Como a FINDES está combatendo a crise do coronavírus?

O presidente da Federação das Industrias do Espírito Santo (FINDES) Leonardo de Castro falou em live promovida pela Apex Partners sobre como a FINDES está ajudando o ambiente de negócios capixaba a atravessar o momento de crise e cobrou atitudes do governo e do empresariado em prol da retomada. Entenda a seguir.

Burocracia e tributos no Espírito Santo podem ser entraves para a retomada, avalia presidente da FINDES

Leonardo de Castro avalia que em meio à atual crise o empresariado está atuante no combate à pandemia. “Várias empresas estão se organizando e doando milhões para ajudar a sociedade a enfrentar a doença. Estão doando de comida a respiradores”, afirma.

Ele destaca que a Federação participa desse movimento solidário com o projeto “Indústria do bem”. A ação consiste em identificar as principais demandas do sistema público de saúde e estabelecer a conexão com empresas para que possam colaborar e atender a demanda. “Não quisemos realizar doações de forma direta, por isso estamos atuando a partir de uma lista do governo para melhor atender ao estado”, explica Leonardo.

Segundo ele, a Federação está tomando ações de disponibilizar o máximo de informações para o empresário tomar as melhores decisões no tempo dele. Além dos estudos econômicos, a atual gestão lançou o Indicador de Atividade Econômica Findes (IAE-Findes), uma estimativa trimestral do PIB capixaba. Leonardo avalia que “nesse momento informação é central para tomarmos decisões corretas. A visão que nós temos é de que vai piorar antes de melhorar; precisamos nos basear nos dados para retomar da melhor forma possível”.

No contexto da retomada, cobrou ações tanto dos empresários industriais quanto do Governo do Estado. Para ele, “os empresários precisam mudar os hábitos. Utilizar EPIs não basta: é uma mudança no dia a dia dos colaboradores. Precisamos também investir em comunicação para implementar dentro das empresas os novos protocolos de saúde. Se não mudarmos, as consequências serão piores”.

Já as demandas para o governo do estado são no sentido da desburocratização. “Apesar da contribuição positiva do Fundo de Aval do Governo do Estado para acesso ao crédito, ele avalia que “licenciamentos e burocracias são um caos, e precisamos investir em infraestrutura. Somos um estado capitalizado, o que nos permite realizar investimentos em obras”.

O presidente lamentou que vários setores industriais estão perdendo em competição com outros estados na questão tributária. “Precisamos de regras claras e celeridade para o Espírito Santo andar em ritmo mais rápido e ter uma melhor retomada”.

Está acontecendo uma grande distância do anúncio de crédito e a disponibilidade dele. Banco empresta para quem não precisa, por isso o governo precisa ajudar a fazer o recurso chegar na ponta. “O Fundo De Aval vai ajudar muito o pequeno e microempresário com a expansão recente do programa”.

A PEC do Orçamento de Guerra e o Crédito ao Pequeno Negócio

A PEC 10/20, votada no Senado Federal, fez alterações na compra de créditos privados pelo Banco Central do Brasil (BCB). A ideia por trás da mudança é incentivar a expansão do crédito para as micro, pequenas e médias empresas (Art. 8º, parágrafo 1º).

Visto que o setor bancário concentrado não oferta crédito a pequenos negócios, o Senado está tentando corrigir este problema via atuação do BCB. Embora esta tentativa vá na direção certa, não deve atingir o seu objetivo.

A compra de títulos de crédito privado pelo BCB vai exigir classificação de risco pelas três maiores agências de “rating” internacionais. A despeito do nível de classificação mínimo, os pequenos negócios jamais serão analisados por estas agências.

Ainda atravessamos esta crise sem que o pequeno negócio tenha qualquer ajuda (fiscal ou creditícia).Uma vez que, a maior parte do setor de serviços é composta por microempreendedores, a consequência será o aumento do desemprego e da informalidade.