Arilton teve passagens relevantes pela academia e mercado de capitais

O economista Arilton Teixeira tem uma relação próxima com o Espírito Santo que merece ser mais conhecida. Formado pela Universidade Federal de Minas Gerais no início dos anos 1990, fez o mestrado na PUC-RIO e terminou o doutorado na Universidade de Minnesota em 2000. A partir de então, seguiu a carreira acadêmica paralelamente por três caminhos. Lecionou no IBMEC Rio até 2005 — à época de propriedade dos economistas Paulo Guedes e Cláudio Haddad —, além de fundar a Fucape Business School juntamente com Aridelmo Teixeira e Valcemiro Nossa. E, durante todo este tempo, passou temporadas no Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos, como pesquisador visitante, acelerando o desenvolvimento das pesquisas que conduziu.

Sua trajetória é marcada pelo desenvolvimento de capital humano qualificado no estado a partir da Fucape, pela pesquisa acadêmica no principal banco central do mundo e, mais recentemente, pelo desenvolvimento do mercado de capitais do ES.

TRAJETÓRIA NA ACADEMIA

Arilton explica que a escolha da sede da Fucape para ser em Vitória se deu a partir de uma visão de mercado. “Esse modelo de escola de negócios já era presente nas principais capitais brasileiras no início dos anos 2000, mas ainda não existia no Espírito Santo. Decidimos trazer para cá”, explica. Assim, ele ajudou na construção de uma trajetória de excelência, com a instituição estando no top 10 das melhores do país e formando profissionais mais bem preparados para atuar no estado.

Em paralelo, suas contribuições acadêmicas são conduzidas no Federal Reserve desde 2000, com destaque para seu trabalho no auge das privatizações do governo FHC. À época, conseguiu comprovar que a venda da Vale do Rio Doce gerou um aumento de produtividade em efeito cascata no setor privado brasileiro. Em outro trabalho emblemático, destacou-se ao demonstrar o impacto econômico da construção de ferrovias no século XIX nos Estados Unidos e como isso favoreceu o processo de redução do custo de capital, industrialização e o enriquecimento a partir da chamada Marcha para o Oeste.

Com diversas participações no debate público, destacou-se por ser um radical defensor de reformas estruturais, mesmo em um período em que elas foram escassas no país. Entre elas, a reforma da previdência, administrativa e as privatizações.

Após mais de uma década e meia na Fucape, Arilton decidiu migrar para o mercado financeiro em 2017 e se tornou economista-chefe da Apex Partners.

ATUAÇÃO NO MERCADO FINANCEIRO

Comumente escritórios de investimentos são formados por dezenas de agentes autônomos, cada um seguindo sua forma de atuar e orientar seus respectivos clientes. Mas a atuação de Arilton na Apex é um diferencial no mercado capixaba.

Mensalmente, ele lidera o Comitê de Investimentos da Apex, apresentando e discutindo as perspectivas macroeconômicas à toda a equipe. O comitê conta ainda com Luan Sperandio, que identifica os riscos políticos e como isso pode afetar o mercado acionário, e o estrategista-chefe da Apx Investimentos Tiago Pessotti, que traz as perspectivas de alocação de recursos em renda variável e fixa para a equipe. Há ainda espaço para análise das cartas das principais gestoras e casas de research do país.

“Reunimos todos os insumos coletados e realizamos um debate entre a equipe em busca de consensos não apenas para falarmos a mesma língua, mas para tomarmos as melhores decisões para as alocações de nossos clientes”, afirma Pedro Chieppe, Head da Apx Investimentos.

A equipe atualmente têm seis bankers e quinze profissionais ao todo, que compõe o primeiro time de Wealth Management do ES — focado em trazer soluções de investimentos quem possui grandes patrimônios — uma equipe de corporate especializada no atendimento de empresas de pequeno porte, e há um segmento de clientes afluentes, que não necessariamente possuem grandes patrimônios em carteira.

Experiente, Arilton também participa de agendas externas com clientes da casa de investimentos, visitando empresas e trazendo suas contribuições.

CARTA DO ECONOMISTA

Mensalmente Teixeira divulga a carta do economista, publicação que sinaliza ao mercado a visão da instituição sobre o momento macroeconômico, além de identificar os diferentes riscos e oportunidades presentes no cenário internacional e doméstico.

Nas cartas ao final de 2019, por exemplo, ele já alertava para o risco da escalada inflacionária após o Banco Central baixar a Selic mais do que deveria, segundo sua avaliação. O ano de 2020 terminou com uma inflação acima do centro da meta e o IGP-M registrando alta acumulada de 23,14%, a maior variação anual desde 2002.