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Em um cenário de juros baixos e bolsa descontada no Brasil, um fluxo de R$ 7 trilhões hoje alocado em ativos de renda fixa pode inundar a bolsa brasileira nos próximos anos. Hoje a bolsa possui estoque de recursos na ordem de R$ 3,5 trilhões, o que mostra, segundo especialistas, espaço para crescimento devido à migração de ativos mais conservadores para ativos mais arriscados, advindo da forte redução dos juros básicos no país. Esse foi um dos assuntos trazidos à tona pelos especialistas do BTG Pactual, Luiz Paiva, Daniel Marinelle e Ricardo Cavalieri em live promovida pela junto aos especialistas da APX investimentos Tiago Pessotti e Douglas Pezzin.
Com o juro real da renda fixa beirando o zero, o investidor que era acostumado a ter uma rentabilidade de 2 dígitos na renda fixa deve aumentar naturalmente seu apetite pela bolsa de valores– um dos investimentos mais promissores para quem busca ganhos reais. Assim, nos próximos anos, apenas o fluxo de nmigração de recursos de renda fixa para a renda variável pode levar a bolsa para patamares historicamente altos. Uma realocação de 20% do capital da renda fixa na bolsa já representa um crescimento de volume de mais de 40% na Ibovespa.
E os indicadores são fartos ao apontar que a bolsa brasileira está atrativa. Para Ricardo Cavalieri, especialista do BTG Pactual, a bolsa ainda deve continuar com boas oportunidades para o investidor. O Preço/Lucro (P/L) médio do Ibovespa – indicador utilizado para medir se as ações listadas na bolsa brasileiras estão ‘caras’ ou ‘baratas’ – que em 2019 estava em 18,5 vezes, em média, deve ficar na faixa dos 14 em 2021. Isso significa que, em média, as ações deverão ser negociadas ao múltiplo de de 14 vezes seu lucro anual, sensivelmente abaixo da média histórica.
Assim, Luiz Paiva projeta a bolsa brasileira com mais liquidez em 2021, isto é, um maior número de negociações de papéis. “O fluxo parece estar falando mais forte que o fundamento, em meio às perspectivas de retomada”. Em outras palavras: a migração de recursos de investidores buscando rentabilidade está, nesse momento, ditando o ritmo de valorização da bolsa — e não o aumento de lucros projetados das empresas.
Entretanto, gostamos de recordar que para que o mercado continue a trajetória de alta, o fundamento das empresas (ou seja, o lucro das empresas) deve acompanhar a valorização dos ativos para não haver correções (quedas acentuadas). Já lembramos aqui algumas vezes que a bolsa acompanha o lucro das empresas. E isso vale não somente para os investimentos em ações como também para os fundos imobiliários.
Por último, cabe lembrar que pode somar-se ao fluxo de recursos brasileiros em direção à bolsa um possível retorno dos investidores estrangeiros ao Brasil. Os fundos globais estão alocados em Brasil em apenas 0,2% do total de recursos geridos, sendo que esse valor já chegou a 2% em um passado não muito distante, segundo Luiz Paiva. Aguardamos.
Segundo Daniel Martinelle, especificamente dentro dos fundos imobiliários, há muito espaço para crescimento, visto que o setor ainda é muito incipiente no Brasil. Ele afirmou que nessa crise os investidores perceberam que FIIs também são papéis de renda variável, pois apresentaram volatilidade mais alta, acompanhando o mercado acionário.
Contudo, pela previsibilidade de pagamento de dividendos e menor risco, os FIIs devem abrigar os investidores pessoas física “órfãos” do juro alto– CPFs já são 70% dos investidores da categoria. Isso porque têm o pagamento recorrente de aluguéis — é como se você comprasse um apartamento ou loja para alugar.
Sobre os riscos de redução do apetite por imóveis após a pandemia, Martinelle defende uma posição que também trouxemos nesta coluna: declarar o fim de imóveis físicos é um exagero e ativos bem localizados continuam com baixa vacância e continuam sendo bons ativos.
Os números não deixam mentir: lajes corporativas dos principais endereços de São Paulo (como a av. Faria Lima) continuam com alta nos aluguéis mesmo em meio à paralisação da economia.
Durante a live, os especialistas do BTG falaram sobre as ações que julgam mais promissoras na bolsa
Luiz Paiva destacou o setor de educação, mais especificamente a empresa Cogna (ticker: COGN3) ressaltando boas perspectivas para o longo prazo
A Hapvida (ticker: HAPV3) foi analisada como promissora no setor de saúde, devido a uma boa gestão. Com o coronavírus, a telemedicina foi aprovada pelo conselho nacional de medicina, e esse serviço foi otimizado
No momento atual de câmbio desvalorizado, Ricardo afirmou que a casa de investimentos destaca exportadoras, como JBS (ticker: JBS3) e Vale (ticker: VALE3). Também mencionou a Gerdau (ticker: GGBR4), que é diretamente relacionada com a construção civil, e pode ser impulsionada pelos estímulos definidos pelo presidente Donald Trump.
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