Grupo Águia Branca investe em novos negócios digitais para sair mais forte da crise
Recentemente a maior gestora de recursos do mundo, Blackrock, com US$ 7 tri sob gestão, anunciou que não vai investir em empresas “sujas”, se limitando a alocar seu capital em empresas que respeitam a sigla ESG: Environmental, Social and Governance. Basicamente, significa que as empresas tem alto nível de respeito a práticas ambientais sustentáveis, respeito às comunidades e alto nível de governança corporativa No Espírito Santo e no mundo, a Suzano é uma das companhias que mais de destaca no quesito de sustentabilidade, adotando o conceito de inovabilidade (inovação + sustentabilidade). No Programa Mundo Business do último domingo, conhecemos as instalações da Suzano no Espírito Santo e conversamos com executivos da companhia sobre os novos investimentos no estado.
Assista ao Programa Mundo Business com Suzano e APD Advogados
A Suzano atua na produção de celulose, papel e bens de consumo que derivam, como papel higiênico e materiais de escritório. A empresa é uma gigante em nível global: faturou R$ 27 bilhões em 2019 e tem seu valor de mercado avaliado em R$ 70 bilhões.
A companhia gera 35 mil empregos, sendo 6 mil apenas no ES. Suas plantas possuem a capacidade de produzir anualmente 11 milhões de toneladas de celulose, das quais 2,3 milhões saem de Aracruz (ES).
A planta industrial da Suzano em Aracruz foi fruto da aquisição da Fibria e segue como principal local de atuação no ES. A fábrica produz basicamente celulose, matéria-prima dos diferentes tipos de papel, que é exportada para Ásia, América do Norte e Europa. É uma das maiores plantas do Brasil, com três fábricas. Emprega quase 2.800 colaboradores diretos.
Fabricio José da Silva, Gerente Executivo Industrial da Suzano, disse ao Programa Mundo Business que após a fusão com a Fibria as sinergias logísticas ampliaram a competitividade da nova gigante do papel.
“O raio médio de transporte de madeira foi reduzido, o que reduz nossos custos e torna o negócio mais competitivo. Outro ganho foi a sinergia comercial e compartilhamento de conhecimento técnico”, afirmou.
Agora, a companhia está construindo um novo complexo em Cachoeiro de Itapemirim (ES). Esse complexo será destinado à conversão de papel em rolos de papel higiênico. Com a capacidade de 1 milhão de rolos por dia, a produção anual deverá girar em torno de 30 mil toneladas do consumível.
Antenada às questões ESG, a Suzano vem adotando diversas práticas voltadas para a sociedade, o meio ambiente e as melhores práticas de governança corporativa nesse processo de expansão no Espírito Santo.
Na planta da Suzano em Aracruz, a qual visitamos, toda energia utilizada é renovável, produzida a partir da lignina, uma molécula presente na madeira. Segundo Brenda Nascimento, Coordenadora de Marca da Suzano, 40% da área total da companhia é destinada à conservação ambiental.
Ela ainda afirma que “a Suzano tem metas de longo prazo para o meio ambiente, dentre elas uma visão para impactar positivamente o clima: remover 40 milhões de toneladas de carbono da atmosfera. Conseguimos ir além de ser carbono zero– reduzimos a quantidade de gás do efeito estufa na atmosfera.”
No que se trata de cuidados com a comunidade da Suzano, a companhia criou o Programa Cuidar, que visa zerar o número de acidentes e aumentar a qualidade de vida dos colaboradores.
“Estimulamos as pessoas a cuidarem de si, cuidar do próximo e permitirem ser cuidadas. Além disso, temos desenvolvido ambientes abertos, confortáveis para romper com a visão tradicional de indústria. Com o Programa Juntos e Misturados, todos os colaboradores têm acesso às lideranças, o que cria empoderamento e uma gestão mais horizontal”, encerra Brenda.
Para Guilherme Almeida, sócio-fundador da APD Advogados, o conceito de ESG (Environmental, Social and Governance) está dentro das leis brasileiras há décadas, apesar de ter ganhado relevância recentemente.
“O conceito de ESG está desde a Lei das Sociedades Anônimas na década de 1970 no Brasil. Nela, já existe previsão legal de que o empresário deve buscar seu objetivo respeitando o meio ambiente, direitos fundamentais dos trabalhadores e a comunidade. É um assunto atual, mas a legislação brasileira já tratou dele há muitos anos.”
Além disso, Guilherme afirma que leis brasileiras apoiam empresários que querem adotar práticas ligadas ao ESG. “Na área social,a Lei Rouanet traz incentivos a empresas que doam recursos a projetos culturais. No ramo ambiental, temos projetos de lei que geram incentivos fiscais para empresas que fomentam energias renováveis e empresas que tenham insumos relacionados a produtos reciclados. Tratando-se de boas práticas de governança, temos a recente Lei Anticorrupção que vem defender o erário e trazer princípios de compliance.”
Sobre o compliance, prática ligada à governança corporativa, Rodolpho Pandolfi, também sócio-fundador da APD Advogados, reforça que e 2013 para cá, tivemos leis que trouxeram ao ordenamento jurídico brasileiro o conceito de compliance. “Esse termo consiste basicamente em estar em conformidade com as leis vigentes. Nesse sentido, vemos muitas empresas trazendo conceitos ESG para dentro e exigindo isso de empresas parceiras.”
Conheça abaixo os três projetos da companhia para o Espírito Santo, os quais somam R$ 933,4 milhões, ou 22% do CAPEX total previsto para 2020 (R$ 4,2 bilhões).
A nova unidade de conversão de papel sanitário terá investimento total de R$ 130 milhões e gerará 200 empregos diretos e indiretos.
A Suzano investirá R$ 272,4 milhões na modernização do parque de Aracruz e mais R$ 531 milhões na aquisição e arrendamento de áreas rurais para aumento da base florestal de cultivo de eucalipto.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória