Empresas regularizam obrigações fiscais antes do fim do ano
Saindo do padrão noticioso, a coluna Mundo Business de hoje pede ao leitor a licença poética para um exercício de futurologia em formato de crônica. Após visitarmos, junto com os empresários mantenedores do hub Base27, o ecossistema de inovação de Santa Catarina (um dos estados mais proeminentes do país no setor de tecnologia) na última semana, nos colocamos diante da seguinte questão: se seguirmos os bons exemplos daquele estado, que tem características físicas e vocações econômicas similares ao Espírito Santo, como seríamos? O que será do Espírito Santo em 2050?
CIDADES
O lançamento do INOVES, trigésimo nono hub de inovação do Espírito Santo, foi um sucesso.
O governador Leandro de Caldares* [nome fictício para o futuro governador, empresário de sucesso do ramo industrial] anunciou o INOVES no terreno que antes ocupava o que seria o Cais das Artes — e hoje abriga o maior Parque Tecnológico do Espírito Santo, com mais de 127 startups e 14 aceleradoras.
O INOVES atuará nas verticais de construção (construtechs), finanças (fintechs) e mídia (adtechs), complementando o trabalho já realizado no VixHub nas verticais de educação (edutechs) e logística (logtechs) e do LinharesHub na vertical de agronegócio (agritechs) e indústria (indutechs).
EDUCAÇÃO
De acordo com o presidente do INOVES, Fabricio Cardoso* o sucesso da iniciativa foi importante pelo “bom relacionamento entre o mercado, o governo e academia”.
Também citou a facilidade de obter apoio e licenças do governo de Leandro, governador “pró-business”, e a importância de formação de jovens com mentalidade empreendedora.
“Com a mudança no formato societário da Universidade, conseguimos formar mais talentos e incluir mais jovens no mercado de trabalho. Sobrou dinheiro para investir em pesquisa e desenvolvimento. Também conseguimos despolitizar a educação e tratá-la com um viés prático, orientado ao desenvolvimento do nosso estado”.
ECONOMIA
Representando 30% do PIB do estado, o setor de tecnologia emprega quase 300.000 pessoas, em sua maioria jovens antenados em tecnologia, formados pelas principais faculdades de programação do estado.
Das 92 empresas capixabas listadas na bolsa de valores, 57 são “tech”. Elas valem ao todo mais de R$200 bilhões de reais. Algumas são listadas na B3, outras somente na NASDAQ.
Esse setor elevou o PIB do Espírito Santo para R$3 trilhões, e tornou nosso estado a quinta maior economia do país, atrás apenas de Santa Catarina e dos demais estados da região Sudeste.
INFRAESTRUTURA
A vocação logística do Espírito Santo fez com que o estado se tornasse uma referência global em inovação para o setor de comércio exterior.
Com o maior complexo portuário do país, a completa malha ferroviária e o bom funcionamento do Corredor Centro-Leste, o Espírito Santo se tornou o principal exportador de commodities do mundo.
Com a alta quantidade de voos internacionais diretos para nossas cidades-irmãs Miami (EUA), Lisboa (Portugal) e Tel-Aviv (Israel), as fronteiras se encurtaram.
O International Lab, laboratório de inovação que tem como objetivo criar conexão internacional entre iniciativas empreendedoras de Brasil, Portugal, Israel e Estados Unidos foi financiado pela empresa Energias de Israel, no lugar da antiga Fábrica de Ideias.
Nele, empresas capixabas conseguem criar soluções e desenvolvê-las para o mercado global. Também conseguem atrair talentos do exterior pela qualidade de vida e a segurança de Vitória.
*Texto fictício construído com objetivo de projetar uma visão para o futuro da economia do Espírito Santo. Os dados e nomes do texto não correspondem à realidade.
O estado de Santa Catarina é hoje a sexta maior economia do país. Tem mais de 12 mil empresas de tecnologia que faturam ao todo R$17,7 bilhões de reais, representam quase 6% do PIB do estado e geram 90 mil empregos.
Sua capital Florianopolis é a cidade com mais startups por metro quadrado do país — tem 4 mil empresas que representam 14% do PIB da cidade. É sede de startups conhecidas como RD Station (comprada pela Totvs) e Conta Azul.
A história de SC no setor de tecnologia e inovação começou em 1986 com o curso de Engenharia da Universidade Federal de Santa Catarina.
Na região, impressiona o forte relacionamento entre a Universidade Federal com o governo local, as empresas e startups.
Colaborativamente, construíram ao longo dos últimos 35 anos um forte ecossistema para o setor de TI, incluindo instituições como ACATE, Ágora Tech Park e Sapiens Parque [mais detalhes no Instagram].
A pergunta é se conseguimos replicar na prática o case de Santa Catarina. A resposta, o presidente e fundador do Base27 Francisco Carvalho deu — você vai poder conferir ela na íntegra no próximo domingo as 10h na TV Vitória Record, no programa Mundo Business Especial Santa Catarina.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória