Apex expandirá atuação para o interior do Espírito Santo
No último mês de 2020, a mineradora Samarco começou a retomar gradualmente suas operações cinco anos após o rompimento da barragem de rejeitos em Mariana (MG). Com a reativação de 26% de sua capacidade produtiva, a expectativa é injetar R$ 80 milhões na economia capixaba e gerar 6 mil empregos, o que é comemorado por trabalhadores e empresas prestadoras de serviços industriais que eram contratados ou atuavam em parceria com a mineradora. Sobre a expectativa da retomada da economia industrial do litoral sul do Espírito Santo após o retorno da Samarco, conversamos com Vinícius Del Pupo, sócio da Del Pupo Metalmecânica.
Acompanhe os bastidores do Mundo Business no Instagram e no WhatsApp.
Uma das empresas que está projetando melhores resultados com a reativação da Samarco é a Del Pupo Metalmecânica, uma empresa familiar comandada por Vinícius Del Pupo, e que viu suas atividades reduzirem após a paralisação da mineradora.
A Del Pupo construiu sua história em paralelo com o desenvolvimento da Samarco. A empresa se instalou em Anchieta nos anos 90 para prestar serviços de manutenção industrial à Samarco. Após um processo de fusão encorajado pela Samarco em 2006, surgiu a Demil, que em 2012 seria comprada pela finlandesa Outotec.
Por muitos anos, os antigos sócios da Demil permaneceram em seu quadro de executivos, mas após o fim do período de non-compete, durante o qual os antigos donos da empresa ficaram impedidos de competir no mesmo mercado, a família Del Pupo voltou a empreender no setor.
“Compramos alguns maquinários que a própria Outotec decidiu vender e fundamos a Del Pupo Metalmecânica no final de 2017. Apesar de ser uma empresa recente, começamos grandes, com uma planta fabril bem estruturada e um track record de mais de 40 anos em metalmecânica”, conta Vinícius Del Pupo.
INDÚSTRIA FAZ ECONOMIA DO LITORAL SUL GIRAR
Nesse momento, o sócio da Del Pupo Metalmecânica avalia que o retorno da Samarco é muito importante para a economia do litoral sul do Espírito Santo, principalmente para as empresas prestadoras de serviços industriais. “Aguardamos durante todos esses anos a reativação da Samarco. Apesar do turismo ser importante para essas cidades litorâneas, quem realmente faz a roda da economia girar é a Samarco. Já sentimos os efeitos dessa retomada e, mesmo com a pandemia, conseguimos fechar contratos de pintura e jateamento com a Samarco e também atuaremos com fabricação metálica.”
Hoje, a Del Pupo ainda atua com capacidade ociosa– produz de 40 a 60 toneladas de aço beneficiado e estruturas ao mês, mas pode chegar a 180 toneladas. Com a reativação gradual da Samarco, Vinícius enxerga que os próximos 10 anos guardam muitas oportunidades: “todo o ecossistema de fornecedores e prestadores de serviço será reativado.”
Em plena atividade, a Samarco era responsável por 5% do PIB capixaba, empregava 20 mil pessoas direta e indiretamente e era responsável pela contratação de inúmeros fornecedores e prestadores de serviços industriais. Com a paralisação da mineradora após a tragédia de Mariana há 5 anos, esse ecossistema que dependia dela vivenciou um período de forte retração, mas vê esperanças com a retomada gradual de suas atividades.
No primeiro ciclo de retomada, a mineradora controlada pela Vale deve chegar a 26% de sua capacidade produtiva total, gerando 6 mil empregos e produzir 8 milhões de toneladas de pelotas por ano em Anchieta, o que deve representar 1,7% do PIB capixaba. O completo funcionamento só deve retornar após uma década, conforma aponta cronograma da empresa
A cada três capixabas ocupados, um está na informalidade (33,4%), informa o PNAD covid-19 de novembro. Ao todo, são 581 mil capixabas nessa situação laboral.
Em novembro de 2020 foram criados +11.081 postos de trabalho com carteira assinada no Espírito Santo, representando saldo acumulado no ano de +9.759 postos.
O desempenho apresentado neste mês foi decorrente, em grande medida, dos resultados positivos dos setores de Comércio (+4.360), Serviços (+4.071) e Indústria Geral (+1.931). (IJSN)
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória