Como a China inova no agronegócio?
Na primeira semana de junho, a bolsa brasileira seguiu em forte alta, com uma valorização de mais de 8%, e não perdeu o fôlego que vimos nas últimas semanas. Desde meados de março, quando a bolsa atingiu o fundo do poço, na casa dos 63 mil pontos, a alta acumulada já se aproxima dos 50% e chega aos 94 mil pontos. Mesmo com um cenário ainda incerto em meio à pandemia, a bolsa mostra um forte otimismo e surgem dúvidas se faz sentido ou não a bolsa estar nesse nível. Para entender o cenário conversamos com o estrategista-chefe da Apex Partners, Tiago Pessotti.
O estrategista-chefe da Apex Partners, Tiago Pessotti analisa que a reabertura da economia junto aos fortes estímulos dos Bancos Centrais ao redor do mundo estão levando a uma alta das bolsas. “Estamos tendo uma retomada melhor que o esperado”, avalia.
Nesse contexto, Pessotti enxerga que “o Brasil entra na esteira da reabertura da economia e também vê alta na Ibovespa. Apesar dos recentes episódios políticos, como a saída de ministros, a permanência de Paulo Guedes e os acordos com o centrão mostram boa governabilidade.”
Contudo, a bolsa não reflete a atual situação das empresas, e sim, projeções para os próximos 12 meses, destaca Pessotti. “Temos fatores que beneficiam a retomada no ano que vem, como os juros baixos. Agora, dependemos do andamento das reformas para confirmar esse cenário positivo”, destaca.
A seguir, analisamos outros importantes fatores internos e externos que estão contribuindo para a forte alta da bolsa brasileira.
CENÁRIO INTERNACIONAL: DINHEIRO DE SOBRA E INÍCIO DE RETOMADA
No cenário internacional, as maiores economias do mundo já apresentam sinais de início de recuperação na economia. As bolsas americanas seguem em alta, o que respinga no Brasil. Na China, o setor de serviços emergiu de uma queda de três meses consecutivos e atingiu o nível mais alto em quase uma década.
Os EUA surpreendem e criam 3,1 milhões de vagas de emprego em maio, contrariando a expectativa de perda de 7,5 milhões de vagas. Ainda nesta última semana, Banco Central Europeu aprovou estímulo de US$ 1,5 tri e Alemanha aprova pacote bilionário para estimular consumo.
ESTRANGEIROS TAMBÉM VOLTAM A INVESTIR NO BRASIL
No mês de junho, o saldo do investidor estrangeiro está positivo em R$ 1,78 bilhão. Na última quarta-feira apenas, estrangeiros aportaram R$ 852 milhões nas ações listadas no Brasil. No ano, a saída soma R$ 75,06 bilhões.
O relatório a clientes do Goldman Sachs explica uma forte razão para esse movimento: a carta sinalizou que a Bolsa brasileira voltou a ser a preferida porque teve o pior desempenho entre os mercados emergentes, do começo do ano até agora.
SELIC BAIXA ARRASTA INVESTIDORES PARA A BOLSA
Cada queda na Selic atrai mais brasileiros para a bolsa brasileira. Afinal, com a Selic a 3% ao ano — podendo cair ainda mais — fica cada vez mais difícil ter qualquer ganho real na renda fixa.
O último dado divulgado pela B3 aponta que já existem 1,9 milhões de pessoas físicas na bolsa, um aumento de 90% em comparação com maio de 2019, quando a bolsa atingiu seu primeiro milhão de cadastros.
Para efeito de comparação, entre 2011 e 2017, o número de acionistas na bolsa ficou estacionado em 500 mil. Com isso, o volume de recursos investidos em empresas se torna cada vez maior, o que resulta em valorização das ações.
Expectativa para 2020 é de desempenho equilibrado, com consumo mais racional e voltado para produtos essenciais e de primeira necessidade.
O estudo do Ranking ABAD/Nielsen 2020 – ano base 2019, aponta que o setor atacadista e distribuidor atingiu em 2019 faturamento de R$ 273,5 bilhões, a preço de varejo, revelando uma participação de 53% no mercado mercearil nacional, que é avaliado pela Nielsen em R$ 516,2 bilhões em 2019. No ano passado, o atacado distribuidor registrou crescimento nominal de 4,5% e real de 0,19% sobre o ano anterior.
Em 2019, empresas com atuação em apenas um estado continuaram a se destacar. O crescimento médio do setor ficou em 4,5% a variação no faturamento das empresas que atuam em apenas um estado foi de 9,9%.
Além disso, o crescimento mais acentuado concentrou-se em empresas de porte grande e médio-grande, em todas as regiões do país. Contrariando essa tendência, a região Sudeste é a única que apresenta maior crescimento das empresas pequenas e médias.
E 62% dos brasileiros acreditam que ainda vão enfrentar algum problema que levará ao atraso no pagamento de suas contas
Com a chegada do verão na Europa, estabelecimentos voltados ao turismo correm para reabrir. Na Grécia alguns clubes já voltam a ter festas– e o público não faz questão de usar máscara.
Socorro a montadoras deve ter cerca de R$ 4 bilhões por empresa
O setor amarga grande recuo após o início da pandemia, com a suspensão das operações de 64 das 65 fábricas do país.
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