Hospitais Filantrópicos pedem ajuda contra coronavírus
O Diretor de Programas do Ministério da Economia e professor da Fucape Business School, Bruno Funchal, falou em live promovida pela Apex Partners ontem (10) sobre as políticas para amenizar a crise, o possível corte no salário de servidores, o déficit fiscal de 2020 e as expectativas para a retomada da economia.
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QUANDO A NORMALIDADE VOLTARÁ?
Para Funchal, diante do atual cenário, não podemos olhar apenas para a economia, e nem somente para a saúde. Não fugiremos de uma depressão no segundo trimestre, então precisamos nos preocupar com ambos para termos a maior retomada possível no terceiro trimestre.
As pessoas voltarão a trabalhar a depender do grau de contágio e das estratégias de retomada e de abertura de alguns setores. Essa estratégia passa por uma aceleração de testes das pessoas (testes em massa), conforme sinalizou o Ministro Paulo Guedes.
PARA AMENIZAR A CRISE
O economista avalia que “a quantidade de demissões deve ser muito grande, por isso o programa de folha de pagamento foi um dos mais importantes. Como no Brasil é burocrático demitir, o efeito deve ser suavizado, mas será grande”.
Ele acrescenta que precisamos dar apoio aos vulneráveis, principalmente via coronavoucher e apoio nas folhas de pagamentos e linhas de crédito. Nesse sentido, Funchal avalia que o Ministério da Economia está liberando os recursos necessários para assistência: “inicialmente, pensávamos em um de R$ 15 bilhões, mas diante da magnitude do problema, o programa aprovado será de R$ 100 bilhões. Mas há um problema logístico para viabilizar o pagamento para 50 milhões de pessoas”.
ROMBO EXTRAORDINÁRIO NÃO DEVE SE REPETIR
Funchal aponta que “nossa meta de déficit primário [o quanto o governo gasta mais que arrecada] foi de R$ 127 bilhões para R$ 420 bilhões neste ano. Mas tem que ficar claro que é um recurso apenas para esse ano, e sermos responsáveis fiscais nos próximos anos.”
Para o diretor do Ministério da Economia, “o problema do orçamento são despesas obrigatórias recorrentes, como o BPC. Se a trajetória de endividamento continuar na trajetória de 2019 estaremos bem, mas continuarmos concedendo benefícios e aumentando gastos recorrentes e obrigatórios, a dívida pode sair do controle”.
Após seis circuit-breakers em 2020, o Ibovespa, que antes negociava na casa dos 60 mil pontos, ontem fechou próximo dos 78 mil pontos. Wagner Varejão, economista e assessor da Vértice Investimentos explica o que motivou essa alta. “É difícil fazer análise somente do cenário doméstico, pois desde as mínimas das bolsas brasileira e americana, elas já subiram cerca de 20%. Ou seja, nossa bolsa tem se espelhado nos movimentos internacionais. Acredito que o mercado está retornando pois as ações caíram de forma exagerada em março, e muitas ficaram excessivamente baratas. Estamos retornando a um patamar de preços mais justos. Contribuiu também a atuação enérgica dos bancos centrais, principalmente o americano, em prover apoio ao mercado financeiro e de crédito, que se somaram aos incentivos fiscais do governo. Há também um avanço científico no combate ao COVID-19”.
A indústria capixaba avançou 5,9% em fevereiro, mas a nota conjuntural do Ideies aponta que a crise do coronavirus será obstáculo para os próximos meses.
Apesar do avanço em fevereiro, crise do coronavírus será obstáculo nos próximos meses, que devem aguardar resultados negativos.
As indústrias extrativas cresceram 8,3% e tiveram um papel importante nesse avanço.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória