Jan 2021
7
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

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porRicardo Frizera

Deixar China fora do leilão do 5G pode custar caro aos brasileiros

O 5G vai muito além de acesso rápido à internet, redes sociais e videochamadas, avalia Marlon de Paula, diretor de alianças da Liveconsult. “A questão é que o seu efeito deve ir muito além disso e trazer benefícios e impactos para a indústria e as instituições como um todo.”

Segundo Marlon, a rede 5G permitirá a utilização do IoT (Internet das Coisas) de maneira eficaz, sendo que de acordo com o MCTIC ( Ministério da Ciência Tecnologia Inovação e Comunicação) as áreas de agronegócio, indústria, cidades e saúde serão as mais impactadas. “Eu faço dois adendos, incluindo telefonia e o setor automobilístico”, acrescenta.

No quesito cidades, poderemos ver o conceito de Smart Cities (Cidades Inteligentes) se tornar realidade. “Alguns exemplos práticos de uma cidade inteligente seriam sinais de trânsito inteligentes que mudariam de acordo com o fluxo da via em tempo real. Na medicina, áreas remotas poderiam ter acesso a médicos através de telemedicina. Na telefonia, operadoras de telefonia poderão acabar com a franquia de dados entre outros. Enfim,o 5G mudará a forma que nos comunicamos com as pessoas e máquinas”, analisa Marlon.

De outro lado, o diretor da Liveconsult alerta que o serviço será mais caro que os planos do 4G. Ele estima que em um cenário de concorrência aberta dos leilões do 5G, os planos do 5G seriam de duas a três vezes mais caros que os atuais planos de 4G. Contudo, em um cenário em que a empresa chinesa Huawei seja proibida de participar do certame devido à divergências políticas, os planos de 5G podem ficar até oito vezes mais caros.

“Hoje os chineses da ZTE e Huawei possuem praticamente 80% dos equipamentos de todas as operadoras do Brasil. O custo de troca disso seria alto e inevitavelmente seria repassado ao consumidor final. Minha opinião é que eles devem participar, pois até agora nenhum país conseguiu provar as supostas falhas de segurança dos equipamentos”, argumenta Marlon.

Importante para empresas, Anatel não está priorizando redes privativas do 5G

No momento, são poucos os celulares capazes de receber o sinal 5G, que está em estágio experimental no Brasil, aponta Marlon de Paula. “No momento, a velocidade de conexão prometida é maior que a do 4G, mas ainda abaixo do 5G puro, que só estará disponível após o leilão da faixa de 3,5GHz, que deve ocorrer no primeiro trimestre deste ano.” Dentre os modelos atualmente disponíveis no mercado, apenas os aparelhos mais sofisticados como Iphone 12 e S20 poderão receber o 5G puro.

Além das faixas de frequência disponibilizadas pelas operadoras de telefonia, Marlon comenta sobre a possibilidade de implementação de redes privativas de 5G. Elas podem ser utilizadas por indústrias, por exemplo, sem intermediação das operadoras.  “Redes privativas serão importantes para Indústria 4.0,  porém no Brasil ainda a Anatel não está tratando esse com a prioridade devida. Após implementadas, as redes privativas permitirão a indústria a controlar sensores, robôs e caminhões em tempo real, gerando mais produtividade e redução de custo com mão de obra.”, encerra Marlon de Paula.

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