O que de fato vai fazer sua ação subir
Em carta aos investidores, a gestora de fundos de investimento Atmos apontou que o Brasil está “doente”. O país está expulsando seus maiores talentos e empresários mais produtivos devido a problemas crônicos no funcionamento do Estado e da economia. Para a casa de investimentos, nenhum país desenvolvido de hoje conseguiu crescer sem reter talentos– pelo contrário, só fizeram isso atraindo-os. Entenda o risco desse cenário logo a seguir.
O Brasil continua pouco produtivo e enriquencendo vagarosamente. Aqui, a renda média das 2,7% famílias mais ricas está em US$40 mil por ano, contra uma média de US$5 mil de toda a população. A média geral da OCDE é de US$33 mil e da Dinamarca, de US$40 mil– quase o mesmo que a elite daqui.
Em carta aos investidores, a gestora de fundos de investimento Atmos, afirma que frente a esse cenário, “não é à toa que muitas famílias da elite, leiam-se classes média e média-alta, com qualidade de educação comparável ao mundo desenvolvido, vêm emigrando do país ao longo das últimas décadas.”
Para a gestora, os números não deixam mentir: “no agregado do país, antes da crise da Venezuela, esses números refletiam-se em estimadamente 0,1 saídas-líquidas por ano para cada 1.000 pessoas. Parecem números pequenos, mas para referência, nos EUA essa taxa é positiva em aproximadamente 4 imigrantes-líquidos para cada 1.000 pessoas.”
Na carta, a Atmos conclui que, o Brasil apresenta sintomas deletérios para uma nação que almeja crescimento. “Um país com população jovem que não atrai novos talentos e ainda por cima passa a expulsar seus melhores, trata-se de uma nação doente. A parte triste é que êxodos de classe média e média alta costumeiramente são concentrados entre os 0,01% responsáveis por produzir os impactos relevantes sobre a produtividade da economia.
Conforme a carta, essa elite intelectual e econômica com alto potencial produtivo “cansa de pagar excessivamente por serviços públicos precários e, por conta da formação educacional acima da média, conseguem deixar o país de nascimento, corrigindo o erro da cegonha. É o famoso “brain drain”, sinal de alerta em culturas corporativas decrépitas, e similarmente em países.”
Esse cenário de crescente escassez de capital humano não é nada positivo para o desenvolvimento do país. Na verdade, o Brasil se encontra no exato oposto do que países desenvolvidos vivenciaram durante sua ascenção
A exemplo disso, a Atmos finaliza dizendo que os países ocidentais desenvolvidos “foram forjados por imigrantes famintos pela possibilidade de ascensão social através do estudo e do trabalho. O sonho americano dos séculos XIX e XX simboliza esta situação, atraindo diversidade e em determinados momentos ganhando o luxuoso direito de peneirar e selecionar os melhores talentos.”
Atualmente, estamos vendo um aumento contínuo e consistente nas alocações em ações brasileiras por investidores locais. Com as taxas de juros em queda, os investidores locais estão transferindo seu dinheiro para as ações.
Em novembro, a alocação de capital por investidores locais atingiu 12,7%, vindo de 8,9% em agosto de 2018. Apesar do aumento, os níveis de alocação ainda estão abaixo da média de 14% de 2011 a 2014 (pré-recessão) e muito abaixo do pico de 22% de 2007. Os investidores estrangeiros, no entanto, têm sido muito mais cautelosos.
Desde a eleição do presidente Bolsonaro, e refletindo um modo global de aversão a risco, eles não aumentaram muito sua exposição às ações brasileiras. Um crescimento econômico mais forte poderia finalmente direcionar os fluxos estrangeiros para o Brasil, sendo a situação dos mercados globais será fundamental para determinar o apetite dos investidores estrangeiros por uma exposição ao risco de mercados emergentes.
De acordo com o Atlas do Estado Brasileiro 2019, nas últimas três décadas, os salários de funcionários públicos tiveram ganho real (acima da inflação) de 23,5%. Enquanto isso, as bonificações para trabalhadores privados caiu 4%.
Oito das principais empresas de tecnologia da China investiram mais de R$ 200 bilhões em startups ao longo de 2019. Segundo o jornal local ThePaper, 419 empresas chinesas e estrangeiras receberam aportes de Alibaba, Tencent, Baidu, JD.com, Xiaomi, ByteDance, Meituan e Didi no ano passado.
A SpaceX recentemente concluiu o lançamento de 60 satélites no espaço. O objetivo do projeto é oferecer internet banda larga ao mundo todo, inclusive nos lugares mais remotos do planeta. A expectativa é que a rede já seja disponibilizada nos Estados Unidos e Canadá a partir deste ano.
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