Jun 2021
14
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

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Reforma tributária ampla pode adicionar 20% ao PIB em 15 anos

Ecoando a  presidente da Findes, Cris Samorini, defende que, para que a reforma seja efetiva, é preciso ser ampla, ou seja, realizada seguindo o modelo apresentado na Comissão Mista do Congresso Nacional, que prevê a criação do Imposto Sobre Valor Agregado (IVA), com alcance nacional, como defende a Federação.

O IVA deve substituir o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal (ICMS), Imposto Sobre Serviços (ISS), Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) e PIS/Cofins.

Segundo Samorini, com isso, a medida criaria para o Brasil um sistema tributário mais simples e eficiente, focado na promoção da competitividade da Indústria e na economia.

“O IVA é um imposto moderno já utilizado em países desenvolvidos. Ou seja, o Brasil não estaria criando um imposto do zero sem saber de sua eficiência, mas sim seguindo um modelo já adotado e chancelado como uma das melhores práticas de tributação internacional”, comenta a presidente.

Estudos realizados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) apontam que, se apenas considerarmos os efeitos diretos da Reforma Tributária Ampla, o PIB brasileiro teria um crescimento adicional de 20% em um período de 15 anos. Tendo em vista que o PIB atual é de R$ 7,5 trilhões, seria um ganho equivalente a R$ 1,5 trilhão em riquezas.

“O governo federal teria um aumento de arrecadação baseado no aquecimento da economia, e não no aumento da carga tributária, como ocorre hoje. Por isso, acreditamos que a Reforma Tributária Ampla terá impacto direto no crescimento do país”, enfatiza Samorini.

Empresas brasileiras gastam 8 vezes mais tempo para calcular impostos

De acordo com a CNI, cada uma das 27 unidades federativas brasileiras e cada um dos 5.570 municípios do país têm legislação própria de tributação. Além disso, só o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) tem mais de 400 páginas com a lista de diferentes alíquotas por item. Já PIS e Cofins somam mais duas mil páginas de legislação.

“O cenário legislativo do Brasil é muito complexo e o setor produtivo vive com milhares de legislações que regulam a tributação em Estados e municípios, além das muitas federais que existem”, lembra Cris Samorini.

Para se ter uma ideia de quanto o sistema tributário brasileiro é oneroso, a presidente da Findes cita um estudo elaborado pelo Movimento Brasil Competitivo (MBC). “O ‘Custo Brasil’ consome, das empresas brasileiras, o equivalente a cerca de R$ 1,5 trilhão ao ano. Esse montante corresponde a 22% no PIB nacional”, aponta.

O estudo do MBC também revelou que, enquanto uma empresa da OCDE gasta, em média, 161 horas para calcular e pagar os seus tributos, uma brasileira leva 1.501 horas. Ou seja, uma empresa no Brasil gasta 832,3% a mais em horas para calcular e pagar tributos do que uma na OCDE.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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