O psicólogo das empresas capixabas
Todo ano, o empresário brasileiro gasta um PIB da Noruega apenas por estar no país. Desde a hora de abrir um negócio até a hora de fechar, as regras complexas, altos tributos e problemas de infraestrutura custam muito caro ao empreendedor brasileiro, seja ele grande ou pequeno. Isso siginfica que uma quantia enorme de dinheiro é direcionada para burocracia, planejamento tributário, advogados e contadores, em vez de serem empregados no setor produtivo. Entenda o que está sendo feito para mitigar esses efeitos a seguir.
O emaranhado de normas burocráticas, barreiras comerciais, tributos complexos, riscos judiciais, infraestrutura deficitária e outros componentes do chamado “custo Brasil” encarece os negócios em R$ 1,5 trilhão e representa 22% do PIB, segundo estudo do Ministério da Economia. Isso significa que em comparação com a média da OCDE, o custo de fazer negócios no Brasil é R$ 1,5 trilhão maior.
Um dos principais componentes é o sistema tributário: as empresas brasileiras empenham 1.501 horas por ano para declarar tributos e destinam 65% de seus lucros no pagamento de impostos. Entre países da OCDE, essa média é de 161 horas por ano e 40% dos lucros obtidos. Como resultado, empresas daqui têm até R$ 280 bilhões de custo extra.
Atualmente, o Governo Federal conta com a Secretaria Especial de Produtividade e Emprego, que está desenvolvendo um programa específico para diminuir o Custo Brasil. O objetivo é colocar o Brasil entre as 50 economias competitivas do mundo. Atualmente, o país ocupa a 71ª posição.
Segundo o Movimento Brasil Competitivo, uma prioridade na redução do custo Brasil deve ser o fator humano. Atacando a baixa qualificação da mão de obra, encargos trabalhistas elevados, alta judicialização e riscos trabalhistas, pode-se gerar uma redução de custos em até R$ 320 bi por ano.
Esta última semana tivemos vários fatores que reduziram a incerteza no mercado internacional. Primeiro, os EUA chegam a um acordo comercial com a China, impedindo a escalada da guerra tarifária entre estes dois países. Segundo, a eleição parlamentar britânica deu clara vitória ao partido Conservador, confirmando a saída do Reino Unido da União Européia. Finalmente, o Brasil teve nota soberana colocada em perspectiva positiva.
Estes eventos reduzem a incerteza e devem levar a redução da saída de capital do Brasil. Mas, a colocação da nota brasileira em perspectiva positiva é um sinal de que o mercado internacional começa a perceber os resultado das reformas implementadas por Temer/Bolsonaro.
Depois de anos de corrupção e descontrole fiscal dos governos petistas, este sinal dos mercados internacionais e o aumento do crescimento interno indicam que as reformas começam a fazer efeito. Mas, há ainda muitas outras reformas à frente, antes do Brasil recuperar o grau de investimento, consolidando o crescimento e a estabilidade.
É sabido pelo mercado que a produtora de papel e celulose, Suzano S.A., está passando por um momento de redução da dívida: a palavra de ordem é enxugar de US$13bi a US$10bi. Além disso, a empresa está com torneira fechada: reduziu investimentos em bens de capital. Então é curioso surgir um investimento bilionário nesse momento. Esse desembolso foi possível graças a uma lei estadual aprovada em junho, que permite a venda de créditos fiscais de ICMS que as empresas detém conta o estado. Em outras palavras: investir sem colocar a mão no bolso.
Como empresas boas, medianas e até ruins podem se tornar duradouras? Em “Feitas para vencer”, Jim Collins mostra como as grandes organizações triunfam no decorrer do tempo e como o desempenho sustentável a longo prazo pode ser inserido no DNA de uma empresa desde sua concepção. Collins apresenta exemplos que desafiam a lógica e transformam a mediocridade em uma superioridade duradoura e descreve as características universais que levam uma companhia à excelência. Um clássico imperdível da literatura dos negócios.
Antes de buscar investidores anjo ou fundos de investimento profissionais, uma startup deve atender algumas condições mínimas. Entre as principais estão: ter um time com habilidade complementares e com alta capacidade de execução; ter um mercado potencial de no mínimo US$1 bi; ter métricas e resultados que demonstrem que a empresa ati ngiu o problem-solution fit, ou seja, um produto ou serviço que resolva o problema endereçado e satisfaça o mercado (isso siginifica que estágio de prototipação não é adequado para buscar investidores); um quadro societário apropriado para as próximas rodadas de captação.
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