Essa frase foi proferida pelo Ministro do STF e Presidente do TSE Luís Roberto Barroso em entrevista ao Programa Mundo Business. O MB teve um estúdio itinerante no Fórum Liberdade e Democracia, realizado nos últimos dias 05 e 06 pelo Instituto Líderes do Amanhã. Durante a conversa, Barroso criticou os defensores do retorno do voto impresso e falou no falso saudosismo do regime militar em crítica aos retrocessos defendidos pela sociedade brasileira.
Para o Ministro Luís Roberto Barroso, o Brasil já superou todos os ciclos de atraso em sua história– e movimentos que pedem retorno da ditadura ou até do voto impresso, segundo ele, devem ser vistos como retrocesso.
“Quando alguém pede volta da ditadura, tem saudade de um tempo que nunca houve. Ditaduras vem com intolerância, censura, violência e no caso brasileiro ainda veio com a ‘década perdida’. Da mesma forma, quem quer o retorno do voto impresso tem uma fantasia que não faz sentido”, disse o Ministro em entrevista ao Mundo Business.
“Até agora nunca se documentou nenhum tipo de fraude na urna eletrônica desde 1996. Não temos razões para desconfiar das urnas e nunca houve nenhuma comprovação de problemas. Fraudes eleitorais no Brasil ocorriam na época do voto manual.”, completa o Ministro.
Ele ainda falou em retrocesso: “o retorno voto impresso poderia trazer grande judicialização das eleições– é como comprar um videocassete na era digital.”
Mas com as urnas eletrônicas nem tudo são flores, e Barroso reconhece isso. “Elas precisam de reposição e são caras”. Em razão disso, o Ministro afirmou que as eleições do futuro devem acontecer pelo computador ou celular de cada um.
Barroso também enxerga que o judiciário caro e lento é um dos principais problemas para o desenvolvimento do do país
O Ministro enxerga que “processos judiciais deveriam demorar de 6 meses a um ano e meio, mas nos acostumamos a processos que demoram mais de uma década, o que é péssimo. Não nos tornaremos verdadeiramente desenvolvidos enquanto não houver melhor funcionamento da justiça, principalmente a criminal.”
Em meio ao cenário atual, Barroso analisa que o judiciário se torna o refúgio dos que não tem razão, dado que “os processos se eternizam.”
“A digitalização manteve o emprego de ao menos quatro milhões de brasileiros nessa pandemia”, afirmou Júlio Vasconcellos, Sócio-fundador do Atlantico e fundador do Peixe Urbano.
O Presidente do Banco Central Roberto Campos Neto elogiou a aprovação do projeto pelo Senado que permite autonomia operacional do Banco Central. “Poderemos com isso ter mais liberdade, inclusive, de tomar medidas impopulares caso seja necessário. É um fortalecimento das instituições”, afirmou.
O Fundador e CEO da Arco Educação Ari de Sá Neto falou de novos métodos de ensino. “Um modelo que está se desenvolvendo cada vez mais é o da sala de aula invertida: na prática, o aluno se prepara antes para a aula e o papel do professor é mais de mediador, provocando debates entre os alunos para que eles aprendam mais. Se você tem uma plataforma que pode oferecer vídeos ou textos de alta qualidade, o benefício deste processo é muito grande”, afirmou.
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