Set 2021
6
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

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porRicardo Frizera

Sazonalidade agrária não é a única causa das altas nos preços

O estrategista chefe da APX Invest, Tiago Pessotti, explica por que o aumento consistente da inflação norte-americana assusta os brasileiros. “O aumento constante da inflação nos EUA sobe os juros lá fora, acarretando o aumento do dólar e do IPCA (inflação), logo, a inflação hoje que tem motivos sazonais, mostra novos motivos para perdurar”.

Com o FED (Banco Central dos Estado Unidos) dividido, espera-se uma retirada dos estímulos da economia nesse processo de reabertura do mercado, a partir do quarto trimestre.

Somando com a forte queda apresentada pelos Treasuries, indicador da taxa de juros de longo prazo dos EUA, em julho deste ano, Pessotti mostra-se otimista com mercado acionário.

Desse modo, a grande pergunta que Pessotti deixa é – “a inflação nos EUA é transitória ou perene?”. Ainda não se sabe, mas, diante dos riscos, é melhor se proteger.

Depois de 12 meses ofuscado, CDI volta a ser fortemente recomendado para todos os Perfis de investidor

“Conforme esperado, o Brasil cresceu negativamente 0,1% no segundo trimestre de 2021, o que não foi um resultado ruim se comparado com seus pares. Com expectativas das vacinações, reabertura de mercado e da sazonalidade do agronegócio o mercado mantém as expectativas de crescimento de 5% para 2021”. Os números fiscais recém divulgados também animam.

Sem fazer comparativos, os Estados Unidos apresentaram um crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 7%. Crescimento este que no curto prazo traz uma alta da inflação e uma apreciação do dólar.

Dois pontos são sinalizados por Pessotti, uma melhora na balança comercial brasileira, mas que por outro lado pesa no bolso do brasileiro. Com gasolina e carne atingindo preços estrondos, o estrategista chefe explica como a casa de investimentos, APX Invest, vem adaptando as carteiras de seus clientes e dá dicas de como ganhar neste cenário adverso.

A recomendação traz soluções simples e investimentos “feijão com arroz”. Com a alta da inflação vem a volta do CDI, diz Tiago e, para tomar as rédeas da inflação, o mercado espera que o Bacen aumente a Selic, taxa básica de juros do Brasil, e projeta o piso da mesma para 7,5% ainda este ano e 8% para o segundo semestre de 2022, representando uma valorização de 100% em um ano.

Dado estas projeções, a casa vem recomendando o aumento da exposição ao CDI para todos os perfis de investidores. Para seus clientes avessos ao risco, 50% da carteira estava em CDI, agora a participação nos títulos pós-fixados passa para 70%; já para os moderados a recomendação subiu de 35% para 50% de alocação; os mais arrojados sentirão menos os benefícios do CDI, porém, com a baixa dos juros reais, os investidores com maior apetite ao risco têm uma grande oportunidade no mercado externo.

Quando questionado se está na hora de investir no exterior, Pessotti não hesita: “com certeza. Via fundos multimercados, BDR’s (ações americanas listadas na bolsa brasileira) de empresas tradicionais e China” e completa advertindo que “é importante ter uma carteira balanceada”.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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