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A infraestrutura é uma pauta que tem crescido sua importância no Espírito Santo, tendo em vista que os gargalos em diversos setores como logística e portos são um dos principais desafios para o desenvolvimento do ecossistema de negócios e da indústria capixaba. No terceiro painel do Encontro Folha Business, o tema infraestrutura foi debatido por Renato Mazolla, sócio e Head da Equipe de Infraestrutura do BTG Pactual, e Márcio Felix, CEO da EnP Energy. A mediação foi de Alexandre Borborema, Head de finanças corporativas da Apex Partners.
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Durante o painel de infraestrutura, Renato Mazolla disse ter uma visão positiva para o setor de infraestrutura no Brasil, em meio a um cenário de juros baixos e crescimento do apetite de investidores privados. “O desenvolvimento da infraestrutura depende de uma série de fatores. O setor não depende apenas do ímpeto empreendedor, da conjuntura macroeconômica, mas de todo esse conjunto. O que vejo hoje é uma frente bem encaminhada: a financiabilidade dos projetos.”
O sócio do BTG Pactual comparou que há alguns anos o BNDES se apresentava como única fonte de financiamento de projetos de infraestrutura, mas hoje o papel dos financiamentos privados assume maior relevância. “Com a redução da taxa de juros, o mercado privado está com apetite para financiar projetos de infraestrutura de longo prazo. Hoje, quando falamos sobre financiamento de projetos, o BNDES não é mais a principal fonte de recursos para a qual olhamos.”
Ele exemplificou como essa mudança vem se consolidando nas operações de capitais. “Há um ano e meio, substituímos uma linha de crédito do BNB (Banco do Nordeste) em um projeto de transmissão por uma dívida mais atrativa do mercado privado.”
Para Mazolla, também contribuíram para os avanços na infraestrutura os novos marcos regulatórios como a Lei do Gás e o Marco Regulatório do Saneamento. De outro lado, o sócio do BTG Pactual alerta que é necessário destravar mais investimentos da iniciativa privada em projetos de longo prazo. “O apoio do governo à infraestrutura é louvável, mas não é suficiente. A meta de universalização do saneamento até 2033 depende de um investimento de R$ 700 bilhões até lá, mas o país investe apenas R$ 12 bilhões ao ano no setor.”
Já Márcio Felix, CEO da EnP Energy, abordou o tema de infraestrutura sob a ótica dos empreendedores de petróleo e gás e não poupou palavras ao destacar as potencialidades do nosso estado. “O território com mais oportunidades por metro quadrado é o Espírito Santo’’.
Márcio e a EnP Energy protagonizaram nos últimos meses uma série de investimentos no Espírito Santo e no início deste mês, a EnP Energy anunciou a aquisição de participação acionária da Petro-Victory Energy Ltda. (PVE), correspondente a 50% dos 5 blocos exploratórios em terra na Bacia do Espírito Santo.
Márcio Cândido Ferreira, presidente do Centro de Comércio do Café de Vitória e diretor geral do Grupo Tristão, falou no Encontro Folha Business sobre a evolução do café capixaba e os desafios que a cafeicultura ainda enfrenta no ES.
“Há 20 anos, o ES era conhecido como produtor de café arábica de péssima qualidade. A partir de 2001, a Realcafé começou a investir junto à UCC, maior torrefadora de café do Japão, no ganho de qualidade do café capixaba. Hoje, o café capixaba tem sido destaque nos principais prêmios internacionais. Neste ano, um produtor do ES ganhou o prêmio mundial de qualidade conhecido como a “Champions League” do café.”
Segundo Márcio, esse investimento gerou um ganho econômico multimilionário para a cadeia produtiva do café. “Nesse ano, as montanhas capixabas tiveram a produção de 1 milhão de sacas de café cereja, que compete com os melhores cafés do mundo, que tem um valor R$ 250 acima das variedades inferiores. Assim, o ganho de qualidade café capixaba injetou R$ 250 milhões nesse mercado.”
Apesar da evolução do mercado de café no ES, Márcio aponta que o grande gargalo do setor é a infraestrutura logística e portuária. “Nos últimos 12 anos, o ES tem deixado de exportar 5 milhões de sacas de café ao ano por conta disso. Esperamos que novos terminais, como o Porto da Imetame, ajudem a superar esse gargalo. Isso solucionado, nosso trabalho será convencer todos os importadores que deixaram de comprar o café capixaba a voltarem a ser nossos clientes.”
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No Encontro Folha Business, conversei com Gilson Pereira, da Imetame, sobre o novo Porto da Imetame, uma das principais promessas para impulsionar a logística do Espírito Santo. A conversa completa você assiste no Programa Mundo Business especial deste domingo, às 10h, na TV Vitória.
Cris Samorini, presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo, esteve presente no Folha Business. Como representante dos interesses das indústrias capixabas, Cris está sempre antenada aos principais debates ligados à infraestrutura e economia.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória