Na última sexta-feira (13), o Grupo Permanente de Acompanhamento Empresarial do Espírito Santo se reuniu para a última reunião do ano no plenário da Findes, em Vitória. O grupo reúne trimestralmente empresários capixabas e especialistas em economia, política e negócios para discutir a situação do ES e do Brasil em meio aos acontecimentos globais e novas políticas econômicas. Entre as principais discussões estiveram o cenário de juros e investimentos.
Nessa última reunião do GPAEES, os especialistas convidados foram o subsecretário de Negociações Internacionais do Ministério da Economia, Alexandre Lobo, a economista-chefe da consultoria Rosenberg, Thais Zara; o superintendente da Eco101, Carlos Eduardo Xisto; e o diretor executivo do Ideies, Marcelo Saintive.
O diretor do Ideies e ex-secretário do Tesouro Nacional falou sobre o ambiente de produtividade e negócios no Estado. O Ideies é uma instituição ligada ao Findes que realiza pesquisas e desenvolve posicionamentos estratégicos com foco no fortalecimento da indústria capixaba.
O subsecretário do Ministério da Economia, Alexandre Lobo, falou sobre o acordo automotivo entre Brasil, Argentina e México e comentou sobre a agenda de inserção internacional do país, destacando a recente conclusão do acordo de livre-comércio entre o Mercosul e o EFTA – bloco comercial integrado por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein.
Segundo Lobo, nesse acordo “tivemos ofertas concedidas pelo bloco nunca antes concedidas a outros países exportadores agrícolas”. O bloco será um relevante parceiro para o país: possui um PIB de US$1,1 tri, um dos maiores PIB per capita do mundo e assim figura como nono maior ator no comércio mundial de bens.
A economista-chefe da Rosenberg, Thais Zara, fez uma análise do cenário econômico doméstico. Para ela, “a reforma da Previdência, os ajustes nas contas públicas e o controle da inflação refletiram em uma taxa de juros consistentemente mais baixa para os próximos anos, o que permite o início da recuperação do mercado de crédito.”
Zara complementa que, com a expectativa de de crescimento ainda mais positiva para o ano que vem, a nota de crédito do Brasil deve continuar melhorando, atraindo investidores estrangeiros para o país. Um dos setores mais beneficiados pode ser o de infraestrutura, com as desestatizações e o Marco do Saneamento.
A vitória do Primeiro Ministro (PM) Boris Jhonson na eleição parlamentar britânica do último dia 12/12, reduziu a incerteza quanto a saída do Reino Unido (UK) da União Européia (EU). Com a vitória do PM, um defensor da separação EU-UK, a saída deve ocorrer no dia 31/01.
A separação UK-EU, embora no curto prazo possa reduzir o crescimento do UK, pode melhorar o crescimento no longo prazo. Para tanto, o UK deve se livrar das amarras da regulação imposta pela EU, buscando novos parceiros comerciais e fazendo novos acordos de livre comércio.
Aqui entra o Brasil e o Mercosul. O UK passa a ser um grande mercado em busca de parceiros comerciais e o Brasil (e/ou Mercosul) deve se colocar rapidamente em condições de negociar um acordo de livre comércio.
Com mercados livres, em particular o setor de agronegócio do Brasil tem condições de competir e aumentar suas vendas para o UK. Ganhamos nós com maior produção e emprego, ganham os britâncos com produtos mais baratos.
Com a febre dos carros elétricos ao redor do mundo, o Espírito Santo se prepara para recebê-los. Em parceria com o Findes e Senai, a EDP já instalou cinco postos de carregamento de veículos elétricos, que distam 120km um do outro. Segundo estimativas, o número de veículos elétricos deve chegar a 2 milhões no Brasil até 2030.
Na última semana foi anunciado no site oficial da Previdência que o governo refez os cálculos da economia da nova previdência, e o impacto será de R$1,3 tri em 10 anos, bem acima dos R$800 bi previstos. Ao fim de 20 anos, serão R$4 tri de economia para os cofres públicos.
Juca Andrade, vice-presidente de Produtos e Clientes da B3, diz que a bolsa de valores brasileira pode em breve receber novos investimentos, visando acompanhar a transformação do mercado de renda variável no Brasil. Entre as alternativas, estão sendo analisadas novas ações brasileiras disponíveis nos EUA (como PagSeguro, Stone e XP Inc) e de países europeus e asíáticos; e novos ETF’s (papéis que replicam índices, tais como bolsas) estrangeiros.
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