Apenas 30% das empresas familiares sobrevivem à segunda geração

A antecipação da sucessão familiar e consequentemente a transmissão de herança é assunto muito delicado para as famílias empresárias. Em diversos casos, a falta de planejamento abre espaço para conflitos que podem prejudicar a perpetuação dos negócios e do patrimônio familiar. Não é à toa que apenas 30% das empresas geridas em família sobrevivem à 2ª geração.

Esse tema é ainda mais crítico no Espírito Santo: 64% das empresas do estado são familiares–  3ª maior proporção entre os estados brasileiros– segundo o último levantamento do Instituto Jones dos Santos Neves.

O advogado Rodolpho Pandolfi, da APD Advogados, afirma que a sucessão é um assunto muito delicado, uma vez que envolve interesses pessoais dos familiares frequentemente difíceis de conciliar.

Portanto, ele defende que é necessário buscar caminhos juridicamente mais seguros e menos custosos para uma transmissão exitosa.

“Em eventual sucessão existem dois caminhos. O mais custoso, demorado, enfim, cheio de entraves, é o inventário, aberto somente quanto do falecimento do ente familiar. O outro caminho, com a resolução dessas questões de forma extrajudicial, seria através da estruturação de uma empresa holding: uma empresa que abarca todo o patrimônio familiar, seja esse patrimônio cotas de empresa, imóveis, ativos financeiros, veículos ou aeronaves”, explica Rodolpho.

O especialista acrescenta que a estruturação de uma holding pode reduzir o custo da herança para 5% do patrimônio, contra uma despesa de 20% a 30% no processo de inventário.

“Utilizamos algumas regras que deixam essa forma de sucessão mais equilibrada e segura, com a preparação das novas gerações mediante conceitos de governança corporativa, tudo muito bem delimitado em contrato social, acordo de quotistas e demais mecanismos necessários. Sem contar com o ganho que vamos ter de agilidade para fazer a gestão desse patrimônio.”