Jun 2020
9
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

Jun 2020
9
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

Benefício social e risco moral: quando e quem governo deve resgatar?

Empresas são arranjos de pessoas e insumos que existem por gerar mais valor juntos e organizados que separados. Por isso a falência das empresas em meio à crise gera prejuízos: estamos quebrando arranjos, em tese, eficientes.

De outro lado, o socorro governamental para manter certas empresas vivas gera outros custos e preocupações. Alguns deles: como garantir que as empresas não vão ter atitudes mais irresponsáveis no futuro sabendo da possbilidade de resgate? Como dividir esses custos do resgate na sociedade? Quando é eficiente salvar empresas?

Para Daniel Goldberg, na decisão entre salvar ou não uma companhia, devemos analisar o resgate das empresas sob a perspectiva dos CPFs, em vez dos CNPJs.

Isso significa que o governo deve enxergar os ‘bailouts’ (resgates) como uma forma de beneficiar a sociedade, que, em última instância, é quem paga por isso. Assim, deve-se comparar o que tem maior benefício econômico: salvar a empresa e manter o conjunto ou permitir a falência, transferir renda (auxílio financeiro) aos CPFs afetados e liberar os ativos para novas companhias.

Outro fator analisado por Daniel Goldberg é o risco moral de salvar empresas imprudentes durante a crise. A questão é: como garantir que elas não terão atitudes de ainda maior risco no futuro devido à expectativa de serem novamente resgatadas? É fato que a maior parte das empresas não são preparadas para resistir a meses sem receita, e vem a sofrer de iliquidez em momentos como esse.

Dentre as grandes empresas, o setor aéreo é o mais afetado por esta crise. São empresas em geral com poucos ativos (aviões geralmente são “alugados”) e alto endividamento.

Contudo, quando analisamos o setor aéreo da Europa, por exemplo, temos de um lado a RyanAir, que não precisou de resgate devido ao farto caixa e frota própria, e outras empresas menos prudentes que estão sendo resgatadas. Nesse caso, o socorro financeiro pune a cautela da RyanAir e premia a imprudência financeira das concorrentes. Injusto, não?

No Brasil, em um momento em que avança o apoio a empresas do setor automotivo, entre outras, devemos nos questionar: quem, de fato, estamos ajudando com esse gasto público?

Stuhlberger está otimista com segunda onda da pandemia

“De tudo que eu li nestes 4 ou 5 meses de pandemia talvez o que foi mais inspirador foi um artigo escrito pelo Michael Cembalest do JP Morgan. Ele cita John Stuart Mill, economista que em 1848 que mostra o quão mais rápido os países se recuperam do que você pensam. A adaptabilidade humana sempre surpreende positivamente.

Dessa vez não acho que será diferente: o problema é a travessia mas os Bancos Centrais estão dando muito mais dinheiro do que poderia ser dado, visto que ‘não há culpado’ nessa crise – diferente de 2008, quando o “impacto moral” impediu uma ajuda mais rápida aos bancos.

Temos hoje “dinheiro infinito” para esperar uma vacina. E eu sou relativamente otimista com a segunda onda, acho que aprendemos com o que não devemos fazer sobre evitar aglomerações em estádios e locais públicos. Mas eu também acho que vai ser mais difícil os países pobres aplicarem isso.”

*Luis Stuhlberger é gestor dos fundos Verde e é um dos principais atores da história do mercado financeiro brasileiro

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CMNA-USP promove curso gratuito de mercado de capitais

O Center for M&A Studies da USP, do qual faz parte a capixaba Bárbara Scarton, promove de forma online e gratuita o Curso de Introdução às Fusões e Aquisições.

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Apoio de grandes empresas

O curso, realizado em parceria com a Nysba, tem apoio de grandes empresas e já conta com mais de mil inscritos.

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