Enquanto alguns gestores de investimentos caracterizam a condução econômica do Governo Federal como “terraplanista”, nomes importantes do Ministério da Economia destacam o lado cheio do copo. Durante sua participação no 7º Encontro Folha Business, Adolfo Sachsida, Secretário de Assuntos Estratégicos do Ministério da Economia, falou sobre os avanços em corte de gastos e reformas no governo Bolsonaro e prometeu duas importantes privatizações para 2022 em painel com o Prof. Dr. Arilton Teixeira e mediado por este colunista.
Desde o início do governo Bolsonaro, sobraram críticas à condução da política econômica. Mais recentemente, grandes nomes do mercado financeiro falaram em ‘descontrole das contas públicas’, ‘terraplanismo’ e compararam o atual time econômico com o de Dilma.
Diante dessas críticas, Adolfo Sachsida, braço direito de Paulo Guedes no Ministério da Economia, destacou os avanços na consolidação fiscal e nas reformas que ocorreram desde 2019.
“Esse vai ser o primeiro governo que termina o mandato gastando menos em proporção do PIB que quando assumiu. Hoje tem menos funcionários públicos civis do que em 2011. As três grandes contas do orçamento, previdência, salários e juros, foram reduzidas. A dívida pública seguiu uma trajetória muito melhor que a prevista e está na casa dos 81% do PIB. É um governo pró-mercado que consolida o lado fiscal”, afirmou Sachsida.
Sobre a comparação com Dilma, Sachsida usou dados para evidenciar as diferenças com a desastrosa condução petista. “É um governo pró-mercado que consolida o lado fiscal. Tivemos um governo com superávit e políticas pró-mercado, muito pelo contrário. O que vemos é uma torcida contra, que pensa todos os anos que finalmente a equipe econômica irá falhar”.
Olhando para o ano eleitoral, Sachsida ainda se mostrou otimista com a aprovação de novas reformas e a agenda de privatizações. As principais expectativas giram em torno da aprovação do Marco de Garantias, que facilita o uso de garantias para aumentar a oferta de crédito; da Medida Provisória de Modernização de Registros Públicos; e a privatização da Eletrobras e dos Correios.
Outra medida esperada, segundo Sachsida, é a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), para compensar a redução de 10% da tarifa comum para importações.
Perguntado sobre as perspectivas para a economia no caso da eleição de Lula, o economista-chefe da Apex Partners, Arilton Teixeira, cita o aumento da incerteza.
“Os discursos que o Lula faz hoje são da segunda parte do seu período na presidência: vão contra a economia de mercado, contra privatização e desregulamentação. Aparentemente, é um retorno da segunda parte do governo, mais interferência, subsídio para os amigos do rei e mais regulação”, argumentou.
Tendo em vista esse aumento da incerteza, Arilton enxerga que o mercado pode presenciar uma maior volatilidade. “Enquanto alguns investidores vibram com a volatilidade, pois querem tomar mais risco, existem investidores que não são tolerantes a altos e baixos. Por isso, temos que analisar o perfil de cada investidor e adequar a sua carteira de investimentos”, encerra o professor.
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