Recorde de M&As: como preparar sua empresa para uma venda?
Nesta década, cerca de US$ 30 trilhões em riquezas ao redor do mundo vão passar das mãos das gerações mais velhas para os Millennials e para a Geração Z. Como efeito, quem vai ditar as tendências de consumo e investimento são pessoas que preferem marcas ligadas à sustentabilidade e com boas práticas sociais e laborais. Para o advogado empresarial e Presidente da Câmara de Mediação e Arbitragem Cindes/Findes, Luiz Cláudio Allemand, empresas que não aderirem à cultura ESG– boas práticas ambientais, sociais e de governança– vão perder competitividade da mesma forma que aquelas que negligenciaram a importância da estratégia digital.
Um estudo da First Insight de 2020 aponta que, enquanto os Baby Boomers (nascidos entre 1946 e 1964) estão menos preocupados com a sustentabilidade, 62% da geração Z está tomando decisões de compras com base em práticas sustentáveis.
“Em meio a este novo cenário, está surgindo um novo consumidor e um novo investidor, com mais consciência social e ambiental, decididos a por produtos e serviços de empresas verdadeiramente comprometidas com a redução dos impactos ambientais, atentas às questões sociais e de interesse público, entre outras práticas de governança”, diz o advogado Luiz Cláudio Allemand.
Para Allemand, esse cenário acende um alerta: empresas que não aderirem à cultura ‘ESG’– sigla que se refere às boas práticas ambientais, sociais e de governança– vão perder competitividade da mesma forma que as empresas que ignoraram a transformação digital estão se tornando defasadas.
“O mundo mudou significativamente, sobretudo, no quesito sustentabilidade, e o caminho é irreversível: as empresas que não se atentarem para esses indicadores não financeiros vão perder competitividade, clientes e mercado. Como nas tecnologias disruptivas, que não param de mudar organizações, empresas e sociedade, também o ESG começa a mostrar seu potencial transformador, em especial nos Estados Unidos, China e Europa”, avalia Allemand.
No Brasil, avalia Allemand, o impacto das premissas ESG ainda é pequeno. “Por aqui, esse conceito segue ainda restrito ao setor corporativo, em especial às empresas globalizadas, mas, aos poucos, o tema começa a repercutir também na mídia e ganha espaço na sociedade”.
Mas para se posicionar como uma empresa com cultura ESG não adianta fazer marketing verde sem ações concretas. Essa prática, chamada de ‘greenwashing’ é facilmente notada pelo público e pode gerar uma repercussão negativa para a empresa.
“Nos dias atuais, são facilmente detectáveis quais empresas se preocupam com ESG e quais praticam “greenwashing”, ou seja, se dizem sustentáveis, mas continuam apegadas ao passado. Recentemente, empresas como Coca-Cola, Volkswagen, Nestlé e Itaú foram acusadas de seduzir seus clientes com falsos apelos ecológicos e sociais.
Segundo o estudo Consumer Insights Survey, realizada pela PwC no fim de 2021, 44% dos brasileiros demonstraram intenção de viajar nos próximos meses, número maior que a média mundial, em que 31% indicam a intenção de viajar. Deste percentual, 55% preferem escolher voos domésticos,
Ainda de acordo com o estudo, a intenção dos brasileiros em ir a eventos esportivos ou a shows alcançou 47% dos entrevistados, contra 22% no mundo, revelando a ansiedade entre os brasileiros para a volta da diversão fora de casa.
Quanto ao consumo de produtos, no Brasil, 62% dos consumidores afirmaram se orientar pelo preço na hora de comprar, enquanto 56% se consideram eco-friendly (52% no mundo) e 48% dizem estar otimistas com a economia.
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