Vitória

Valor para cobrir o déficit da previdência municipal é maior que investimento

Por Fernando Cinelli | As novas regras da previdência municipal de Vitória devem gerar uma economia para os próximos 10 anos de R$ 245 milhões, diminuindo a pressão por aumento de impostos, do endividamento e permitindo focar em outros serviços essenciais.

Além disso, o valor gasto para cobrir o déficit da prefeitura atualmente é superior ao de investimentos na cidade, que em 2019 totalizou R$ 106 milhões — atrás de Serra e Cariacica, que possuem orçamentos menores. Esse panorama teria o potencial de trazer consequências negativas para a qualidade de vida da população e afetar o ambiente de negócios da cidade. Isso porque geram desestímulo à atração de empresas, de investimentos e geração de empregos. Daí a importância da medida.

OS PRINCIPAIS DESAFIOS DE VITÓRIA

Em meio à crise sanitária e econômica, as cidades brasileiras enfrentarão muitos desafios em 2021. O Centro de Liderança Pública (CLP) elaborou um estudo que dá o tom acerca dos principais para as cidades brasileiras com mais de 80 mil habitantes, que pode ser utilizado para diagnosticar a cidade de Vitória.

O levantamento listou 55 diferentes indicadores relacionados a três pilares: economia, sociedade e instituições. No pilar de Instituições, que analisa a sustentabilidade fiscal e o funcionamento da máquina pública, a capital obteve sua melhor nota, ficando na 11° colocação.

No quesito Sociedade, que avalia o acesso à saúde, educação, segurança e meio ambiente, a capital alcançou somente a 81° posição entre os municípios com até 500 mil habitantes. O quesito “acesso à educação” apresentou o pior resultado da cidade, pontuando apenas 34 pontos em uma escala que vai até 100. Vale ressaltar que Vitória caiu de posição nos últimos anos no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb): em 2005, ocupava a 21° posição entre as cidades capixabas, caindo para a 61° posição em 2019, último resultado disponível.

No ponto de Economia, responsável por mapear tópicos como inovações e a inserção econômica do município, a capital capixaba está na quinta posição. Apesar do bom resultado comparativamente, Vitória obteve somente 46,13 pontos no pilar.

Trabalhar melhor a formação de capital humano, com gestão focada em metas, acompanhamentos pedagógicos, aulas de reforço e, especialmente, massificando a educação integral.

É preciso ainda melhorar a eficiência do gasto público dos serviços municipais, atendendo melhor a população, algo que passa necessariamente pela digitalização do governo.

Estar bem posicionada entre as outras cidades e capitais do país é um bom ponto de partida para Vitória, porém é necessário mirar mais alto e olhar para os indicadores das regiões que integram a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Fazendo o dever de casa e dando bons exemplos, Vitória tem condições de liderar as capitais do país na construção de um bom ambiente de negócios que proporcione prosperidade econômica e bem-estar social. Mãos a obra!