Fundadores do Peppe trazem nova proposta de restaurante à Praia do Canto
A crise econômica desencadeada pela pandemia exigiu que empresários lançassem mão de formas para preservar sua operação. Nesse cenário, contar com o apoio de um corpo jurídico experiente foi um dos elementos fundamentais para o Frigorífico Estrela do Sul (Friesul) atravessar a crise. Os advogados Pedro Dias e Augusto Lamego, da APD Advogados, que assessoram a empresa, apontam que foi necessário tomar medidas trabalhistas, fiscais e financeiras antes mesmo da pandemia chegar ao seu auge, visando preservar as operações da Friesul. Entenda mais a seguir.
Empresas de exportação de proteína animal de foram uma das principais beneficiadas pela alta do arroba do boi no mercado internacional durante a pandemia. Contudo, empresas que atendem o mercado interno, como a capixaba Friesul, que tem atuação no ramo desde 1966, passaram por um momento diferente.
O diretor-executivo da Friesul, Leandro Amorim Sant’Anna, explica que “a alta no valor do boi atingiu o mercado como um todo e encareceu a carne comercializada no Brasil. Com isso, o consumidor brasileiro, afetado pela redução da renda, reduziu a demanda por carne bovina e substituiu por proteínas mais baratas. Isso afetou nossa operação, gerando uma redução de até 35% no volume de carne produzida, enquanto empresas exportadoras cresceram.”
Em meio a esse cenário de crise no setor de proteína animal, foram necessárias medidas de contenção de custos e renegociação de contratos com fornecedores. Pedro Dias e Augusto Lamego, da APD Advogados, escritório que assessorou a Friesul no planejamento dessas ações, contam que foi necessária proatividade.
Segundo Augusto, a Friesul adotou medidas como a antecipação de feriados e férias, conforme a MP 927. Posteriormente, a MP326 ainda veio a permitir medidas de suspensão e redução dos contratos de trabalho, que já não precisaram ser feitas pela empresa em razão dos ajustes prévios que permitiram a operação permanecer saudável.
Pedro Dias aponta que a antecipação dos efeitos da pandemia e a proatividade na tomada de medidas fiscais, financeiras e trabalhistas resultou em maior eficácia na preservação das operações da Friesul.
“A empresa não poderia esperar sofrer os primeiros efeitos da crise para começar a tomar as medidas necessárias como renegociação de contratos e redução de despesas, por isso nos antecipamos. Nesse cenário onde a empresa precisa de tempestividade na tomada de ações, é importante contar com um corpo jurídico para realizar tudo com o devido resguardo local. Qualquer erro pode gerar passivos que prejudicarão ainda mais o caixa da empresa”, encerra Pedro Dias.
Em abril, a Mata da Praia recebe a primeira casa de carnes Dry Aged do Espírito Santo. A Qualitá Carnes Nobres, empreendimento de Jean Estevão e Rodrigo Ribeiro, oferecerá pratos com carnes bovinas que podem ser até quatro vezes mais macias que a carne in natura. O segredo está no processo de maturação conhecido como Dry Aged.
Jean Estevão, sócio da casa, explica que “O Dry Aged é um processo de maturação controlado da carne bovina que pode chegar a 120 dias. Com 30 dias de maturação, a carne fica duas vezes mais macia, com toques amendoados e manteiga. A maturação de 60 dias dá toques de blue cheese e ainda mais maciez à carne. Após 3 meses, a carne se torna até quatro vezes mais macia.”
A proteína utilizada pela casa será de criação própria, na Estância Qualitá, localizada na Serra, que já conta com 200 cabeças de bovinos da raça Angus. O gado será selecionado geneticamente e confinado com técnica que favorece o marmoreio da carne.
Os cortes poderão ser selecionados pelos clientes e preparados na própria casa, onde estarão a disposição outros itens como charcutaria das montanhas capixabas, cervejas e drinks.
Jean conta que a ideia não é criar somente um açougue, mas sim uma marca que remeta a carnes de qualidade. “Estamos realizando investimentos para que o cliente tenha uma experiência única no consumo de carnes nobres.”.
Segundo Jean, a Qualitá projeta ter um rendimento de 1 tonelada de proteína por mês. O investimento no restaurante e na criação de gado Angus totalizam R$ 1,3 milhão.
Esses dados são apresentados pelo 1º Anuário do Cooperativismo Capixaba, lançado no último mês pelo Sistema OCB/ES. O documento aponta que, de acordo com os dados mais recentes, o estado conta com mais de 435 mil cooperados.
O cooperativismo também se destaca pela sua participação na economia do estado. Ainda segundo o anuário, esse modelo de negócio foi responsável por movimentar um total de R$ 6,6 bilhões, o que representa uma participação de 5,32% no Produto Interno Bruto (PIB) nominal capixaba.
De acordo com o superintendente do Sistema OCB/ES, Carlos André Santos de Oliveira, esses números permitem mostrar a força que o cooperativismo possui. “O nosso movimento vem mostrando que é possível aliar o desenvolvimento que precisamos à responsabilidade social”.
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