Afinal, o que é o miolo da Praia do Canto?
Por Douglas Pezzin | Mais empresas abrirão capital na B3 nos próximos 60 dias do que nos últimos três anos, consolidando um dos melhores momentos para o desenvolvimento do mercado de capitais da história brasileira. A Initial Public Offering (IPO), ou Oferta Pública Inicial, é o processo por meio do qual determinada empresa oferta seus ativos no mercado de ações pela primeira vez. Graças a esse mecanismo, é possível que várias empresas sejam negociadas todos os dias no mercado secundário de ações, em que qualquer pessoa pode negociar sua participação acionária com outrem. Entenda mais a seguir.
Esse instrumento de inserção de companhias na bolsa de valores é uma alternativa para captar recursos, dando liquidez às companhias para financiar seu crescimento e viabilizar seus investimentos. Assim, é uma opção para não ter de recorrer a financiamentos bancários, a novos aportes dos sócios atuais ou a emissão de títulos de dívida, como as debêntures.
Nos últimos anos, em conjunto com o crescimento da bolsa e do mercado de capitais brasileiros, o número de IPOs no país vem crescendo, realimentando a entrada de novos investidores e ampliando as alternativas de investimentos disponíveis.
O mercado de capitais brasileiro possui alto potencial para se desenvolver, e o aumento do número de IPOs é um caminho para esse fim. Desde 2004 até o início de 2020, empresas captaram R$ 193,2 bilhões por meio de 174 ofertas públicas de ações.
DESENVOLVIMENTO DO MERCADO DE CAPITAIS BRASILEIRO: ALTA NO NÚMERO DE IPOs
Em 2019, por exemplo, houve cerca de 40 IPOs, enquanto nos dez anos anteriores a quantidade não passou disso.
Já em 2020, apesar da crise decorrente da Covid-19, já são mais de 40 as empresas que requisitaram junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abrir capital em setembro e outubro. Apenas as incorporadoras somam 18 destas, como HBR Realty e Urba Desenvolvimento Urbano, do Grupo MRV.
Em números mais atualizados, neste ano, os IPOs já movimentaram R$ 25 bilhões em bolsa, mais do que o valor movimentado em em todo o ano de 2019 nesta classe de oferta. Além disso, o volume de emissões é superior a R$ 55 bilhões.
Entre eles, pode-se citar a redução das taxas de juros, para o menor patamar da história do Brasil, que provoca uma migração de investidores da renda fixa para a renda variável, o que aumenta a demanda por ativos de empresas cotadas em bolsa. Para se ter uma ideia dessa migração, o número de investidores na B3 aumentou significativamente ao longo de 2020, com cerca de 900 mil novos CPFs abertos na bolsa entre março e julho, chegando a quase 3 milhões de investidores no país.
Isso é importante visto que, se não houver demanda, a entrada de novas empresas pode acabar sendo frustrada. Como exemplo, nas últimas semanas, a Riva 9 e a Direcional fracassaram em suas tentativas de IPO, visto que não encontraram compradores o suficientes para colocar suas ações no mercado.
É por isso que em países desenvolvidos e com mais investidores em bolsa, o mercado de capitais costuma ser mais maduro com uma maior quantidade de empresas listadas. Nos Estados Unidos, por exemplo, mais de 65% da população investe em bolsa, enquanto esse valor no Brasil está próximo a 1%. Por outro lado, há praticamente 6.000 empresas listadas por lá e apenas em torno de 400 por aqui.
No trimestre marcado pelo adoção de medidas restritivas para contenção da pandemia da Covid-19 (2T20), o Espírito Santo registrou a décima menor taxa de desocupação entre as unidades da federação (12,3%).
56,5% da população desocupada no segundo trimestre do ano estava à procura de trabalho num período de tempo superior a um mês e inferior a 1 ano.
A população ocupada contraiu 9,7%, passando de 1,95 milhão para 1,76 milhão de pessoas no Espírito Santo, resultado da redução da população em ocupações informais.
Fonte: PNAD-C: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (IDEIES/FINDES)
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