibilitará o compartilhamento de dados dos clientes, detidos por instituições financeiras e demais instituições autorizadas, com outros players de mercado, por meio do desenvolvimento de um sistema de abertura e integração de plataformas. Isso, claro, com a expressa autorização do cliente.
A expectativa é que a nova política traga mais autonomia aos clientes, bem como aumente a oferta de produtos e serviços, inclusive com redução de custos. Em suma: a revolução tecnológica é pró-competitiva e inclusiva para a intermediação financeira.
Em fala à imprensa o ministro da economia, Paulo Guedes, disse ontem que com a redução da taxa básica de juros (SELIC), o governo estima que gastará R$100 bilhões a menos com pagamento de juros de sua dívida. Em termos de comparação: estamos falando de mais de 3 vezes o valor gasto com o Bolsa Família, que é de R$30 bilhões ao ano. Com esses recursos, o governo poderá investir em melhorias na saúde e educação, em vez de pagar os juros altos de um país que ainda não é fiscalmente confiável.
Em linha com o defendido nesta coluna na capa da última sexta-feira (Tabelar cheque especial é pior forma para reduzir juros), o Ministro da Economia Paulo Guedes disse em entrevista que achou uma “esculhambação” o tabelamento dos juros do cheque especial. A decisão sobre o juros foi do presidente do BC, Roberto Campos Neto, que é conhecido por ser liberal assim como Guedes. Campos Neto se defendeu que o objetivo é “desmontar a maldade dos bancos.” Reafirmando nossa opinião, concordamos com a redução dos juros, desde que isso se estabeleça pela concorrência com novas empresas se serviços financeiros, conhecidas como ‘fintechs’.
O termo em inglês Small Caps se refere às empresas da bolsa de valores com valor menor que US$2 bi. Nesse critério, entram CVC Viagens, MRV e Via Varejo (Casas Bahia), por exemplo. Essas empresas com menor valor de mercado, possuem potencial de valorização superiores a uma gigante como o Itaú, que vale mais de R$300 bi e tem espaço de crescimento reduzido. O ditado já dizia que os menores frascos guardam os melhores perfumes. No entanto, essas companhias geralmente não são consolidadas e podem perder valor tão rápido quanto ganhar. E nesses casos, vender as ações pode ser complicado devido ao baixo volume de negociações na bolsa. Afinal, os frascos pequenos ora podem conter piores venenos.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória