Sérgio Moro vem a Vitória na próxima semana para o 7º Encontro Folha Business
Na coluna Mundo Business, destacamos frequentemente que o Espírito Santo está investindo na diversificação da sua matriz econômica, ou seja, ampliando o leque de atividades econômicas que geram riqueza para o estado. Mas o fato é que hoje ainda somos uma economia concentrada em commodities. Dois produtos de exportação relevantes para nosso PIB, o petróleo e o gás, conduziram um período importante do desenvolvimento do Espírito, mas no período mais recente esse setor foi marcado pela queda de produtividade: desde 2018, a produção mensal caiu praticamente pela metade.
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Na primeira década dos anos 2000, o Espírito Santo se projetou como um dos protagonistas no cenário nacional de Petróleo e Gás (daqui em diante P&G). Nos anos que seguiram à descoberta do pré-sal, como em 2009, um novo poço de exploração era perfurado a cada três dias no estado, considerando poços em terra e no oceano.
Esse período de bonança levou ao aumento das receitas públicas com royalties e o desenvolvimento de um mercado de prestadores de serviços e fornecedores para atender às demandas dessa atividade.
Porém, nos últimos anos assistimos esse cenário mudar drasticamente. Entre 2016 e 2020, foram perfurados somente três poços oceânicos (offshore) e treze poços terrestres (onshore) por ano, o pior número desde que o Espírito Santo produziu seu primeiro barril de petróleo. Em 2009, o estado perfurou três poços de P&G a cada dez dias, em média. Os dados são do Ideies/Findes e da Agência Nacional do Petróleo.
Isso se deve, principalmente, à perda do interesse das petroleiras como Shell Brasil e Petrobras em expandir a exploração de P&G no Espírito Santo. Áreas do pré-sal na Bacia de Campos foram priorizadas em detrimento da Bacia do Espírito Santo.
Com poços de petróleo cada vez mais maduros e menos produtivos no Espírito Santo, a produção total dos poços no estado também entrou em queda livre: enquanto em janeiro de 2018, o estado produziu 12,9 milhões de barris, esse número caiu para 6,9 milhões em novembro de 2021, um recuo de de 45%. Hoje, o mercado de petróleo no Espírito Santo pode ser resumido pela exploração dos poços offshore mais produtivos por grandes petroleiras e a exploração terrestre por empresas médias, como a Imetame.
Em meio a esses indicadores negativos, surge um dado animador: as receitas do Espírito Santo com exportação de P&G subiram 91% e chegaram a R$ 875 milhões de dólares em 2021 (janeiro a novembro), em grande parte devido à valorização do barril no mercado internacional (que chegou a ter preços negativos em 2020). Os dados são do último Boletim da Indústria Capixaba, da Findes.
Porém, cabe lembrar que essa receita pode cair subitamente caso a cotação internacional entre em queda.
O que se pode concluir desse dessa análise sobre a produtividade da indústria petrolífera no Espírito Santo é que uma economia que depende de commodities como o petróleo será influenciada por diversos fatores fora de seu controle, tais como preço do barril no mercado internacional, as políticas de investimento das petroleiras e a disponibilidade do recurso natural.
Em outras palavras, o vaivém de preços das commodities deixa a economia capixaba dependente dos “ciclos econômicos globais” — fatores econômicos ou de decisões políticas que ocorrem fora do Espírito Santo e do Brasil.
Por isso, fica evidente que é necessário mudar e diversificar a matriz econômica do Espírito Santo, com olhos para um desenvolvimento sustentável no longo prazo. Para atingir isso, enxergamos que ao lado de empresas de commodities, é saudável que tenhamos empresas de tecnologia que dependem da inventividade e criatividade do povo capixaba, e não de cartéis estrangeiros e multinacionais.
Todas as quartas-feiras às 19h30, a igreja Assembleia de Deus Fonte de Vida, na Mata da Praia, promove o culto Legacy, dedicado a homens, onde são discutidos assuntos como família e a importância da fé nos negócios. Ontem (03), o Legacy recebeu o empresário e conselheiro de administração curitibano Dongley Martins. H
A partir de hoje, a FUCAPE Business School recebe o IntelliSUMMIT 2022, evento que reunirá líderes, CEOs e CIOs de renome nacional e internacional, para discutir os desafios do mercado relacionados à transformação digital dos negócios, segurança da informação, uso de tecnologias inovadoras e de Inteligência Artificial. Uma das participações especiais do evento é o TED com o jogador Zico, sobre o papel do líder diante dos desafios e oportunidades ao longo de sua carreira.
Um empresário capixaba está discutindo termos para a aquisição de uma área de 36 mil metros quadrados em Barueri (SP), região conhecida como Alphaville. A área avaliada em R$ 180 milhões deverá receber um parque aquático de águas aquecidas exclusivo para sócios.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória