Secretário do Tesouro teme rombo descontrolado nas contas públicas
Até o mês de janeiro deste ano, a expectativa do mercado era de que 2020 seria o ano de maior crescimento do Brasil desde 2013. No entanto, o ‘Cisne Negro’ do coronavírus fez com que qualquer expectativa positiva fosse frustrada. Diante desse cenário, refleti e compilei aqueles que consideramos serem os principais aprendizados dos investidores na presente crise.
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1. Devemos carregar sempre as proteções
Dólar, dólar, dólar. E um pouco de ouro. Animados com o forte período de alta de ações na bolsa de valores que o Brasil vivia desde 2017, muitos investidores descuidaram de proteger seu patrimônio, e concentraram todos os seus ‘ovos’ na mesma ‘cesta’: os ativos de risco que dependem de que a economia vá bem para se valorizarem, como ações de empresas e ativos imobiliários, por exemplo.
Deixaram de lado os mais conhecidos ‘porto seguros’ de investimentos do mundo: o dólar, a moeda forte (utilizada para proteger o patrimônio dos investidores globais, dada a solidez da economia americana); e o ouro, reserva de valor dado sua limitada oferta global. Resultado: o dólar sobe +32% frente ao real em 2020; e o ouro sobe +10% em 2020.
2. Diversificar sem descorrelacionar é inútil
Mesmo aqueles que diversificaram seus investimentos, muitas vezes fizeram da maneira errada. Aqui há uma importante distinção que gostamos de fazer e julgamos importante: diversificar o patrimônio é DIFERENTE de descorrelacionar. Explico. Diversificar segue a lógica de ‘não colocar os ovos na mesma cesta’, ou seja, investir em diferentes ativos (exemplo: comprar ações da Petrobras, do Itaú e da Vale).
Apesar de investir em ativos diferentes, muitas vezes a rentabilidade desses três ativos está correlacionada entre si. E o que correlaciona essa rentabilidade? Simples: o crescimento da economia brasileira e o risco de investir no Brasil (risco país).
Já quando você descorrelaciona seus investimentos, está investindo em ativos cuja rentabilidade não possuem correlação entre si. Por exemplo: quando você investe em uma ação da Apple, corre o risco de pararem de comprar iPhones; o risco da manufatura na China ficar mais cara; o risco da economia dos países desenvolvidos entrar em recessão. Quando você investe na Petrobras, corre o risco do petróleo cair; corre o risco do governo brasileiro gerenciar mal a empresa (como vimos recentemente).
Percebe que quando você investe na Apple e na Petrobras, está correndo dois riscos diferentes? Portanto, em vez de simplesmente ‘diversificar’, um bom investidor deveria descorrelacionar seus investimentos.
Começamos a ouvir sugestões de que o governo brasileiro deve emitir moeda para financiar o combate ao coronavírus. A ideia é baseada na experiência de combate a crise de 2008 na União Européia e nos EUA. Estas duas economias, fizeram uma grande expansão monetária e não tiveram inflação.
O Brasil pode fazer o mesmo? Basta pensar o que acontece nos momentos de choque, como 2008 ou 2020. Nestes momentos, alguém decide vender dólar ou euro para comprar real? Os agentes fazem exatamente o contrário.
Assim, se o governo no Brasil financiar gastos com expansão monetária, teremos aqui agentes com mais reais, para comprar mais dólares ou mais bens, o que aumenta a inflação.
Na década de 80, inventou-se no Brasil os planos heterodoxos. Ignorava-se o controle do déficit público e a expansão da moeda para reduzir a inflação. Como consequência, tivemos desorganização de mercados e recessão. Não vamos esquecer, não há caminho fácil: temos que controlar o déficit público.
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