A atual crise está mudando a mentalidade das empresas com relação à forma de trabalhar. Um dos principais sinais disso foi a rápida adaptação ao home-office, que mudou a mentalidade dos empresários sobre a necessidade de amplos espaços físicos. Erick Lorenzon, fundador da rede de espaços de coworking NaCapital, nos contou que espaços de trabalho compartilhados podem ajudar as empresas na retomada, com mais flexibilidade. Também conversamos sobre o assunto com Fernando Pimenta, fundador da Nest Coworking.
No livro Organizações Exponenciais, que já recomendamos nesta coluna, Salim Ismail explica como funcionam as empresas exponenciais, que geram impactos e resultados incríveis utilizando compartilhamento e tecnologia.
Uma das características das organizações exponenciais que encantou o mundo foi o uso de ativos alavancados. Afinal, porque ter um carro nos grandes centros se é possível solicitar uma carona em cinco minutos?
Em tempos de crise, paramos para repensar o uso de imóveis comerciais. Com empresas adotando home-office massivamente, ter grandes imóveis e sedes comerciais se tornou obsoleto para alguns tipos de negócios. Nesse cenário, o compartilhamento de imóveis comerciais pode se tornar uma alternativa. Em Vitória, na Praia do Canto, Erick Lorenzon fundou o espaço de coworking NaCapital no ano passado com a proposta de ajudar empresas a crescerem juntas.
Lorenzon enxerga que há uma grande mudança de paradigma acontecendo no mundo. “Durante os três meses em home-office, desenvolvemos habilidades de sermos produtivos remotamente algumas. Algumas empresas identificaram que podem trabalhar sem uma sede física. Muitos empresários vão passar a utilizar espaços menores e espaços compartilhados, que têm custo menor e nenhuma burocracia”, analisa o empresário.
Ele nos conta que o coworking ganhou notoriedade em 2008, quando empresários não tinham perspectiva clara de retomada, muito similar ao que acontece hoje. Erick explica que “ninguém sabia com que velocidade iria precisar de espaço físico, e escritórios compartilhados foram uma tendência por serem fáceis de contratar e descontratar.
Lorenzon, no entanto, lamenta que ainda existe um certo preconceito com espaços compartilhados no Espírito Santo. “Usar coworking não é um sinal de que a empresa não é capaz de ter sede própria. Em São Paulo, companhias como Lojas Americanas e Embraer já usam essa ferramenta”, encerra o fundador da NaCapital.
Fernando Pimenta, fundador da Nest Coworking, estamos passando por uma mudança na valorização de imóveis comerciais. “Além da grande mobilização de capital, existe o alto custo administrativo e de manutenção. Pode ser um investimento desnecessário para muitas empresas”, aponta o empresário.
Pimenta também observa que, apesar de termos aprendido a trabalhar em home-office, sofremos com distrações e interrupções– “não é ideal para trabalhar.” Ele sugere que os escritórios compartilhados são um espaço alternativo. “É um local em que possibilita atendimento de clientes, treinamentos, reuniões e aumenta a produtividade.”
Em maio, a Nest completa cinco anos, e Pimenta aponta que na retomada, bairros residenciais que ainda não tem espaços de coworing, como Jardim Camburi, Bento Ferreira, Jucutuquara e Centro são prováveis espaços para expansão.
O que Amazon, Google, Facebook e Netflix tem em comum? Elas são empresas exponenciais. Crescem rapidamente com poucos recursos. Abaixo, as características que Salim Ismail Identificou nessas organizações exponenciais.
Tecnologias sociais garantem comunicação eficiente e instantânea. Aprimoramentos são feitos com experimentação contínua– e correções rápidas em caso de falha.
Organizações exponenciais têm um PTM (Propósito Transformador Massivo), traduz qual é o sentido da existência da empresa, o objetivo maior.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória
