Brasil deve ver série de startups ‘unicórnios’ em 2021, diz Bossa Nova Investimentos
Por Ricardo Frizera | A Singu, startup do ramo de serviços de beleza fundada pelo empreendedor em série Tallis Gomes (fundador da Easy Taxi), recebeu nesta semana um investimento da multinacional Natura. A Apex Partners, casa de investimentos capixaba, ainda em 2018 organizou um investimento na Singu. Os recursos possibilitaram a aceleração de seu crescimento a partir de investimentos na expansão da equipe de crescimento e em tecnologia. Como resultado, a empresa aumentou sua base de usuários e sua área de atuação, expandindo sua operação para Brasília e inaugurando espaços físicos em aeroportos. No artigo a seguir, Felipe Caroni, da Apex Partners, comenta o case Singu.
A Natura entrou no segmento de serviços de beleza após concluir os termos da transação de investimento na Singu, plataforma que reúne trabalhadores do setor beleza, como manicure, cabeleireiro e depilação.
A startup promove a digitalização de um setor bilionário — o Brasil é o quarto maior mercado de higiene e beleza do mundo, com cerca de R$ 50 bilhões em consumo —, mas ainda dominado pela informalidade. O caso traz importantes lições tanto de venture capital quanto de Fusões e Aquisições.
Fundada ao final de 2015 por Tallis Gomes — criador da Easy Táxi — a empresa estabeleceu-se inicialmente nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Por meio da Singu é possível encontrar um profissional e agendar um tratamento estético em sua residência, sendo a pioneira a utilizar esse modelo de negócios.
A Singu possibilitou geração de renda para três mil profissionais que não tinham ocupação bem como o aumento da base de clientes de quem já estava atuando no mercado. Por outro lado, o cliente pode ser atendido em sua casa ou no trabalho, em horários livres.
A startup já conta com uma base de 200 mil clientes ativos e seu crescimento foi impulsionado a partir de rodadas de captação de recursos.
CAPITAL DE RISCO: MAIOR RENTABILIDADE E PARTICIPAÇÃO DO INVESTIDOR NO DESENVOLVIMENTO DE NEGÓCIOS
Venture capital, ou capital de risco, é uma modalidade de investimento focada em empresas em estágios iniciais e com expectativas de crescimento rápido, permitindo altas rentabilidades.
O racional desta modalidade de investimento é injetar capital na empresa para ajudá-la a crescer em troca de participação societária ou direito de participação, existindo ainda a possibilidade de contribuir com o desenvolvimento do negócio por intermédio de envolvimento na gestão ou mediante utilização da rede de relacionamentos do investidor.
Por se tratar de uma modalidade de investimento com maior risco atrelado, a Apex Partners aconselha representar um percentual menor da carteira de investimento de poupadores, entre 5 e 10%.
A casa de investimentos entende ainda que trata-se de um mercado com boas oportunidades devido ao potencial de maiores retornos em caso de vendas futuras. Tudo isso deve se enquadrar no perfil de investimento de cada indivíduo.
É importante destacar o cenário econômico brasileiro, com os menores níveis de juros da história do país, a relação risco x retorno em investimentos de venture capital melhorou muito nos últimos anos.
Quatro anos atrás, com a taxa básica de juros em patamares de 14% ao ano, o investidor muitas vezes preferia a segurança da renda fixa. Hoje, com a Selic em 2%, há maior apetite para esse tipo de investimento.
O processo de seleção de investimentos da Apex Partners contempla aspectos tais como o track record da equipe da startup, capacidade de crescimento de receita sem aumento dos custos na mesma proporção, avaliação de riscos-chave, benchmarks nacionais e internacionais, rodadas de captação anteriores e avaliação de indicadores gerenciais.
Vale salientar ainda que o venture capital traz a possibilidade do investidor participar de um projeto de alto impacto na sociedade, disruptivo e que pode alavancar desenvolvimento econômico e social para milhares de pessoas, como é o caso da Singu.
É interessante notar nos últimos anos um aumento expressivo de investimentos na modalidade de Corporate Venture Capital, que é a categoria que se enquadra o deal entre Natura e Singu.
Essa modalidade baseia-se em investimentos de empresas de grande porte em empresas menores com tecnologia agregada e com foco em inovação. O intuito é ter acesso rápido e às inovações e avanços tecnológicos, conhecido como “janela de tecnologia”. Em 2019, ocorreram mais de três mil transações nesta modalidade, somando 57 bilhões de dólares.
A aquisição pela Natura comprovou a tese de investimentos desenvolvida em 2018 pela Apex. Entre 2017 e 2019 a receita bruta da companhia multiplicou-se em três vezes, o que colaborou para atrair o interesse da Natura.
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