Acompanhe ao vivo o terceiro encontro Folha Business
Apesar de ter encaminhado reformas estruturantes fundamentais para a retomada econômica do Brasil, o governo Bolsonaro ainda precisa descontaminar a agenda com pautas transversais, como o voto impresso, e atua em harmonia com o congresso. Isso é o que defendeu Marcelo Ramos (PL-AM), vice-presidente da Câmara dos Deputados no 3º encontro Folha Business, realizado ontem (06) em Vitória. Marcelo participou do painel principal do evento ao lado de Felipe Rigoni, com mediação deste colunista.
Assista ao 3º encontro Folha Business na íntegra
Ricardo Frizera: Por que o mercado avalia que a atual proposta de reforma administrativa não está tão robusta?
Marcelo Ramos: A reforma administrativa é tímida porque a pressão dos setores que serão afetados é muito grande. Também percebemos um comprometimento da trajetória de vida pública do Bolsonaro com algumas parcelas do funcionalismo que contaminam a reforma administrativa.
Ricardo Frizera: Você avalia que as atuais propostas de reforma tributária
MR: Temos que ter boa vontade para chamar a revisão do imposto de renda e o CBS [contribuição sobre bens e serviços] de reforma tributária. As duas reformas se afastam do que esperamos: redução, simplificação, neutralidade, progressividade e equilíbrio setorial.
Ricardo Frizera: Você avalia que as atuais propostas de reforma tributária
MR: A questão do voto impresso contamina a pauta principal que o Brasil precisa. Esse é um tema que tensiona o executivo com a oposição e mesmo com a sua base. Acredito que precisamos baixar a temperatura da política para discutir o que importa pro Brasil, evitando pautas transversais.
Ricardo Frizera: Como você enxerga a atuação do STF neste momento?
MR: Vejo que o STF está “fora da caixinha” e a política está fazendo dele uma instância recursal para as derrotas no exercício da democracia. A vontade da minoria legislativa está ganhando. É preciso devolver as instituições para dentro da caixinha– além do STF, o Ministério Público e os tribunais de contas. Apesar disso, o STF tem sido uma barreira de contenção para preservar as instituições.
Ricardo Frizera: as próximas eleições presidenciais devem ser dominadas por Bolsonaro, Lula e um candidato de terceira via. Como esse cenário deve se desenhar?
MR: O governo vai buscar um caminho mais populista e flexível do ponto de vista fiscal. Sobre a terceira via, penso que o eleitor não se agarra à aventura. Quem tenta se apresentar como terceira via apenas nega Lula e Bolsonaro, mas não apresenta posicionamento muito claro.
A Findes realizou, na quarta-feira (4), o painel “Exploração Mineral de Sal Gema – Oportunidades para o Espírito Santo”. Durante o evento, a diretora da Agência Nacional de Mineração (ANM), Débora Puccini, afirmou que as 11 áreas disponibilizadas pela agência, e que irão a leilão devem injetar, apenas na fase de pesquisas, mais de R$ 170 milhões em investimento no Estado. Esse aporte deve ser realizado em no mínimo três anos.
O encontro, que ocorreu de forma semipresencial, contou com a participação da presidente da Federação, Cris Samorini, que, em sua fala de abertura lembrou as possibilidades que a exploração de sal-gema traz para o Estado.
A presidente da Findes ainda destacou que a Federação está focada na criação de oportunidades de investimento produtivo: “são os investimentos que podem gerar a retomada do emprego, da renda e do desenvolvimento econômico e social para os capixabas.”
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória