Natufert: ajudando a alimentar o agronegócio com sustentabilidade
Para o mercado financeiro, o ano de 2020 foi uma verdadeira montanha russa. O ano que começou bem, com a bolsa brasileira batendo recordes em 120.000 pontos e a bolsa americana batendo recordes na casa dos 3.400 pontos, virou para uma maré de incerteza e volatilidade com a chegada do coronavírus. No Brasil, a bolsa chegou a cair em março -46%. Nos Estados Unidos, chegou a cair -31%. Hoje, a história é diferente. Por lá, a bolsa termina o ano com valorização de +13%, com alta liderada pelas ações de tecnologia. Por aqui, termina o ano no praticamente no zero a zero, com alta puxada por ações de commodities (em especial Vale, +60%), varejo digital (Magazine Luiza, +102%) e industrial (Weg, +106%). Mas e no ano que vem, quais podem ser os melhores investimentos?
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Imagine que sua família ganha 6.000 reais por mês, mas gasta 10.000 reais por mês — ela vai ficar devendo 4.000 reais. Agora imagine que ela faz isso a alguns anos, e ainda pretende continuar aumentando esses gastos. Essa dívida vai crescer ano após ano e se acumular, sendo cada vez maior, uma verdadeira bola de neve.
Essa é a situação do governo Brasileiro. Gasta muito, gasta mal, e quer continuar gastando cada vez mais e se endividando cada vez mais.
O problema é que essa dívida está muito grande e não sabemos se o governo pretende reduzi-la. Isso gera uma incerteza enorme com relação ao país e prejudica o mercado de ações brasileiras, que podem ser vítimas da irresponsabilidade fiscal do governo, afastando o investimento estrangeiro e reduzindo o preço das nossas empresas e ações.
Isso faz com que as melhores oportunidades de investimentos, na minha opinião, estejam em investimentos no EXTERIOR. É um meio de reduzir o risco Brasil e DOLARIZAR sua carteira de investimentos, diversificando e descorrelacionando seu risco e suas fontes de retorno.
E, conforme já relatamos na coluna, investir em açōes de empresas estrangeiras já é possível DIRETAMENTE na bolsa brasileira para QUALQUER investidor a partir de R$50. Ou seja, não tem mais desculpa — agora você pode receber dividendos de empresas estrangeiras direto da sua conta na corretora do BTG Pactual Digital.
Com a crise do covid, algumas das grandes empresas americanas podem ser consideradas ‘baratas’ ou ‘descontadas’, principalmente fora do mercado de tecnologia. Empresas de tecnologia como Amazon, Google, Facebook e Apple (consideradas empresas de ‘growth’, de alto crescimento) sustentaram a alta da bolsa americana esse ano.
O mercado no entanto deixou as empresas tradicionais baratas (empresas de ‘value’, normalmente companhias grandes, tradicionais, com histórico sólido de geração de caixa), tais como as gigantes AT&T, ExxonMobil e Wells Fargo. Agora, a tendência é reverter esse fluxo de dinheiro gigantesco colocado nas empresas de tecnologia, que ficaram caras, para as empresas tradicionais, que acabaram ficando baratas.
Abaixo as ações e ativos americanos em que eu estou investindo o meu dinheiro e os motivos para isso. Lembre-se, isso não é recomendação de investimento.
Algumas empresas estrangeiras que podem ser consideradas descontadas, de acordo com analistas de dois dos maiores portais de pesquisa de ações dos EUA, Barrons e do Seeking Alpha, são (lembrando que são ativos dolarizados, ou seja, estão vinculados ao preço da ação e também ao dólar):
• AT&T (NYSE: T): maior empresa de telefonia dos Estados Unidos, paga um dividendo bruto próximo a 7% ao ano em dólar e está no rol dos ‘Aristocratas de Dividendos’ isto é, empresas que aumentam dividendos sucessivamente há mais de 25 anos. Cai -26% no acumulado do ano, devido a performance ruim dos ativos de mídia da TimeWarner /WarnerMedia com cinemas fechados. Na bolsa brasileira: ATTB34, R$149.
• ExxonMobil (NYSE: XOM): maior petrolífera do mundo, foi por algum tempo a maior empresa do mundo. Atualmente paga um dividendo bruto de 8,4% ao ano em dólar e também está no rol dos Aristocratas de Dividendos. Cai -40% no acumulado do ano, pela queda forte no preço do petróleo. Na bolsa brasileira: EXXO34, R$ 54.
