Reativação da Samarco impulsiona indústria do litoral sul capixaba
O 5G é uma das fronteiras tecnológicas mais revolucionárias das últimas décadas. O 2G permitiu o envio de mensagens de texto pelo celular. O 3G, tornou possível enviar fotos por internet móvel, enquanto o 4G passou a carregar vídeos em todos os celulares. O 5G vai além da internet móvel ultrarrápida, destravando novas possibilidades desde a indústria automotiva até a medicina. Ao mesmo tempo que é transformadora, essa nova tecnologia está sendo altamente politizada e ainda está cercada de polêmicas sobre custos e segurança. Sobre o assunto, conversamos com o diretor de alianças da Liveconsult, Marlon de Paula.
O 5G vai muito além de acesso rápido à internet, redes sociais e videochamadas, avalia Marlon de Paula, diretor de alianças da Liveconsult. “A questão é que o seu efeito deve ir muito além disso e trazer benefícios e impactos para a indústria e as instituições como um todo.”
Segundo Marlon, a rede 5G permitirá a utilização do IoT (Internet das Coisas) de maneira eficaz, sendo que de acordo com o MCTIC ( Ministério da Ciência Tecnologia Inovação e Comunicação) as áreas de agronegócio, indústria, cidades e saúde serão as mais impactadas. “Eu faço dois adendos, incluindo telefonia e o setor automobilístico”, acrescenta.
No quesito cidades, poderemos ver o conceito de Smart Cities (Cidades Inteligentes) se tornar realidade. “Alguns exemplos práticos de uma cidade inteligente seriam sinais de trânsito inteligentes que mudariam de acordo com o fluxo da via em tempo real. Na medicina, áreas remotas poderiam ter acesso a médicos através de telemedicina. Na telefonia, operadoras de telefonia poderão acabar com a franquia de dados entre outros. Enfim,o 5G mudará a forma que nos comunicamos com as pessoas e máquinas”, analisa Marlon.
De outro lado, o diretor da Liveconsult alerta que o serviço será mais caro que os planos do 4G. Ele estima que em um cenário de concorrência aberta dos leilões do 5G, os planos do 5G seriam de duas a três vezes mais caros que os atuais planos de 4G. Contudo, em um cenário em que a empresa chinesa Huawei seja proibida de participar do certame devido à divergências políticas, os planos de 5G podem ficar até oito vezes mais caros.
“Hoje os chineses da ZTE e Huawei possuem praticamente 80% dos equipamentos de todas as operadoras do Brasil. O custo de troca disso seria alto e inevitavelmente seria repassado ao consumidor final. Minha opinião é que eles devem participar, pois até agora nenhum país conseguiu provar as supostas falhas de segurança dos equipamentos”, argumenta Marlon.
No momento, são poucos os celulares capazes de receber o sinal 5G, que está em estágio experimental no Brasil, aponta Marlon de Paula. “No momento, a velocidade de conexão prometida é maior que a do 4G, mas ainda abaixo do 5G puro, que só estará disponível após o leilão da faixa de 3,5GHz, que deve ocorrer no primeiro trimestre deste ano.” Dentre os modelos atualmente disponíveis no mercado, apenas os aparelhos mais sofisticados como Iphone 12 e S20 poderão receber o 5G puro.
Além das faixas de frequência disponibilizadas pelas operadoras de telefonia, Marlon comenta sobre a possibilidade de implementação de redes privativas de 5G. Elas podem ser utilizadas por indústrias, por exemplo, sem intermediação das operadoras. “Redes privativas serão importantes para Indústria 4.0, porém no Brasil ainda a Anatel não está tratando esse com a prioridade devida. Após implementadas, as redes privativas permitirão a indústria a controlar sensores, robôs e caminhões em tempo real, gerando mais produtividade e redução de custo com mão de obra.”, encerra Marlon de Paula.
O leilão da Anatel para frequências de 5G só ocorrerá em alguns meses, mas o 5G já está disponível no Brasil no formato ‘Dynamic Spectrum Sharing’, que permite que operadoras utilizem 5G na mesma capacidade adotada pelo 4G.
A saída do Huawei do mercado de infraestrutura de telecomunicações brasileiro pode resultar em um atraso de três a cinco anos na implementação do 5G, afirmou Marcelo Motta, do Canaltech.
A Huawei está presente em mais de 170 países e que em todos eles, a empresa lidera o marketshare no setor de infraestrutura de rede. Isso permite que ela tenha escala e possa negociar melhores preços junto às operadoras.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória