Medida Provisória que modernizava leis trabalhistas perde a validade. E agora?
Uma questão interessante de analisada pelo financista Aswath Damodaran em palestra em evento na última semana é o impacto diferente que a atual crise provocou nas ações de ‘value’ (empresas com desconto entre o preço que apresentam no mercado e seu verdadeiro valor), e ações de ‘growth’ (como as empresas de tecnologia com alto crescimento de receitas e de lucros, que costumam ser mais caras do que as tradicionais). De um lado temos empresas tradicionais como Coca-Cola, Johnson & Johnson, AT&T, JP Morgan, Wells Fargo; e de outro, empresas como Amazon, Facebook, Apple e Google. Quais ações guardam mais oportunidades neste momento?
Ações de ‘value’ são aquelas ‘descontadas’ com relação ao seu valor intrínseco, tidas como ‘baratas’ sobre métricas tradicionais de valuation.
Alguns importantes indicadores são a comparação entre o preço (valor de mercado da companhia) e o verdadeiro valor (relacionado ao lucro, margens e receita) da empresa. Quando existe muita disparidade entre o preço e o valor, temos uma oportunidade de ‘value investing’. Como exemplo desse grupo podemos citar o banco americano Wells Fargo e a operadora de telecomunicações americana AT&T.
Já as ações de growth, como Amazon e Apple, são aquelas mais caras com relação ao seu valor intrínseco. Por elas o mercado paga mais caro por unidade de lucro ou receita, dado que possuem tendência de continuarem melhorando seus resultados.
Elas são conhecidas por um forte momentum positivo, dado que crescem receita ano após ano, recebem mais injeção de capital e acabam sendo avaliadas em ‘múltiplos’ mais caros. Ou seja, nessas empresas o investidor paga mais por unidade de lucro ou receita no que nas empresas de ‘value’, com a ideia de que o crescimento passado vai se repetir.
Historicamente, ações de value obtiveram maior valorização do que ações de growth. No entanto, na última década (2010-19), as ações de ‘growth’ tiveram desempenho 5,4% superior às ações de ‘value’.
Assim como nessa crise, na qual as ações de growth registram ganhos muito superiores às ações de value. Isso levou à maior diferença de preço entre ações desses dois grupos em 40 anos.
A minha opinião? Como revelei neste vídeo, como adepto da filosofia de ‘value investing’, busco ‘margem de segurança’ para investir. Ou seja, só investir onde existe segurança de que a companhia, sob determinadas óticas, encontra-se descontada, para que exista ‘assimetria positiva’ no investimento – em bom português, ‘pouco espaço para cair, muito espaço para subir’.
É onde se encontram as ações de value nesse momento, como na minha visão o Wells Fargo e a AT&T. Já as ações de growth estão experimentando valuations astronômicos, como Amazon e Tesla.
Para se ter ideia, enquanto os investidores estão pagando hoje $6 dólar por cada $1 dólar de lucro realizado em 2019 na Wells Fargo, eles pagam hoje $150 dólares por cada $1 dólar de lucro realizado em 2019 na Amazon.
A grosso modo, paga-se 25 vezes mais para ter uma ação da Amazon do que do Wells Fargo– independente das razões e diferenças entre as companhias, apenas para se ter uma dimensão.
Será que isso vai continuar? Até quando? Na minha visão, momento para comprar ações de valor, em especial no exterior.
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