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Marcelo, Lucas e Francisco, os fundadores do Digaí Podcast, retornam para o sexto episódio extra da segunda temporada para debater duas das obras que mais influenciam o programa. Dessa vez, estiveram em pauta: “As Seis Lições”, de Ludwig von Mises e “O Caminho da Servidão”, de Friedrich Hayek. Eles contaram com a participação especial de Mateus Oliveira, sócio da Private Construtora.
Confira os principais destaques do bate-papo entre os idealizadores do Digaí Podcast, o novo canal de conteúdo parceiro do Folha Business.
Marcelo: Ambos os livros apresentam uma filosofia econômica de modo simples, com pouca complexidade. Nesse campo, essas duas obras são fundamentais para a minha formação e construção do próprio Digaí. “As Seis Lições” traz alguns pontos sobre como um país deve mirar a economia de mercado para promover seu desenvolvimento e “O Caminho da Servidão” analisa de forma prática e temporal o desenvolvimento da ideologia liberal e do coletivismo após a Segunda Guerra.
Mateus: Quando li “As Seis Lições” pela primeira vez, entendi que era uma obra fundamental para a minha vida. Por outro lado, “O Caminho da Servidão” é uma obra mais profunda, mas também pode ser amplamente compreendido. A perspectiva histórica das obras é fundamental para a compreensão. Em particular, “As Seis Lições”, sem dúvidas, é um dos melhores livros que li na vida.
Lucas: Hoje, “As Seis Lições” possui um significado histórico. A obra foi construída a partir de seis palestras de Mises para jovens argentinos que acabavam de viver o período de Perón, com o país destruído por ideias coletivistas. E quando olhamos para a realidade hoje, as práticas são totalmente contrárias ao que foi exposto na obra e nas palestras. Em nosso segundo livro, O Caminho da Servidão, o prêmio Nobel de Economia, Hayek, enxerga como o fascismo, o socialismo e o nazismo possuem as mesmas bases, no totalitarismo e no intervencionismo.
Francisco: Hayek destaca algo interessante em sua obra: a dispersão do conhecimento. Não há um indivíduo no mundo que tenha o conhecimento pleno. Nos regimes coletivistas, parte-se de um planejamento central, isto é, são poucas pessoas dizendo o que o resto da população irá fazer. Esse modelo é contraditório, pois o conhecimento da humanidade está disperso entre as 7 bilhões de pessoas que vivem no mundo hoje. E essa dispersão, por meio da liberdade de pensar e agir, é capaz de criar interações entre essas pessoas nos mercados para difundir inovações, serviços e atender demandas diferentes de pessoas distintas.
Além disso, a abolição do sistema de preços leva a economia ao fracasso nos regimes coletivistas. O preço é um mensageiro, que informa custos e o conhecimento disperso na sociedade, conectado a demanda (pessoas que precisam de um produto ou serviço) com a oferta (pessoas que podem oferecer algo). Controlar isso causa um desequilíbrio estrondoso na economia.
Mateus: No fim das contas, em uma sociedade coletivista não há liberdade e não existe totalitarismo bonzinho e planejamento central que atenda todas as necessidades da sociedade.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória