O poder de adaptação do cooperativismo capixaba em meio à crise
Por Luiz Henrique Stanger | A coluna de hoje é um pouco mais técnica e vai valer cada minuto investido na leitura. Com dados e observações do mercado imobiliário da Grande Vitória, vou explicar porque estou emitindo um alerta para os compradores de imóveis na planta e/ou em construção. Essa modalidade de vendas vem crescendo na Grande Vitória, mas muitos não se atentam aos riscos envolvidos– principalmente o risco inflacionário.
Assista ao programa Mundo Business hoje às 10h na TV Vitória
O Radar Imobiliário, publicação mensal do time da Apex Investimentos Imobiliários, retrata o cenário das vendas e o estoque das unidades em lançamentos consideradas do mercado primário. Segundo relatório, no mês de julho foram registradas em Vitória 80 vendas de imóveis na planta, em lançamento ou em construção. Comparado ao ao mês de abril constata-se um crescimento de 627,3% e indica, pelo 3º mês consecutivo, a retomada do mercado.
A forma de pagamento para esse tipo de imóvel se dá com um valor de entrada e um parcelamento direto com a construtora. O mais comum são parcelas mensais, semestrais, anuais e, no momento da entrega das chaves, paga-se a parcela de quitação com moeda corrente, carta de consórcio, financiamento bancário ou ainda com o financiamento direto com a construtora.
Acompanhou até aqui e não sentiu falta de nada? Eu te conto. Enquanto a obra é tocada, o construtor vai usar capital próprio ou ir a mercado buscar financiamento para construção. Se você fechar negócio com um valor de sinal baixo e pagar pouco por mês, o construtor aportará capital próprio para construir a sua unidade e, portanto, o que você não pagou (seu saldo devedor) sofrerá correção.
Sempre digo isso: quanto mais você conseguir pagar de entrada e durante a obra, menos dinheiro do próprio bolso ou de instituição bancária o construtor precisará pegar e menor será a correção sobre o que você ainda está devendo. No caso da opção ser por aquela entrada facilitada (leia-se baixa) e parcelas pequenas, deixando o saldo devedor para quitar na entrega de chaves, por exemplo, mais dinheiro o construtor pegará no próprio bolso ou com algum banco.
É aqui que mora o perigo e nas próximas linhas vou explicar o motivo.
Por Luiz Henrique Stanger | Os índices utilizados para correção de saldo devedor durante a obra são o CUB (Custo unitário Básico), medido regionalmente; o INCC (Índice Nacional Custo da Construção), medido a nível nacional; e após o término da obra, costumeiramente em casos de financiamento direto, o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado). Este último é formado por 3 outros índices, quais sejam: IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo), que sofre diretamente com alta no dólar ou em insumos; IPC (Índice de Preços ao Consumidor) e o INCC.
Tem chamado atenção que no acumulado dos últimos 12 meses o IGP-M tenha registrado patamares de 13,02%– apenas em agosto foi uma alta de 2,74%. Diante disso deixo um alerta: se você cometer o erro de pagar um sinal de negócio baixo, somado a mensais baixas com pagamentos semestrais ou anuais pouco relevantes, você chegará na parcela de quitação com uma dívida que pode gerar problemas sérios.
Isso influenciará diretamente na aprovação de crédito para financiar ou no valor de carta de consórcio que você tenha para utilizar. Se torna ainda mais complicado se você optar por um financiamento direto com a construtora tendo esse saldo devedor alto e sendo, mês a mês (pode chegar até 60 ou 120 meses), corrigido pelo IGP-M. De nada adianta investir num imóvel dessa maneira errada se daqui 3 a 5 anos você terá que realizar um distrato e arcar com prejuízos financeiro e emocional. Diante disso, os imóveis prontos ganham destaque tanto pelo preço quanto pelas taxas de financiamento bancário bem baixas e atrativas.
Para finalizar, é válido lembrar que o IGP-M – vilão da coluna de hoje – é utilizado desde 1947 como referência de índice para o reajuste de aluguéis; então, se você mora de aluguel prepare-se para a correção e pense bem sobre a possibilidade da prestação do imóvel próprio ser quase no mesmo valor do seu aluguel. Por óbvio, para se dizer se é melhor um imóvel pronto ou em construção é preciso ver a necessidade e a capacidade financeira para o pagamento. Cada caso é um caso, entenda seu perfil, busque a sua oportunidade e faça um bom negócio.
Acompanhe hoje, às 10h da manhã, na TV Vitória, o segundo episódio do programa Mundo Business. A pauta é inovação no Espírito Santo e os entrevistados são Cris Samorini, presidente da Findes, e Rogério Salume, fundador da Wine.com.br
O Shopping Vitória lançou sua plataforma digital. Após 5 anos estudando sobre e-commerce e desde 2018 com mais afinco, Raphael Brotto, diretor do mall, afirmou que a pandemia acelerou as decisões e será lançado o site shoppingvitoria.com.
Segundo Raphael, uma marca forte aliada ao conceito atual de Omnichannel já atraiu 40 lojistas para a plataforma. O cliente acessa o site, entra na loja de preferência, adquire o produto e pode escolher entre buscar na loja ou receber em casa.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória