Com expertise e acreditando no projeto de privatização dos modais marítimo e ferroviário do governo federal, o empresário Osvaldo Zilli, CEO do Grupo Transzilli, compra o Terca – Zilli Armazéns Gerais, instalado há 25 anos em Cariacica, no Espírito Santo e prevê investir R$ 70 milhões. Em entrevista exclusiva para a coluna Mundo Business, o empresário reforça a importância do Terca no setor de comércio exterior do Brasil, as oportunidades de investimentos e geração de emprego e renda no Espírito Santo.
Mundo Business: Com quatro importantes empresas (Transzilli, Jetlog, Covezi e Zilli Pneus), por que investir no Terca?
Osvaldo Zilli: Antes quando se falava em logística no Brasil, o foco estava em 80% nas operações realizadas no rodoviário. Mesmo com os modais portuário e ferroviário de extrema importância para a economia e geração de riqueza, as empresas estavam voltadas para a movimentação de cargas pelas estradas.
Nos últimos anos, principalmente com a condução do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, acredito em uma reconfiguração e investimentos relevantes na logística brasileira. Na última semana, por exemplo, foram realizados leilões de concessão à iniciativa privada de aeroportos, portos e uma linha de ferrovia. Essas concessões mostram que existe interesse de investidores em colocar dinheiro no Brasil em projetos de longo prazo apesar da crise econômica e das incertezas políticas.
Com esse olhar cheguei ao Espírito Santo, um estado com uma localização privilegiada no Brasil – próximo aos grandes centros consumidores -, com um complexo portuário reconhecido e com um setor de comércio exterior pujante. O Terca, com 25 anos no mercado brasileiro, é um importante player e um dos maiores operadores logísticos do país. Um casamento perfeito com o Grupo Transzilli.
Nos últimos anos, principalmente com a condução do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, acredito em uma reconfiguração e investimentos relevantes na logística brasileira. Na última semana, por exemplo, foram realizados leilões de concessão à iniciativa privada de aeroportos, portos e uma linha de ferrovia. Essas concessões mostram que existe interesse de investidores em colocar dinheiro no Brasil em projetos de longo prazo apesar da crise econômica e das incertezas políticas.
MB: Sobre os projetos do governo federal, como enxerga a BR do Mar?
OZ: Acredito que é um importante projeto para destravar e desenvolver a cabotagem no Brasil, que existe hoje com diversas amarras. Muitas cargas que são exportadas por empresas do Espírito Santo, por exemplo, utilizam o sistema de cabotagem para chegar ao seu destino, visto ainda a escassez de linhas marítimas. Se não me engano, cafés e rochas ornamentais são enviados para Santos e Rio de Janeiro.
A possibilidade de entrada de navios de bandeira estrangeira nas movimentações poderá, de fato, reduzir os custos e trazer mais competitividade aos negócios no Brasil, visto a redução do transit time das mercadorias.
É claro que a condução do projeto, que depende de votação no Congresso Nacional, deve ser feita de forma séria e cautelosa. Como dito antes o Brasil ainda é muito dependente do modal rodoviário, enquanto que o marítimo é pouco explorado. Com uma costa vasta e rica, acredito que as empresas, o setor de logística e o país têm muito a ganhar.
MB: Quais são os projetos previstos para este ano no Espírito Santo?
OZ: Nos próximos meses concluiremos os investimentos iniciais que serão realizados no Terca, em melhorias de pátios e armazéns fechados, totalizando cerca de R$ 25 milhões. São projetos importantes de revitalização do site do Terca com o intuito de atender demandas atuais e futuras, como, por exemplo, as principais tradings do mercado nacional.
MB: E há previsão para os próximos anos?
OZ: Dentro do cronograma de investimentos no Terca estão previstos ainda outros R$ 45 milhões, que serão aplicados na construção de um novo armazém para produtos congelados. Atualmente o Terca conta com uma área para produtos químicos, medicamentos e refrigerados. A nossa intenção é ampliar os serviços, atraindo assim novas empresas para o Espírito Santo, visto a nossa expertise em soluções logísticas.
Desde quando efetivamos a aquisição do Terca pelo Grupo Transzilli, a nossa equipe começou a expandir os contatos com potenciais clientes reforçando as potencialidades capixabas, que, além de ser um estado economicamente saudável, conta com uma série de incentivos para novas empresas.
MB: Com esses investimentos, o Terca irá gerar novos empregos?
Atualmente o Terca conta com cerca de 300 colaboradores e a perspectiva é de que os investimentos sejam responsáveis pela geração de aproximadamente 100 oportunidades. A nossa intenção é agregar ao Terca aquilo que já consolidamos no Grupo Transzilli: negócios inovadores, com competência, qualidade e a geração de riqueza e renda para o nosso país.
Vinícius Torres conversa sobre fundos imobiliários com Tiago Reis, Chairman na Suno Research, e Vitor Duarte, gestor da Suno Asset. Abordaram o novo fundo de fundos que a Suno Asset está estruturando. De maneira geral, os FIIs ganharam destaque, multiplicando por dez o número de investidores nos últimos três a quatro anos.
A medida, que foi resultado de anos de debate interno entre governos, prefeitos e deputados, cria incentivos para aumentar os repasses aos municípios que melhoram seus indicadores educacionais. Leia mais na coluna de Luan Sperandio.
Pensando em quem faz o PIB capixaba e tem sinergia com o assunto, Luiz Stanger conversa com Charles Bittencourt, sócio da imobiliária Betha Espaço. O empresário faz alerta sobre um problema sistêmico para o mercado imobiliário.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória
