Evento Folha Business traz Ministro Rogério Marinho a Vitória
Por Luiz Henrique Stanger | Em meio a expectativas e previsões, a grande surpresa de 2020 foi a Covid-19 que, espalhada pelo mundo, fez economias desabarem com distanciamento social em curso, novos costumes e dinâmicas para a vida de todos. Vimos literalmente tudo parar. E num primeiro momento não foi diferente com o mercado imobiliário, que teve visitas suspensas e muita animosidade entre inquilinos e proprietários quanto a receberem estranhos em suas casas. Porém, além do digital ter decolado com a valorização de boas fotos, vídeos e visitas em realidade virtual, o ambiente da taxa de juros impulsionou de maneira acelerada e positiva o mercado até o momento.
Não acredito em previsões, afinal natureza e futuro não mandam recado. Revisando minhas postagens de mídias sociais encontrei uma do dia 20/12/2019 em que eu falei sobre a falta de imóveis para o ano seguinte. Independentemente de ter acertado sobre a falta de imóveis para o ano de 2020 (sendo que errei quando falei sobre queda de preços no início de lockdown), acredito que o que sempre deve estar na mente dos clientes é qual ciclo está acontecendo ou prestes a acontecer.
Para 2021 sigo acreditando pouco em “os cisnes negros que podem acontecer para o ano seguinte”, até́ porque sendo o cisne negro um evento raro, como alguém o pode prever? Vai acontecer tal situação com a política. Besteira. PIB vai ser de tanto. Besteira, lembra do Joesley Day? O mundo vai ficar mais quente em 2021. Besteira. Acabarão as profissões x, y e z. Besteira.
Todavia, com a continuidade da taxa Selic estruturalmente baixa, tendo como consequência o financiamento bancário barato, somada a pouca remuneração de renda fixa para o capital alocado, continuo acreditando num 2021 de escassez de bons imóveis. Vai faltar aquele imóvel perfeito que é em andar alto, vista, duas vagas e sol da manhã. Vai faltar imóvel nos prédios que todo mundo gosta e quer. Vai faltar imóvel nos condomínios que todo mundo sonhou.
O ciclo de baixa, com crise em alta, taxa de juros de dois dígitos, desde 2013 teve quem soube aproveitar o momento e entrou no imóvel dos sonhos ao longo da crise. De outro lado, teve quem quis esperar que o preço caísse ainda mais, deixando de levar em conta o valor que pode ser apurado ao observar os fatores intrínsecos que acompanham o imóvel desde sempre e para sempre. Teve gente que só́ pesquisou e juntou grana: esses ainda estão em tempo de realizar boas compras antes da janela de compra se fechar.
Se é a sua 1ª compra ou a realização dos sonhos comprando casa ou apartamento grandes, escolha o que você se apega e o que vai abrir mão. Isso é primordial para delimitar localização, tamanho, padrão, vizinhança etc. Se durante sua busca passar alguma informação real e confirmada de algo que, pelo seu ponto de vista, é algo ideal, bom ou até perfeito, não perca tempo: informe ao profissional que o acompanha que você tem interesse. Realize uma proposta formal e faça bons negócios.
A dúvida entre imóveis novos e antigos sempre vai perseguir o comprador de imóveis. Obedeça a seu estilo e encare uma reforma se realmente apreciar. Caso contrário, pague um prêmio no valor do metro quadrado e adquira algo novo. Nesse cenário de economia em disfunção entre demanda, produção e entrega, lembre-se de ter paciência caso a escolha for reformar ou montar um apartamento novo. Imóveis sendo vendidos do tipo “porteira fechada” podem resolver a situação de mudança e uso imediato do imóvel. Nesses casos, a relação custo-benefício tende a ser alta se o estado do imóvel se casar com gosto de quem o compra. Fuja de compra alavancada de imóveis na planta. Não adianta pagar pouco durante a obra e chegar com uma bola de neve para pagar nas chaves. Isso não é investimento.
Tem liquidez para pagamento à vista? Seu dinheiro já valeu mais no mercado. Se antes o pagamento à vista era a exceção, hoje uma gama de compradores está sacando valores aplicados em renda fixa e poupança para adquirir a casa própria. Por outro lado, a possibilidade de financiamentos com taxas atrativas coloca uma quantidade grande de compradores brigando no páreo com seu pagamento à vista.
Imóvel é para investimento? Você precisa encontrar uma relação em que o imóvel entregue muito valor com preço descontado. Assim terá margem para rentabilizar com aluguel ou revenda pelo preço cheio. Casas de praia ou montanha dão trabalho, mas muito conforto e momentos de lazer. Se esse for o plano, vá em frente.
Bom, essas foram algumas reflexões nessa reta final de ano que quis compartilhar com vocês. Convido a todos para seguirem meu perfil no Instagram @stanger.luiz e interagir com conteúdo diário que produzo por lá. Dicas, críticas, perguntas e sugestões serão muito bem-vindas.
A coluna de hoje foi escrita diretamente de Trancoso, Bahia. Esse nosso Brasil é incrível e a 500 quilômetros da capital Vitória você tem um turismo de alta com experiências paradisíacas. O motivo da viagem foi profissional com objetivo de mapeamento das regiões de Trancoso, Arraial d’Ajuda e Caraíva. Terrenos, casas prontas em condomínio e empreendimentos em desenvolvimento estiveram no meu radar.
Na agenda, além de rodar muito, tive a oportunidade de atender clientes interessados em ter seu canto para sossego e lazer no Sul da Bahia. Além disso, pode ser um excelente investimento para se ter retorno com ocupação do imóvel ao longo do ano.
Aos domingos, a coluna Mundo Business é de autoria do consultor imobiliário Luiz Henrique Stanger. O objetivo é abordar as principais tendências do setor e pautar os principais lançamentos no Espírito Santo
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória