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Nesta quarta-feira (5), o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) cortou a taxa básica de juros Selic em 0,25 pontos-base. Assim, renovou-se a mínima histórica de 2,25% para 2%. Apesar da a pandemia e seus efeitos deflacionários terem contribuído, a queda da taxa Selic verificada nos últimos 30 anos no Brasil foi um caminho pavimentado por reformas que controlaram o gasto público e a taxa pode seguir em queda nos próximos meses. Isso porque, com o novo coronavírus a inflação diminuiu a níveis menores do que os esperados anteriormente. No artigo a seguir, Tiago Pessotti, CIO da Apex Partners, defende que, o fator que contribuirá para que a taxa de juros permaneça baixa por longo prazo são as medidas de controle de gastos, o que é possibilitado pela continuidade da agenda de reformas estruturais no pós-pandemia.
A taxa Selic caiu nas últimas três décadas de acordo com a melhoria das condições macroeconômicas brasileiras.
Em 1990, a taxa ficou em torno de 170% ao ano. Já o primeiro registro do risco-país do Brasil de acordo com o Ipeadata, em 1994, foi avaliado em 1.120 pontos-base. Contudo, naquele ano entrou em vigor o Plano Real, responsável pela redução da inflação brasileira. Em 1993, foi registrado 2.708% de inflação, que caiu para 909% ao final de 1994 e somente 14,77% em 1995.
Com menor inflação, a Selic teve queda: em junho de 1996 ela já estava em 23,28%.
Em janeiro de 2000, o risco-país foi avaliado com 675 pontos-base, bem inferior ao patamar de 10 anos atrás. E a despeito da Selic ainda estar em patamares muito altos quando comparados aos países desenvolvidos, já registrava percentuais abaixo de 19,0%.
O ciclo de reformas continuou nesse período, com a sanção da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) naquele ano, que definiu que a dívida consolidada líquida do governo federal, dos estados ou municípios não pode superar duas vezes a receita líquida corrente.
SELIC NA ERA DILMA: DESCONTROLE FISCAL E RENTISMO
Em janeiro de 2010, o risco-país registrou 191 pontos-base e a Selic estava em 8,65%. Em outubro de 2012 ela alcançou sua então mínima histórica de 7,25%. Entretanto, após o descontrole fiscal verificado no Governo Dilma, o índice subiu até chegar em 14,25% em 2016.
Não é à toa o Brasil era considerado “o país dos rentistas”. Isso se deve à esse histórico em que, para ter rentabilidade nos investimentos, bastava alocar os recursos em ativos de renda fixa.
Contudo, após a retomada da agenda de reformas a partir do Governo Temer, com a Regra do Teto de Gastos, a redução de subsídios do BNDES, e a Reforma da Previdência em 2019, houve um aumento de confiança de consumidores e do mercado.
A inflação diminuiu e o Banco Central reduziu a Selic sucessivamente até chegar ao atual patamar de 2%, com o risco-país registrando 329 pontos-base em 3 de agosto.
Após a Era Dilma, a queda da Selic para patamares mais próximos aos dos países desenvolvidos apenas foi possível após muitas reformas estruturais que reduziram o gasto público e equilibraram a dívida pública. Dessa forma, a chave para ter juros menores foi a diminuição do risco em longo prazo. A partir das medidas de controle monetário, inflacionário e de gastos, houve maior espaço para redução dos juros.
Por fim, vale lembrar que, nesse contexto de Selic na mínima histórica, nunca foi tão importante ter uma assessoria de investimentos. Antes, o conhecimento básico de renda fixa pós-fixada já rentabilizava o capital. Porém, agora é necessário um conhecimento muito mais amplo nas diversas classes de ativos do mercado.
No dia 7 (sexta-feira), o ES tinha uma taxa de curados de 84,2% contra 70,3% do Brasil
ES acumula redução de 26,9 mil postos formais no 1º semestre de 2020
BEC de julho destacam os impactos da Covid-19, com queda nos índices de atividade econômica do Brasil (-6%) e do ES (-6,3%) no acumulado do ano.
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