• Essex Property Trust (NYSE: ESS): maior fundo imobiliário de apartamentos do estado da Califórnia, também é um Aristocrata de Dividendos, pagando um dividendo bruto de 3,6% ao ano em dólar. Cai -21% no ano, devido ao home office e ao êxodo urbano dos trabalhadores das empresas de tecnologias do Vale do Silício. Na bolsa brasileira, E1SS34, R$120.
• Wells Fargo (NYSE: WFC): terceiro maior banco dos Estados Unidos, cai -44% ano ano. Sofreu problemas nos últimos anos, o que o deixou extremamente descontado com relação a seus pares JP Morgan e Bank of America na comparação de múltiplos de valor. Atualmente paga dividendos brutos de 1,34% ao ano por conta da restrição de pagamento de dividendos pelo FED, o Banco Central Americano. No entanto, se Wells Fargo voltar a pagar os dividendos de 2019 em 2021, o que é possível, estaremos falando de dividendos brutos na casa de 6%-7% ao ano em dólar, o que pode representar uma oportunidade. Na bolsa brasileira, WFCO34, R$39.
• SL Green Realty (NYSE: SLG): maior fundo imobiliário de edifícios de escritórios comerciais de Manhattan, Nova York. Paga dividendos brutos na casa dos 6,5% ao ano em dólar. Ficou descontado devido ao receio das empresas mudarem para o home office pela pandemia do covid que deixou Midtown Manhattan praticamente deserta. Entretanto, portais especializados no mercado imobiliário de Nova York como Cushman & Wakefield e The Real Deal apontam que os impactos no mercado de escritórios da cidade parecem menores do que o previsto, e que a volta ao trabalho físico é uma tendência natural do mundo pós-vacina. Negocia com descontos grandes com relação ao valor patrimonial (de venda no mercado privado) dos prédios que possui, o que representa desconto e oportunidade na minha visão. Cai -36% no ano. Na bolsa brasileira, S1LG34, R$152.
• Simon Property Group (NYSE: SPG): maior fundo imobiliário de shoppings dos Estados Unidos (talvez do mundo?), paga dividendos brutos na casa dos 6,2% ao ano em dólar. Ficou extremamente descontado com relação ao valor de seus ativos durante a crise, por conta de uma visão (errônea) do mercado de que os shoppings centers acabariam após a escalada do ecommerce. No entanto, portais especializados mostram a volta do fluxo de consumidores aos shoppings centers considerados ‘de alta qualidade’ como os do portfólio da Simon, que possui grandes outlets famosos como o Sawgrass Mills na Flórida, por exemplo. Cai -41% no ano. Na bolsa brasileira, SIMN34, R$110.
• ETF iShares Select Dividend (NYSE: DYV): fundo de índice de uma cesta de ações americanas pagadoras de dividendos, o DVY paga um dividendo bruto de 4,5% ao ano. Cai -10% no ano porque compra empresas tradicionais que pagam dividendos e não empresas de tecnologia (que se valorizaram esse ano mas costumam não pagar dividendos). Na bolsa brasileira, BDVY39, R$50.
• ETF iShares Gold Trust (NYSE: IAU): fundo de índice que investe em ouro. Não paga dividendo porque o ouro é um metal (commodity), não é um ativo gerador de caixa. Serve para proteger da inflação nos Estados Unidos. Na bolsa brasileira, BIAU39, R$46.
Os financiamentos imobiliários com recursos da caderneta de poupança (SBPE) atingiram R$13,8 bilhões no mês de outubro, consolidando um novo recorde de volume de investimentos concedidos desde o início da série histórica (julho/1994). O valor é 7,4% maior do que o valor visualizado em setembro e 84% maior quando comparado ao volume de financiamentos de setembro de 2019.
De acordo com a pesquisa feita pela ABRAINC, com base nas informações divulgadas pelo CAGED no dia 26/11/2020, o setor da Construção Civil criou 36.296 empregos em outubro, número que representa 9% do total de vagas criadas no país durante este período (394.989). Ainda com a pandemia, o saldo de 2020 é positivo para os empregos do setor (+138.409), enquanto o Brasil perdeu 171.139 vagas em 2020.
Segundo a sondagem mensal realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV/IBRE), os níveis de confiança (Empresarial, Consumidor e Construção Civil) recuperaram 89% das perdas sofridas durante a pandemia. Segundo o estudo, os valores já se aproximam dos 100 pontos novamente, com exceção do índice de confiança do consumidor que ainda mostra uma recuperação mais lenta.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória