Marcus Buaiz e Wanessa Camargo visitam governador Casagrande
Nas últimas semanas observamos o dólar comercial bater e ultrapassar o patamar máximo histórico de R$4,20. Isso frustrou as expectativas de quem acreditou que o dólar cairia com a eleição de Bolsonaro, com sua agenda reformista e pró-mercado. Entretanto, a alta parece não ser culpa do presidente. Entendemos que essa alta pode ser uma “alta positiva”, já que não foi causada pelo aumento do risco de investir no Brasil — na realidade, deu-se pelo motivo contrário. Por que Paulo Guedes disse que a alta da moeda seria algo natural e até mesmo desejável? O que está acontecendo com o dólar?
Em primeiro lugar, devemos entender que o dólar varia seu preço conforme a lei da oferta e da procura, como qualquer outra moeda ou produto da economia. Esse é o motivo das flutuações que vemos diariamente, mas não explica o que queremos entender aqui: o motivo da forte alta do dólar observada recentemente no Brasil.
Na realidade, tudo depende da taxa de juros. Com a Selic mais baixa, temos aumento do acesso a crédito, o que incentiva o consumo, empreendimentos na economia real, compra de imóveis e a atividade industrial. Bom para a atividade econômica.
Ocorre que a queda brusca da Selic nos últimos anos (de 14,25% para 5%) deixou o investimento em juros no Brasil menos atrativo para os investidores estrangeiros. A razão de investirem no Brasil, até então, era a alta taxa de juros em comparação com os países desenvolvidos (alguns, inclusive, trabalham com taxas negativas e beirando a zero). Sem esse benefício, os estrangeiros decidiram retornar com seu dinheiro para países desenvolvidos (mais seguros) em moedas fortes como o dólar.
Em resumo: isso reduz a demanda pelo real e aumenta a demanda pelo dólar, valorizando a moeda americana. Dados apontam que até novembro, a saída de capital do país totalizou US$75 bilhões.
Nesse contexto, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que não se preocupa com o dólar mais alto, pois isso é reflexo de profundas melhorias na economia brasileira. “Quando você tem politica fiscal mais forte e juro mais baixo, o câmbio de equilíbrio é mais alto. Então que o câmbio esteja em torno de R$4, R$4 e pouco, subindo, é normal quando a gente troca o ‘mix’”, afirmou o ministro.
Contudo, ainda existem assimetrias que indicam que o dólar pode não persistir nesses níveis. Isso porque desde outubro do ano passado o indicador de risco país, que mede o risco de calote de um país e de suas empresas, caiu pela metade. Normalmente, essa queda vem acompanhada de uma valorização da moeda local — o que, pelos fatores acima expostos, acabou não ocorrendo no Brasil até o presente momento, tornando o Brasil um país díspar no mundo quando o assunto é câmbio.
Ainda assim, alguns investidores institucionais acreditam em dólar na casa dos R$3,80-R$4,00, como Itaú e Verde Asset, e outros como a Quasar acreditam que o dólar pode chegar até R$6,00 em um cenário mais estressado.
Não sabemos para onde o dólar vai, mas temos uma certeza: não há lugar para pessimismo. O dólar ‘alto’ deve vir acompanhado de crescimento econômico, ainda que nos traga um pouco mais de inflação, reflexo do aumento de preços de insumos importados. Certo é que o Brasil está construindo uma política econômica sólida que traz expectativas positivas para o futuro do país.
O Ibovespa encerrou o mês de novembro destacando desvalorizações dos papéis do setor bancário, após mudanças anunciadas pelo Banco Central em regulações que criam um ambiento para maior competição, além dos possíveis impostos anunciados que serão exclusivos para o setor.
Essa combinação de fatores trouxe uma expectativa negativa em relação aos futuros resultados e retornos dos bancos, frente a um cenário de competitividade que leva à mudança da distribuição aos clientes e margens mais apertadas.
Para enfrentar este novo momento, alguns pilares serão muito importantes para o resultado no longuíssimo prazo: estrutura leve e não burocrática, leque amplo de produtos financeiros independentes buscando a seleção dos fornecedores, e acima de tudo foco em excelência na prestação de serviços com foco no cliente.
Acontece entre 6 a 8 de dezembro, na Praça do Papa, em Vitória o Circuito Startup Summit. Serão mais de 40 atrações, 15 espaços de inovação e tecnologia, palestrantes de renome nacional e startups com exposição de produtos e serviços, em uma estrutura de 3.600 metros quadrados. Uma das atrações é o jogo de tabuleiro que simula a criação de uma startup, no qual os participantes formarão um grupo e passarão por todas as fases do início de uma empresa. O Circuito Startup Summit é gratuito e as inscrições podem ser feitas no site www.sebraesummites.com.br
Com dificuldades financeiras, milhões de brasileiros ainda recorrem ao crédito caro: o cheque especial e rotativo do cartão de crédito tem juros superiores a 300% ao ano e o empréstimo pessoal supera os 100% ao ano. A alternativa mais barata, o crédito consignado–aquele descontado diretamente na folha de pagamento– é muitas vezes associada a funcionários públicos e aposentados. No entanto, trabalhadores privados também podem acessá-lo com juros a partir de 1,99% ao mês– até 10 vezes menores que o cheque especial. Hoje em dia, contudo, menos de 7% dos trabalhadores privados tem acesso a essa modalidade.
Atualmente, mais de 100 milhões de brasileiros não tem acesso a tratamento de esgoto e 35 milhões não tem abastecimento de água tratada. Apesar dessa mazela, a câmara federal insiste em atrasar a aprovação do Marco Regulatório do Saneamento, que atrai investimentos e permite concorrência no setor. Além dos ganhos para o meio ambiente, o Marco do Saneamento pode gerar benefícios para a economia. Um projeto necessário que vai ajudar o Brasil a se livrar de mais um problema de terceiro mundista que o acomete.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória