Investimento em gestão traz retorno a empresas contábeis do ES
O fotógrafo e fundador do Instituto Terra, Sebastião Salgado é considerado um dos maiores fotógrafos do mundo pelo teor ambiental e social de seu trabalho. Ao longo das últimas décadas, Salgado tornou-se reconhecido globalmente pela atuação de sua ONG na recuperação de biomas nativos. Durante o Encontro IBEF-ES 2021, que teve como mote a sigla ESG (Environmental, Social Governance), Salgado defendeu a atuação da iniciativa privada e de produtores rurais na preservação e restauração dos ecossistemas naturais.
Motivados a recuperar uma fazenda herdada com terra erodida, um dos maiores fotógrafos do planeta, Sebastião Salgado e sua esposa Lélia Wanick desenvolveram uma tecnologia inovadora para recuperar em larga escala ecossistemas naturais destruídos, que deu origem ao Instituto Terra.
Hoje, Salgado e Lélia se dedicam à recuperação do ecossistema do Eixo Vitória-Belo Horizonte, ou Vale do Rio Doce– uma área de 90 mil km2, com área similar a Portugal. “Nossa missão hoje é trabalhar próximo aos proprietários rurais dessa região. Estamos recuperando mais 5 mil nascentes em 3 mil propriedades rurais”, declarou durante o Encontro IBEF-ES 2021, promovido no último sábado.
Em sua fala no Encontro, o fotógrafo destacou a importância sobre a importância das empresas e do meio rural na preservação do meio ambiente. Apesar da importância do setor rural para a sustentabilidade, Salgado evidencia a falta de representatividade e integração de produtores em discussões globais sobre o tema.
Não obstante a previsão legal de áreas de reserva permanente em estabelecimentos rurais, Salgado destacou a importância do incentivo econômico para os produtores do campo preservarem a mata nativa. “Convencemos produtores rurais a plantarem árvores trazendo retorno econômico às áreas de preservação permanente, o que poderia ser potencializado pelo crédito de carbono do setor primário”, explicou.
Questionado sobre a participação das empresas na preservação do meio ambiente, Salgado disparou: “temos que transformar o discurso [ESG] numa verdadeira prática”. E acrescentou: “existem muitas empresas que usam siglas para se auto-promover mas tem uma participação mínima na preservação da natureza.”
Salgado apontou que as empresas podem contribuir com o enfrentamento ao aquecimento global com projetos de recuperação de biomas nativos. “Empresas devem investir em projetos de plantio de árvores para potencializar a captação de carbono da atmosfera. Se essa ação se tornar global, poderemos equilibrar nossa emissão de carbono, que é uma das principais variáveis da aceleração do aquecimento global.”
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória