Fev 2022
12
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

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"Houve uma deformação do teto de gastos no atual governo", diz Moro em crítica a Bolsonaro

Durante sua fala no 7º Encontro Folha Business, o pré-candidato à Presidência da República Sérgio Moro criticou a pouca eficiência do governo Bolsonaro em passar reformas estruturais, mesmo diante dos avanços vistos. “Foi pouco perante o prometido. A reforma administrativa ficou de fora e enquanto Ministro, ele disse que era tema para o segundo mandato.”

Mesmo tendo se afirmado um pré-candidato reformista ao longo de sua fala, Moro não agradou ao falar que não prioriza corte de gastos no funcionalismo público. “Uma reforma administrativa pode até visar redução de custos, mas deve ser construída para melhorar a qualidade e eficiência do serviço público. Dizer que precisa cortar custos, já gera uma resistência dos grupos de interesse”, argumentou.

Ainda assim, Moro não poupou palavras ao defender o controle dos gastos públicos– uma política que depende de ajustes na folha salarial do governo. “Precisamos de uma âncora fiscal, pois não faz sentido gastar sem controle para a economia crescer. Existem candidatos que pedem um cheque em branco à população. Já vimos esse filme e ele termina em recessão. Houve uma deformação do teto de gastos no atual governo e eu me manifestei contra. Infelizmente quando tivemos a ‘reforma’ do teto, essa vaca sagrada perdeu credibilidade”, disse.

Moro fala sobre concorrer ao lado do ex-presidente que condenou à prisão

Perguntado sobre a viabilidade de uma terceira via, Moro defendeu que o pré-candidato preferido nas pesquisas– que hoje, é ele– se lance como o nome para disputar com Bolsonaro e Lula. E disse que desistiria de sua candidatura caso deixasse de ser o principal nome da terceira via.

“As pesquisas apontam esses dois extremos na ponta, mas muita água vai rolar até a eleição. Há um compromisso informal de aglutinação em torno do candidato com melhores chances de êxito. Isso é desejável, mas sempre precisamos fazer esse combinado com o eleitor. A aglutinação de partidos não se reflete necessariamente em mais votos. Seria lógico abrir mão da minha candidatura se tivesse um candidato à frente”, disse o ex-juiz, que figura em terceiro lugar nas principais pesquisas.

Existe um elefante na sala: Moro pretende concorrer à presidência com um ex-presidente que ele mesmo condenou à prisão e com o atual presidente, com quem se desentendeu enquanto ministro. “Os debates vão ter boa audiência”, brincou Moro.

E continuou: “Isso [concorrer ao lado de Lula] é triste, mas temos que encarar o desafio de falar a verdade sobre o passado. Houve corrupção bilionária na Petrobras no governo petista. Vamos respeitar o Supremo na sua decisão de ter soltado, mas eles cometeram um grande erro judiciário. Ninguém está acima da lei e não tem porque o Lula estar acima da lei” disse. Da mesma forma, Moro questionou sobre nenhum “grande tubarão” ter sido preso ou investigado por corrupção após 2018

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