Avaliada em R$ 4 milhões, startup capixaba quer solucionar gargalos na logística
Inflação em alta, teto de gastos sob risco e privatização da Petrobrás. Esses foram alguns dos temas que Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, Ana Paula Vescovi, economista-chefe do Santander, e Marcelo Mesquita, conselheiro da Petrobrás, discutiram no 9º Fórum Liberdade e Democracia. O evento foi promovido ontem pelo Instituto Líderes do Amanhã, em Vitória, e segue com a programação pela tarde de hoje. Confira os destaques a seguir.
Em sua fala, a capixaba ex-secretária do Tesouro Nacional Ana Paula Vescovi, ponderou que as tentativas de flexibilizar o teto de gastos são uma “derrota para a sociedade”. Ela pontuou: “A regra do teto de gastos levou a juros e inflação controlados, mas enquanto sociedade não fizemos por merecer esse ambiente econômico estável.”
A “dama de ferro capixaba” relacionou as reformas econômicas estruturantes como formas de se aproximar de uma sociedade mais livre. “O Brasil se aproximou da liberdade quando enfrentou seus próprios dilemas e conflitos distributivos. Após a redemocratização passamos por 20 anos de reformas importantes para construir um ambiente macroeconômico saudável, uma moeda, metas de inflação, âncora externa, sistema cambial flexível.”
Na contramão desse cenário de estabilidade, a ex-secretária do Tesouro afirmou que o descontrole dos gastos públicos pode afastar o Brasil de um ambiente com mais liberdade. “É uma pena que nao conseguimos, enquanto sociedade fazer por merecer esse ambiente mais livre que trouxe a regra do teto.”
Armínio Fraga comenta a alta da inflação
Ao ser questionado sobre a alta da inflação no Brasil, Armínio Fraga apontou que o descontrole sobre os gastos públicos tem um peso relevante sobre o índice. “O Banco Central funciona bem quando se tem uma situação fiscal equilibrada. Há um entendimento mundial que isso vale nos momentos de inflação e recessão. Porém, o histórico de descontrole fiscal do Brasil acaba levando a ciclos de desvalorização do real.”
Olhando para o ano eleitoral, o ex-presidente do Banco Central disse temer que discursos populistas se reflitam no agravamento da pressão inflacionária. “Em ano de eleição, os debates não aceitam que é necessário fazer escolhas sobre os gastos, e torna-se difícil controlar esse cenário.”
Marcelo Mesquita, co-fundador da Leblon Equities e conselheiro da Petrobrás, deu sua visão sobre as estatais no Brasil, deixando claro sua posição sobre a recente polêmica sobre os lucros recordes da petroleira onde participa.
“Uma estatal deve dar lucro, sobretudo em um país pobre. Quando uma estatal tem prejuízo, ocorre uma distribuição de renda inversa: os mais carentes pagam para custear uma empresa deficitária”, afirmou.
Mesmo comemorando os bons resultados, Mesquita deixou claro que não é a favor de manter a petroleira sob as rédeas do governo: “Temos que votar em representantes que querem privatizar a Petrobrás, pois isso é o que vai construir mais riqueza.”
Indústrias do Espírito Santo de todos os segmentos vão poder utilizar o selo Produto 100% Capixaba. A marca coletiva foi lançada no início de 2020, durante a pandemia da Covid-19, pela Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes).
A iniciativa foi criada com o objetivo de valorizar o que é produzido em terras capixabas e estimular o consumo do que é feito pelas indústrias locais. O primeiro setor a usar a marca foi o de alimentos e bebidas e, agora, os demais ramos industriais do ES vão poder aderir ao programa e estampar o selo em seus produtos.
A presidente da Findes, Cris Samorini, reforça que o intuito do selo é fortalecer o produto capixaba e, consequentemente, a Indústria, que reúne no Espírito Santo 16,6 mil unidades responsáveis pela geração de quase 215 mil empregos formais. O setor, sozinho, representa 27,5% do Produto Interno Bruto (PIB) capixaba.
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