Abr 2020
24
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

Abr 2020
24
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

"Funcionários públicos deverão se sacrificar"

Mansueto Almeida afirmou em live promovida pela Apex que acredita que o buraco nos cofres públicos deste ano será muito maior do que o esperado devido à natureza da crise. “Temos que priorizar a saúde das pessoas, auxiliar os vulneráveis e, depois, focar nos gastos adicionais”.

É fato que esse problema fiscal é grave: em 2019, a dívida pública do Brasil era equivalente a 77% do que o país produz em um ano (PIB), o que já é considerado elevado para um país emergente. Uma dívida fora de controle traz mais desconfiança com o Brasil e afasta (mais ainda) investidores já traumatizados com o país.

O Secretário do Tesouro teme que “o déficit primário [gastos acima da arrecadação] chegará a cerca de 7% ou 8% do PIB, cerca de R$ 600 bilhões. A dívida pública esse ano deve atingir a marca entre 85% e 90% do PIB”.

Assim, Mansueto enfatiza que devemos ficar atentos à natureza dos gastos em meio à pandemia, que é emergencial e temporária. “Temos que ter cuidado para que os aumentos de despesas neste ano não contamine o orçamento da União nos próximos anos. A flexibilidade com a PEC de Guerra só permite gastos temporários e vinculados aos impactos econômicos e sociais do coronavírus. Assim, depois da crise do coronavírus, a agenda de reformas deve ser retomada como prioridade”.

Neste momento, Mansueto defende uma linha responsável e moral– ele quer que o funcionalismo se sacrifique na mesma medida que a iniciativa privada em meio à crise. “É bom que os servidores públicos saibam que depois dessa crise não haverá espaço para aumento de salários. Aumento de salários para o funcionalismo é um mal histórico do Brasil. O fato é que o Brasil sairá dessa crise com um endividamento maior e esforços serão necessários”.

De outro lado, ele deixa claro que não persegue servidores, mas exige equidade. “Não é nada contra o servidor, mas é um compromisso com o cidadão e com o país de manter o país saudável financeiramente. Não há a possibilidade de o setor privado arcar com a crise sozinho, sem que o funcionalismo corte seus gastos. Caso isso permaneça, empregos serão perdidos e a desigualdade crescerá”.

*Com João Flávio Figueiredo

Mansueto é incisivo nas fiscalização dos governadores

Dentre as medidas que devem ser adotadas durante essa crise, Mansueto é incisivo com os governos estaduais, conhecidos no Brasil pela irresponsabilidade com o dinheiro do pagador de impostos

“O cidadão deve ter mecanismos que o permitam acompanhar mais claramente a situação fiscal de seu estado. Vários estados do país tomaram medidas completamente irresponsáveis no passado, o que prejudicou a capacidade de tomar ação em meio à crise. Nesse sentido, a responsabilidade fiscal do passado foi fundamental para que o Espírito Santo conseguisse tomar medidas mais robustas hoje, para combater os impactos do coronavírus.” defende o Secretário.

Em estados “irresponsáveis”, o uso indevido de recursos públicos do passado se refletem, por exemplo, em um sistema de saúde menos preparado hoje, o que pode custar a vida de muitos brasileiros.

Quanto ao seguro que a Câmara aprovou para recompor as perdas de arrecadação dos estados e municípios durante esta crise, Mansueto enxerga que é fundamental exigir contrapartida dos estados. “Oferecer um seguro para mitigar os impactos da crise, sem qualquer retorno a União, estimula a irresponsabilidade fiscal das Unidades Federativas.”

Com responsabilidade em primeiro lugar, Mansueto é uma esperança para a economia brasileira em tempos de incerteza.

Postado Agora

Justiça

Moro diz que pode deixar governo se Bolsonaro demitir diretor da Polícia Federal; crise coincide com aproximação entre presidente e centrão

Postado Agora

Dólar: mais um recorde

Dólar bate R$5,52 com redução da Selic e incertezas com Moro no Radar

Postado Agora

Bolsa

Empresas exportadoras como Suzano, Embraer, Gerdau e Klabin lideraram ganhos; dólar em alta é positivo para receita

Veja também

As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

Pular para a barra de ferramentas