Empresas podem perder sua marca sem esse cuidado jurídico
De professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Brunella Bumachar fundou uma das maiores faculdades do Espírito Santo, a Multivix, antiga Univix, que possui 34 mil alunos em 8 centros de ensino e 326 polos de educação à distância. Hoje, Brunella também ocupa seu tempo como sócia da R-Crio, laboratório de preservação de células-tronco e investidora em diversas startups. Em entrevista ao último Programa Mundo Business, ela falou sobre trajetória, princípios, sonhos e comentou a situação das universidades federais.
Mundo Business: Falando sobre a sua trajetória, como você começou a trabalhar?
Brunella Bumachar: Tinha 13 anos quando fazia curso de inglês em Cachoeiro de Itapemirim e fui convidada a dar aula para crianças. Foi meu primeiro emprego e sem carteira assinada. Com relação aos estudos, sempre soube que gostaria de cursar engenharia, segui na área e tive um escritório de cálculo estrutural.
MB: Como foi a sua entrada no mundo acadêmico, como professora?
BM: Em algum momento, me aproximei da academia, comecei a ministrar aulas na Ufes até me aposentar. Eu sou “cria” da Ufes e me orgulho disso. As universidades federais estão passando por uma fase ruim, recebendo menos verba. Quem conhece de perto o número de professores, pesquisadores e o investimento que o país já fez, fica triste pelo o que acontece na educação pública superior no Brasil. As federais poderiam ser uma alavanca para desenvolvimento do país.
MB: Como foi o início da fundação da Multivix?
Quando Paulo Renato era Ministro da Educação [governo FHC], permitiu a criação de Instituição de Ensino Superior com fins lucrativos, o que era um tabu. E eu e um grupo de professores da Ufes tivemos um insight de começar um projeto de faculdade e submeter ao MEC. A grandeousadia foi tentar abrir “de primeira” cursos nas três áreas de conhecimento: humanas, tecnologia e saúde. Com muito pouco dinheiro, fundamos a faculdade carregando a credibilidade de professores da Ufes.
MB: Após a estruturação da então Univix, como foi a evolução da faculdade?
BM: Expandimos para o interior pois sabíamos da dificuldade das pessoas virem para a capital. Tivemos a sorte de surfar um momento bom da economia naquela época e soubemos aproveitá-lo. Há três anos entramos na educação a distância, uma área que vamos expandir com mais rapidez que o ensino presencial. Durante a pandemia, as pessoas se acostumaram a trabalhar e estudar a distância e essa cultura se estabeleceu.
MB: Quais foram os princípios importantes para que seus negócios dessem certo?
BM: Honestidade, sinceridade e transparência: não só na vida pessoal mas também profissional. Sem clareza, você não consegue evoluir e transmitir otimismo e energia para os demais. Nas empresas, essa é considerada uma boa prática de governança corporativa. Também vale citar a empatia com as necessidades das pessoas, sejam sócios, alunos ou demais stakeholders. E o respeito ao meio ambiente. A sigla ESG [Environmental, Social Governance] é nova mas os valores são antigos.
MB: Recentemente, você tem se dedicado ao investimento em startups e têm contribuído muito para o ecossistema de inovação do Espírito Santo. Como foi mais essa virada na sua carreira?
BM: Comecei a R-Crio em 2015, uma startup que tiramos do zero e não tinha garantia nenhuma de sucesso. É uma empresa que preserva células-tronco do dente de leite por meio de criogenia, que surgiu do meu interesse em inovação ligada à educação e pesquisa.
MB: Como você se tornou referência de investidora para empreendedores?
BM: Por ter sido professora de 6 mil engenheiros e contato com alunos na Multivix, comecei a ser procurada para dar apoio a projetos. Hoje, o número de startups apoiadas é grande e é um negócio que exige uma equipe para assessorar. Diversos empreendedores capixabas têm apresentado projetos ousados e tenho gostado do que surge na nossa terra.
MB: Depois de ser professora, fundadora de uma grande faculdade e investidora em startups, você ainda está em busca de algo?
BM: Desejo continuar apostando no Brasil e gerando empregos. Me sinto bem comigo criando postos na área de educação e pesquisa.
Perto de reabrir lojas em Soteco e Express após acordo com a Sá Cavalcante, o Rick’s Burger, do empresário Henrique César Hellmeister, foi condenada na justiça por falsificar recisão de empregada no ES. O empresário alertou pelas redes sociais que o RH da empresa era administrado pela Sá Comestíveis, sócia da hamburgueria. “O empreendedor não tem um dia de paz”, lamentou Henrique em vídeo.
O Indicador de Atividade Econômica para o Espírito Santo (IBCR-ES), calculado pelo Banco Central, aponta que no 1º trimestre do ano, a economia capixaba avançou 2,77% em relação ao 1º trimestre de 2020 e variou 2,22% frente ao 4º trimestre de 2020, com o ajuste sazonal. Com informações do Ideies.
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