Dez 2020
16
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

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porRicardo Frizera

Dolár, tecnologia e EUA– o racional de investimentos do maior fundo do Brasil

Luiz Parreiras, sócio e gestor da estratégia de fundos multimercados da Verde Asset Management afirmou que no auge da crise desencadeada pela Covid-19, os ativos de risco sofreram grandes quedas e a Verde Asset decidiu que naquele momento fazia mais sentido comprar ativos de risco no exterior.

“No momento inicial da crise, quando tivemos um grande choque, ficamos comprados naquilo que consideramos mais resiliente. No caso, escolhemos concentrar mais investimentos nos EUA pela capacidade de responder à crise com medidas fiscais e monetárias”, afirmou Parreiras.

Contudo, os ativos nos EUA se valorizaram fortemente após o auge do derretimento dos ativos e a visão da Verde se voltou mais ao Brasil. “Os ativos dos EUA ficaram relativamente mais caros que todos os outros. Ainda temos fichas nesse mercado, mas de agosto para cá, voltamos nossas atenções para o Brasil. Apesar do fim de estímulos como o Auxílio Emergencial, temos um cenário de juros baixos e uma visão construtiva para o Brasil em 2021.”

Sobre o dólar, Parreiras não enxerga mais a possibilidade de retorno aos patamares mais baixos. Para ele, isso se deve ao novo paradigma fiscal e monetário do Brasil. “O Brasil viveu durante 30 anos com um acelerador fiscal (gastos) e um freio monetário (juros). Entre 1988 e 2014, o gasto do governo cresceu 7% acima do crescimento do PIB. Para que isso não gerasse um problema de inflação e déficit, era necessária uma taxa de juros alta que trouxesse capital estrangeiro e mantivesse o dólar mais baixo”.

A partir de 2016, porém, as reformas estruturais e a criação de mecanismos de controle do gasto público trouxeram um novo modelo: um freio fiscal e um acelerador monetário. “Na hora que o gasto do governo deixa de crescer de forma brutal, a taxa de juros pode ser reduzida, que deixa de ser atrativa para o capital estrangeiro. Isso permite que o real fique estruturalmente mais barato, e isso veio pra ficar. Acredito que o dólar deve ficar em um patamar sustentável por volta dos 5 reais.”

INCUMBENTES x INSURGENTES

Segundo Luiz Parreiras, o ambiente de negócios do Brasil foi dominado pelos gigantes por décadas, desde o setor bancário ou da cerveja. Contudo, com o cenário de juros baixos, pequenas empresas, chamadas de insurgentes, passaram a competir com as companhias tradicionais, chamadas de incumbentes. Nesse cenário, tanto a fintech quanto a cervejaria artesanal “comem pela beirada” a fatia de mercado dos gigantes.

“A taxa de juros alta foi a mãe de todos os oligopólios no Brasil, pois pequenos empreendedores não tinham acesso a crédito. Contudo, na hora que a taxa de juros cai, a barreira de acesso ao capital para o empreendedor é superada e o empreendedorismo é destravado”, avalia Parreiras. “Assim, os incumbentes– os gigantes nacionais– estão sendo atacados de todos os lados pelos insurgentes.”

Nesse contexto, a tecnologia permite que os insurgentes sejam mais competitivos e eficientes. “Hoje, toda empresa é uma empresa de tecnologia. Hoje, se a empresa não tiver uma infraestrutura tecnológica tanto na gestão quanto no atendimento ao cliente, ela está fora do jogo.”

Entender a resposta das grandes empresas frente à competição das insurgentes é algo que chama a atenção de Luiz Parreiras e da Verde. “Resta saber se são as incumbentes, as gigantes que querem e precisam se transformar digitalmente, mas com mais dificuldade, ou insurgentes, as pequenas startups de tecnologia que causam incômodo para as grandes empresas e precisam ser avaliadas pelas gigantes, seja para comprar ou se juntar” avalia o estrategista da Verde Asset.

Parreiras ainda citou o exemplo do que está acontecendo com o setor financeiro: “De repente surgem fintechs para competir com os grandes bancos, seja oferecendo conta digital gratuita, investimentos ou crédito. Os incumbentes parecem muito grandes mas eles se tornaram compatíveis e a tecnologia está sendo fundamental nesse processo”.

Princípios ESG podem tornar commodities mais caras, avalia Parreiras

O ano de 2020 foi atípico para as commodities, com o caso caricato de contratos de petróleo petróleo sendo negociados a valores negativos. Porém, Parreiras vê um cenário positivo para as commodities nos próximos anos.

“Estamos vivendo uma nova realidade, onde os aspectos ambientais de qualquer investimento vão ser muito cruciais. A capacidade de investimentos que tem um aspecto ambiental sério, a capacidade desse tipo de setor atrair muito capital é baixa. Ninguém quer investir em um projeto que pode gerar problemas ambientais”, explicou.

Assim, Parreiras conclui que mesmo com o retorno sobre capital atrativo, o risco ambiental será uma barreira para investimentos em projetos como extração de petróleo e minério. Por outro lado, a demanda por commodities deve continuar subindo, e os preços devem também se elevar.

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