Aos 30 anos Sicoob inova e cresce
O Softbank, banco japonês que investe em startups globalmente, esteve em meio a inúmeras polêmicas nos últimos anos. A estratégia de investir em empresas disruptivas e com alta capacidade de crescimento vem rendendo alguns resultados assustadores: o WeWork, empresa na qual o SoftBank possui participação perdeu bilhões em valor de mercado e teve seu IPO cancelado em 2o19. E esse é so um caso.
No entanto, o André Maciel e Paulo Passoni, sócios do Softbank no Brasil, garantem que o prejuízo não durará para sempre e o objetivo é ganhar no longo prazo. Para isso, o Softbank vem apostando no Brasil e em empresas como o Banco Inter. Sobre a virada do banco dos riscos, hoje no Mundo Business.
O banco japonês Softbank é grande: já é listado há mais de 20 anos na bolsa, possui um valor de mercado de quase US$100 bi, e participações que totalizam US$300 bi. Com a estagnação da bolsa japonesa e juros japoneses negativos, a única saída para os fundos da companhia obterem retornos expressivos foi buscando investimentos em empresas de alto risco em estágio inicial– as startups. No entanto, muitos dos aportes do banco não obtiveram sucesso.
Apesar dos prejuízos de algumas empresas de seu portfólio como Uber e Softbank, por exemplo, não é só de decepções que vive o Softbank. Se de um lado, o Vision Fund, fundo de investimentos em empresas e startups fez todo o lucro do banco desaparecer, o Softbank possui uma participação de 30% plataforma chinesa AliBaba que rendeu retornos impressionantes”
Segundo o sócio do banco no Brasil, André Maciel, estratégia é de ter altos retornos no longuíssimo prazo, e o objetivo para isso é seguir buscando encontrar “o próximo AliBaba”– uma empresa disruptiva que vai mudar a vida das pessoas e gerar retornos muito acima da média.”
Para Maciel “hoje o Softbank não procura coisas pequenas, apenas projetos de grande impacto. Mas como é difícil prever qual vai ser o próximo Alibaba, nós temos muitos acertos e muitos erros nos nossos investimentos, o que faz parte do jogo.”
No fundo do Softbank voltado para América Latina, a projeção é de que apenas 60% a 70% dos investimentos tenham sucesso. “Nós temos uma previsão que vamos errar de forma frequente, e isso faz parte do risco retorno da situação em que a gente se envolve: empresas mais novas crescendo rapidamente, muitas chegam ao seu ponto de maturidade mas nem todas conseguem.” observa o também sócio do banco, Paulo Passoni.
No inicio do ano, anuncio: Softbank Vision Fund, que investiu só em 2016 $100 bilhões de dólares em gigantes americanas como a WeWork e o Uber — pretende injetar no Brasil cerca de $5 bilhões de dólares, e já aportou $1 bilhão em empresas brasileiras como Banco Inter, Rappi, GymPass e Creditas.
De acordo com André Maciel, a tese de investimento que permite tomar tanto risco foi construída, basicamente, em torno do seguinte raciocínio: pouco importa se a empresa reporta lucros de 25 milhões de reais, 30 milhões reais ou 50 milhões de reais.
“O que valorizamos é se o a empresa está construindo uma vantagem estratégica de longo prazo. O Banco Inter, por exemplo, um dos destaques do mercado financeiro e bancário, tem três vezes menos funcionários por clientes que os grandes bancos, o cost of funding é mais baixo, eles possuem a melhor plataforma de investimentos para pessoa física do Brasil e adquirem 14 mil novos clientes por mês, em média.”
Em julho de 2019, o Softbank deu um voto de confiança ao banco digital brasileiro e decidiu investir US$ 200 milhões em sua oferta de ações, ficando com 8% do capital. No CEO Conference, do BTG Pactual, os sócios André Maciel e Paulo Passoni explicaram o racional por trás da decisão de investir no Inter. Eles dividiram o palco com o CEO do banco digital, João Vitor Menin, que comentou sobre os novos projetos e desafios do banco para os próximos anos.
Completo. É dessa forma que o Banco Inter busca se posicionar para cravar de vez seu espaço no mercado de bancos de varejo no Brasil. O foco não é entrar na discussão de qual é o modelo de negócio ideal entre bancos tradicionais ou dos chamados bancos digitais, mas, sim, transitar nos dois “mundos” e oferecer uma plataforma completa de produtos, desde tradicionais serviços financeiros até opções de lazer e entretenimento.
A estratégia de plataforma completa é um ambicioso projeto que resultou no recém-lançado SuperApp, ferramenta que reúne em um mesmo aplicativo serviços financeiros e não financeiros de parceiros como Americanas, Renner, Marisa, Submarino, Nike, Sem Parar e Carrefour.
De acordo com João Vitor, o principal objetivo do SuperApp é fornecer ao cliente “o outro lado da mesa”. Percebendo que já haviam dominado a parte de pagamentos e de crédito, afinal, estamos falando de um banco digital, o Inter concluiu que toda a parte de serviço financeiro já estava dentro de seu ecossistema. Querendo oferecer o outro lado da mesa, que é o de produtos não financeiros, criaram o SuperApp.
“Nossos clientes já estão capacitados a ter um payment fácil no app e um crédito disponível. Por que não colocar o produto para que ele possa consumir? Esse é o racional por trás; com isso criamos mais engajamento e uma relação mais próxima com clientes, dando mais facilidade para que eles possam consumir serviços em um só aplicativo”.
Para a consolidação desse projeto, João Vitor ressaltou a importância da participação do Softbank. “Se eu tivesse que escolher entre Softbank e Berkshire Hathaway (do Warren Buffett), eu escolheria o Softbank. O motivo é muito simples: know-how. O nosso objetivo com o follow-on foi captar recursos para investir no SuperApp. E ter como parceiro o Softbank, que eh o maior acionista de uma das maiores empresas desse setor (Alibaba), significa trazer todo esse conhecimento para dentro do Inter e alinhar os interesses entre a empresa e os acionistas”, comentou.
Em fala no Ceo Conference do BTG Pactual, Bredda explicou o racional dos empresários em meio a juros mais baixos: “aquela indecisão sobre abrir uma nova fábrica ou expandir começa a ser concretizada, ainda que o emprego não retorne na mesma velocidade.” No dia 5 de março, Bredda palestra em Vitória no evento Folha Business.
Das quatro maiores economias do planeta, apenas os EUA (1º) não estão em estado crítico. Japão (3º) reportou uma queda anualizada do PIB de -6,3%; a China (2º) está paralisada por conta do Coronavirus e terá sua atividade econômica impactada; o PIB da Alemanha (4º) ficou paralisado em 2019.
Nesta quinta-feira (20), O Banco Central (BC) anunciou que cortou a alíquota de recolhimento do depósito compulsório do bancos. Agora, a taxa passa a ser de 25%. Esse tipo de operação é usado pelo BC para estimular ou esfriar a economia, controlando a exposição dos bancos ao risco de inadimplência.
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